O artigo apresenta as ameaças e como ajudar a Mãe Terra.
Na semana passada abordamos informações científicas sobre o aumento e os efeitos do aquecimento global, com fenômenos que poderão se agravar, a partir de 2035 <https://bit.ly/3uT5peH, https://go.nature.com/3zuuGiL>, se não conseguirmos reverter o ponto de não retorno do planeta.
Segundo o Dr. Joan Rockstrom <https://bit.ly/3gFtqlF>, nove (1. Mudança climática; 2. Perda da biodiversidade; 3. Ciclo bioquímico sobre a terra; 4. Acidificação do oceano; 5. Uso do solo; 6. Disponibilidade de água potável; 7. Destruição do ozônio; 8. Níveis de aerossol atmosférico 9. Poluição química) dos quinze grandes sistemas biofísicos que regulam o clima, estão mostrando sinais preocupantes de declínio e alcançando prováveis pontos de ruptura, os quais podem trazer três grandes ameaças para a humanidade:
1a) Primeira ameaça: elevação do nível do mar
Com a possibilidade do nível elevar um metro neste século, colocando em perigo a moradia de 200 milhões de pessoas. Se for adicionado o derretimento do gelo da Groelândia e da Antártica na equação, isso pode gerar um aumento de até dois metros, com piora contínua ao longo do tempo.
E como o Brasil tem mais de 8 mil Km de linha contínua e costeira, pode-se imaginar o impacto disso, especialmente em cidades costeiras com menor altitude, forte adensamento populacional, carência social, mesmo com uma certa infraestrutura, tais como o RJ (entorno da baía da Guanabara), Salvador (Baía de Todos os Santos e Polo Industrial de Camaçari), Belém, São Luís, bem como Santos e Baixada Santista <https://bit.ly/3cX8jsz>.
As possíveis consequências do derretimento do gelo e da elevação no nível do mar são: a) inundações recorrentes da infraestrutura urbana com prejuízos bilionários para as contas públicas; b) aumento de refugiados urbanos complicando ainda mais os problemas relacionados à habitação; c) desaparecimento de pequenas ilhas do Pacífico e do Índico; d) destruição de ecossistemas costeiros; e) salinização dos deltas; f) perigo de acidentes em usinas nucleares próximas do mar; g) liberação de substâncias e doenças nocivas ao meio ambiente e ao ser humano, etc. Neste relatório do IPCC <https://bit.ly/3vJBxC7> há mais informações sobre o aumento do nível do mar e suas implicações para o homem.
2o) Segunda ameaça: aumento do efeito estufa
Se nossos carbonos armazenados no pergelissolo <https://bit.ly/2UlJDDT> e nas florestas forem liberados, então essa situação complicará ainda mais o trabalho de estabilização das temperaturas. Estes estudos <https://bit.ly/3wWigOU, https://go.nature.com/35IcJjm> ajudam a entender o impacto do aquecimento global sobre os outros sistemas naturais da Terra, bem como sobre os impactos econômicos que podem chegar a US$ 70 tri até 2300, tendo como um dos vilões o carbono emitido pelo descongelamento do pergelissolo.
E neste artigo <https://go.nature.com/3xzS3FP> publicado na Nature Climate Change, em 29/04/21, os autores apontam que a nossa Amazônia emitiu (16,6 bilhões de toneladas de CO2) perto de 20% mais dióxido de carbono à atmosfera do que absorveu (13,9 bilhões) entre 2010 e 2019. O estudo identificou que o desmatamento (com a derrubada de árvores e queimada) quase quadruplicou em 2019 quando comparado com dois anos anteriores.
3o) Terceira ameaça: desestabilização dos sistemas
Esses sistemas estão interligados como dominós, se um ponto de ruptura for ultrapassado, os outros ficarão mais vulneráveis, com risco real de desequilíbrio irreversível, tornando o planeta inóspito para a humanidade e demais seres vivos. Segundo o Dr. Joan Rockstrom <https://bit.ly/3iWbk05> a fundação de nossa civilização depende de um clima estável e uma biodiversidade rica, e o que fizermos nos próximos dez anos determinará o estado do planeta que entregaremos para as futuras gerações. Para tanto duas frentes podem guiar para uma transformação positiva: a 1a está com a ciência e a 2a com a sociedade, uma vez que precisamos adotar uma nova lógica econômica baseada no bem-estar da humanidade.
