O Brasil vive um momento decisivo. As manifestações pacíficas que tomaram a Avenida Paulista e outras capitais nos últimos meses mostram que milhões de brasileiros não se sentem representados por uma narrativa única imposta sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023. Mais do que um protesto, trata-se de um grito por justiça, proporcionalidade e equilíbrio institucional.
É preciso deixar claro: nenhum democrata de direita defende a destruição do patrimônio público ou o desrespeito às instituições. No entanto, também não podemos aceitar que cidadãos comuns, sem histórico criminal, muitos dos quais sequer participaram de atos de vandalismo, estejam sendo condenados a penas desproporcionais, sem o devido cuidado com suas garantias fundamentais. Prisões em massa, decisões sumárias e julgamentos conduzidos sob forte carga ideológica não podem ser normalizados em um Estado de Direito.
A direita brasileira é formada por homens e mulheres que defendem a liberdade, a ordem e os valores da família. E entende que os fatos de 8 de janeiro não foram um golpe de Estado, como alguns setores tentam sustentar. Não houve comando central; não houve articulação institucional. O que houve foi uma explosão desorganizada de insatisfação, que precisa ser compreendida à luz do ambiente político e judicial extremamente hostil que se instalou após as eleições de 2022.
O presidente Jair Bolsonaro, com a responsabilidade de um estadista, já declarou que a proposta de anistia não é política, mas humanitária. Essa é a essência do pedido que ecoa nas ruas. Não se trata de apagar os erros, mas de reconhecer que o Brasil precisa seguir em frente. Nossa história já mostrou que a reconciliação é possível. Após períodos muito mais tensos, como a transição do regime militar para a Nova República, optamos por anistiar e reconstruir. Hoje, não pode ser diferente.
É fundamental lembrar que muitos dos condenados são pais e mães de família, pequenos empresários, aposentados, jovens sem antecedentes, levados por um sentimento de desilusão e descrença. Nenhuma democracia sólida se constrói à base de perseguição ou vingança. A justiça, para ser legítima, precisa ser isenta, equilibrada e sensível à realidade do povo brasileiro.
Não há democracia sem liberdade de expressão, sem direito ao protesto, sem perdão quando o espírito da nação pede reconciliação. O Parlamento tem, agora, a oportunidade histórica de ouvir essa voz que vem das ruas e legislar em nome do futuro. O projeto de anistia que tramita na Câmara dos Deputados é o caminho institucional para pacificar o país e devolver a confiança às nossas instituições.
Como representante do povo, reafirmo meu compromisso com a verdade, a justiça e a liberdade. A anistia é um ato de grandeza nacional. Ela não nega os erros, mas os contextualiza. Não absolve incondicionalmente, mas reconhece o excesso. Não reescreve a história, mas permite que ela siga adiante.
O Brasil precisa virar a página. Com maturidade, coragem e, acima de tudo, com espírito democrático. Pela paz. Pela justiça. Pela reconciliação. Pela liberdade. Anistia já.