Pela reconciliação nacional e justiça humanitária

Em: 14 de abril de 2025

O Brasil vive um momento decisivo. As manifestações pacíficas que tomaram a Avenida Paulista e outras capitais nos últimos meses mostram que milhões de brasileiros não se sentem representados por uma narrativa única imposta sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023. Mais do que um protesto, trata-se de um grito por justiça, proporcionalidade e equilíbrio institucional.

É preciso deixar claro: nenhum democrata de direita defende a destruição do patrimônio público ou o desrespeito às instituições. No entanto, também não podemos aceitar que cidadãos comuns, sem histórico criminal, muitos dos quais sequer participaram de atos de vandalismo, estejam sendo condenados a penas desproporcionais, sem o devido cuidado com suas garantias fundamentais. Prisões em massa, decisões sumárias e julgamentos conduzidos sob forte carga ideológica não podem ser normalizados em um Estado de Direito.

A direita brasileira é formada por homens e mulheres que defendem a liberdade, a ordem e os valores da família. E entende que os fatos de 8 de janeiro não foram um golpe de Estado, como alguns setores tentam sustentar. Não houve comando central; não houve articulação institucional. O que houve foi uma explosão desorganizada de insatisfação, que precisa ser compreendida à luz do ambiente político e judicial extremamente hostil que se instalou após as eleições de 2022.

O presidente Jair Bolsonaro, com a responsabilidade de um estadista, já declarou que a proposta de anistia não é política, mas humanitária. Essa é a essência do pedido que ecoa nas ruas. Não se trata de apagar os erros, mas de reconhecer que o Brasil precisa seguir em frente. Nossa história já mostrou que a reconciliação é possível. Após períodos muito mais tensos, como a transição do regime militar para a Nova República, optamos por anistiar e reconstruir. Hoje, não pode ser diferente.

É fundamental lembrar que muitos dos condenados são pais e mães de família, pequenos empresários, aposentados, jovens sem antecedentes, levados por um sentimento de desilusão e descrença. Nenhuma democracia sólida se constrói à base de perseguição ou vingança. A justiça, para ser legítima, precisa ser isenta, equilibrada e sensível à realidade do povo brasileiro.

Não há democracia sem liberdade de expressão, sem direito ao protesto, sem perdão quando o espírito da nação pede reconciliação. O Parlamento tem, agora, a oportunidade histórica de ouvir essa voz que vem das ruas e legislar em nome do futuro. O projeto de anistia que tramita na Câmara dos Deputados é o caminho institucional para pacificar o país e devolver a confiança às nossas instituições.

Como representante do povo, reafirmo meu compromisso com a verdade, a justiça e a liberdade. A anistia é um ato de grandeza nacional. Ela não nega os erros, mas os contextualiza. Não absolve incondicionalmente, mas reconhece o excesso. Não reescreve a história, mas permite que ela siga adiante.

O Brasil precisa virar a página. Com maturidade, coragem e, acima de tudo, com espírito democrático. Pela paz. Pela justiça. Pela reconciliação. Pela liberdade. Anistia já.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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