Neste artigo científico <https://bit.ly/2TQIXWX> publicado em 2017 na prestigiosa revista Science, o Dr. Joan e sua equipe propõem um mapa para uma rápida descabornização do planeta, com propostas de estratégias globais, metas e políticas públicas de curto, médio e longo prazos (até 2050). Eles apresentaram uma narrativa de descarbonização em quatro dimensões que envolvem a inovação, as instituições (incluindo o Conselho de Segurança da ONU, indústrias, etc), a Infraestrutura e os tipos de Investimentos necessários para fazer a transição.
Foram elaborados quatro cenários básicos com narrativas e propostas de ações divididas nos seguintes períodos: a) 2017 e 2020; b) 2020 e 2030; c) 2030 e 2040; 2040 e 2050. Algumas das metas são: 1) até 2039, cortar pela metade as emissões globais de carbono; 2) até 2050 zerar as emissões de carbono. E isso significa descarbonizar grandes sistemas que comandam nossas vidas: agricultura, edifícios, energia, indústrias, transporte, etc.
O desafio é grande, pois precisamos encontrar meios para fazer a agricultura deixar de ser uma fonte de emissão de CO2 para se transformar em um armazenador de CO2. Também precisamos reforçar o combate ao desperdício de nossos recursos, especialmente o alimentar, o energético e o hídrico, valendo à pena lembrar que o Brasil desperdiça cerca de 39,2 % de toda a água portável que é captada, o que seria suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano <https://bit.ly/2TWEulC>.
Nosso modelo altamente concentrador do PIM precisa ser repensado, precisamos valorizar a economia circular <https://bit.ly/2SjUiOM> e transformar nossas florestas em fábricas de produtos ecológicos e sustentáveis, maximizando seu uso, de preferência mantendo-as em pé, descentralizando a riqueza e o conhecimento, gerando emprego e renda para os que habitam nela. Nesse sentido, o Projeto Amazônia 4.0 mostra como isso é possível <https://bit.ly/3gN9ddQ>, a partir da introdução de uma bioeconomia inovadora, unindo a sociodiversidade e modernas tecnologias da Engenharia de Produção e da Indústria 4.0.
Precisamos resgatar a Agenda 2030 da ONU, adotar uma Economia Sustentável ou Verde, pois países que estão na vanguarda dessas abordagens <https://bit.ly/3zOmkD4 e https://bit.ly/3wMXEZC>, estão conseguindo superar os desafios globais e melhorar a qualidade de vida da população, bastando o leitor investigar os cases vindo da Finlândia, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo, Suíça e Noruega.
Por exemplo, na Finlândia há plano com meta de até 2030 reduzir em até 50% sua dependência sobre combustíveis fósseis importados, bem como banir o uso de carvão na geração de energia. E não é só isso, até 2030 eles desejam ter 250.000 carros elétricos, o que representa 10% do total de automóveis do país <https://bit.ly/3cZyLCe>.
Na Noruega, região dos antigos Vikings, eles já estão liderando a descarbonização da navegação e neste artigo <https://bit.ly/3gI8HxB> o leitor fica sabendo como eles estão liderando esse processo e influenciando outras nações. A Alemanha tem plano <https://bit.ly/3xCKfmQ, https://bit.ly/3j5Ujkt> para apoiar a UE a se tornar uma região neutra de carbono até 2050, com $ 46 bi destinados para investimentos sustentáveis em áreas como energias renováveis ou veículos elétricos, valendo lembrar que no final de 2020, a Siemens e o Deutsche Bahn anunciaram planos para desenvolver um modelo de trem (Mireo Plus H) movido à hidrogênio <https://sie.ag/3qgrL9b> que elimina o uso de diesel, capaz de cortar a emissão de mais de 330 toneladas de CO2/ano <https://glo.bo/3vVrIBb>, com testes para 2024.
Precisamos proteger os oceanos e solo, ecossistemas naturais que absorvem metade de nossas emissões. Também precisamos adotar novos hábitos alimentares, bem como apoiar a arborização urbana, sendo que neste artigo científico <https://bit.ly/3j0U7mc> mostramos 36 maneiras de fazê-lo.
Finalmente, há tantas formas de ajudar a mãe terra, além das supracitadas, eis aqui mais orientações e iniciativas <https://bit.ly/3vVQi4V, https://bit.ly/3vSzL1C, https://bit.ly/2SjUiOM> sobre como fazê-lo.