Por Juarez Baldoino da Costa(*)
Para elevar o IDH – Indice de Desenvolvimento Humano de uma localidade, a população deve (1) elevar a escolaridade, (2) viver mais e (3) obter mais renda, os 3 fatores que somados definem o índice.
A classificação varia de 0 a 1 para cada fator, sendo Muito Baixo quando até 0,499, Baixo até 0,599, Médio até 0,699, Alto até 0,799 e Muito Alto quando acima de 0,8.
No fator da escolaridade todos os 62 municípios do Amazonas estão abaixo de 0,660, inclusive a capital com 0,658, tendo 48 deles a classificação de Muito Baixo, com menos de 0,5.
Em relação a renda, 51 municípios estão com menos de 0,599.
A longevidade é o maior contribuinte, estando 100% dos municípios acima de 0,7.
Este conjunto de índices baixos ou muito baixos para a Renda e a Escolaridade formam um sistema potencialmente ainda mais redutor entre eles, já que para obter mais renda o abandono da escola acaba sendo uma alternativa, e este abandono da escola por sua vez acaba tendo a consequência de obter renda menor por falta de qualificação.
Como no estado não existe nenhuma cidade que possa se unir a qualquer outra para formar uma região metropolitana mínima de fato que permitisse um conglomerado natural para otimizar investimentos, os recursos acabam se concentrando proporcionalmente em maior porcentagem para a capital, cujo tamanho em habitantes é de 20 vezes mais do que Parintins, a segunda cidade mais populosa do estado com 110 mil deles.
O comércio só pode investir no interior quando o local tem uma clientela mínima, e a indústria precisa de escala, mão de obra qualificada e escoamento constante e regular, fatores que nem sempre estão disponíveis em várias localidades.
Como o investimento público visa as pessoas, a baixa densidade populacional também diminui os aportes para o interior, no caso para educação, saúde e infraestrutura.
Nenhum município do interior pode receber container por falta de porto apropriado, e nenhum porto para container será construído nos municípios porque nenhum navio vai atracar para descarga em qualquer destes portos porque não há volume para o local.
O desenvolvimento do estado, por estes fatores, tem tido dificuldade para avançar, e precisa de estratégias especiais, muitas já sugeridas em inúmeros trabalhos que estão arquivados em prateleiras empoeiradas das universidades.
As estratégias com maior chance de sucesso para melhoria do IDH estadual teriam que, a princípio, estarem baseadas no fato de que as populações do interior continuarão esparsas e as águas continuarão subindo e descendo.
(*) Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Contabilista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.