Quem não estiver familiarizado com estudos espiritualistas, achará que ninguém pode preparar o seu futuro, pois, com base na falta de espiritualidade, o próprio rifão afirma que o “futuro a Deus pertence “!
A falta de conhecimentos espirituais no campo da religiosidade, é a causa dos erros clamorosos que a humanidade comete.
O que mais ambiciona o ser humano, quando ainda integrando as primeiras fases da evolução, é dinheiro. Deseja ser rico para dar vasão aos tormentos que o assoberbam, expansão aos gritos da materia, plena satisfação a todas as variações do instinto.
Sem preparo espiritual, e carregado de tendências animalizadas, o ser humano faz com o dinheiro que possui toda a sorte de desatinos; malbarata-o dá rédeas soltas ao egoísmo, enche-se de empáfia, cerca-se de ostentação, mantém amantes, participa de orgias, alimenta a ociosidade e procede como um inconsiente, obcecado pela concupiscência.
O resultado de tal conduta é o mais triste possível : a encarnação torna-se totalmente perdida e, mais do que isso, o ser acumula dívidas morais e débitos encarnatórios da pior espécie, os quais ficarão para ser resgatados em encarnações futuras não em meio à riqueza, mas em dolorosas experiências da mais rigorosa penúria.
Evidentemente não é a Força Criadora quem prepara tal futuro mas a própria criatura, desavisada, imprudente, de vontade fraca e altamente dominada por sensações materialistas.
Isso faz dizer-se que “o futuro a Deus pertence” é uma ridícula maneira de pretender-se anular a imperecível lei de causa e efeito. Por isso, quando se diz que cada qual terã o futuro que quiser ou parece afirma-se, mais uma vez, a inexorabilidade dessa lei, infalível como todas as demais leis espirituais.
Os atos errôneos, praticados no passado, são a causa dos sofrimentos de hoje assim como os demandos de hoje serão a causa das torturas de amanhã. O ser humano é detentor do livre arbítrio, de se a Inteligëncia Universal interviesse nele, então não existiria tal independência arbitral.
Desde que haja livre arbítrio para o indivíduo, é ele, e não a Força Criadora, o responsável pelos seus próprios atos. Ora, uma vez que assim é, logicamente cada um traça o seu futuro, de acordo com o viver presente, através de boas ou más ações, de pensamentos positivos ou negativos, de aspirações terrenas inferiores ou espirituais elevadas.
Sabe-se que aspirações acalentadas com intensidade serão realizadas senão na encarnação presente, em futuras encarnações. Isto é absolutamente certo, desde que não se trata de uma aspiração absurda, contrária às normas gerais da evolução ou que implique uma alteração nas leis naturais e imutáveis.
Pode dar-se o caso da pessoa aspirar um objetivo cujo resultado não lhe seja favorável, e por ele empenhar-se até alcançá-lo, usando, para isso, a vontade e o livre arbítrio. O exemplo citado de querer o indivíduo riquezas terrenas, sem estar moral e espiritualmente preparado para recebê-las, é típico, para ilustrar.
É certo que o que se pode esperar de uma pessoa controlada e esclarecida, na aplicação do livre arbítrio, é diferente do que se espera de outra criatura descontrolada e de evolução primária, por onde se vê que a aplicação do livre arbítrio vai sendo cada vez mais segura, à medida que cresce o ser humano em desevolvimento espiritual.
Dentro desse raciocínio, pode chegar-se á evidência de que quanto mais espiritualizado estiver o ser, mais capacitado se mostrará para dar boa aplicação ao livre arbítrio e, com isso, criar um futuro florescente, ameno e feliz.
Jamil Merched Chaar