A pessoa deve analisar os fatos que lhe acontecem na vida e os aceitar conforme eles se apresentam. Ninguém tem o direito de se revoltar em relação ao que lhe acontece, porque tudo que ocorre com o ser humano tem, sem dúvida, uma causa. Procurar saber a causa e contornar o acontecido é o que deve ser feito. Há muita gente que lastima a vida que leva, sente-se infeliz por qualquer coisa que ocorra, aninha revolta no íntimo por todo mal que aparece.
Descuido no viver e pouco-caso pelo semelhante concorrem para os acontecimentos cotidianos desagradáveis. A obrigação dos indivíduos espiritualmente esclarecidos é encarar a vida da melhor forma possível, sentindo-a em toda a plenitude. Há muitos meios de se contornar contrariedades e muitas maneiras de se evitar aborrecimentos. Acontece que boa parte das pessoas não procura a forma ou o modo para bem viver. Viver, como sempre afirmamos, todos vivem. O difícil é viver com arte, onde a compreensão e a tolerância sejam uma constante nos relacionamentos humanos.
A vida, em suma, tem muita importância se a pessoa sabe pensar e raciocinar sobre o que fala e faz. Sendo compreensiva e tolerante com os semelhantes, ela sente e compreende as diferenças de gostos e as inclinações de temperamentos, de modo a ter uma convivência perfeita ou estudar uma forma inteligente de aparar as arestas do trato diário. Quem isso não fizer não terá as relações harmônicas que proporcionam sossego do espírito.
Nenhum espírito vem a este mundo por se achar superior, muito perfeito. Com raras exceções, todos os seres que estão aqui encarnados têm dívidas espirituais a serem resgatadas com a eliminação dos erros contraídos em existência passadas. Logo, os seres humanos em geral são imperfeitos, precisam modificar suas condutas no que forem faltosos. Vivem de forma inadequada os indivíduos que não têm paciência e compreensão no convívio com pessoas que não têm o mesmo nível de inteligência e sensibilidade. É preciso haver tolerância e compreensão, insistimos, para que se entendam, porque ninguém pode viver só neste mundo de escolaridade. Enganam-se as pessoas que se julgam preparadas para viver isoladas. Todas precisam umas das outras.
Por que razão a maioria dos seres humanos não sabe tolerar os semelhantes e se estimar mutuamente? Porque há falta de espiritualidade.
Ninguém é obrigado a fazer o que não quer e tampouco tem o direito de obrigar que outros façam o que lhe apraz. É erro grave querer modificar as pessoas, fazer com que elas pensem da mesma forma. Os espíritos que encarnam neste mundo de escolaridade pertencem a mundos de estágio distintos e a classes diferenciadas. Se entre irmãos de mesmos pais não há igualdade de pensamentos e sentimentos, como querer que indivíduos de diferentes famílias pensem e sintam da mesma forma? Irmãos criados e educados no mesmo lar pensam e agem de maneira diversa: uns certas vezes até se desencaminham, enquanto outros permanecem dignos e corretos. Como querer que todas as pessoas sejam perfeitamente iguais?
Sendo assim, cada um age e reage de acordo com seu grau de evolução.
Se as inclinações espirituais são distintas, se os seres humanos divergem em gostos e preferências, para bem viverem no planeta-escola Terra é preciso que as pessoas tenham muita compreensão e tolerância mútua.
Aprendam, pois, a pensar e agir, se quiserem ser felizes.
Jamil Merched Chaar.