Inicialmente, quero lembrar aos leitores que escrevo no JC desde 2003, às vésperas de fazer 20 anos. O blog “Thomaz Rural” é mais novo, nasceu para divulgar as ações da minha eterna Conab. Para quem ainda não sabe, defendo essas pautas muito antes do governo Wilson Lima e do presidente Lula. Firmei essa convicção, essas bandeiras nas minhas andanças pela zona rural do Estado quando fui gerente de operações e superintendente da Conab. Nos contatos diretos com quem produz, com quem precisa comer e parceiros públicos e privados. Quem achar diferente, convido a pesquisar no site do JC e no BLOG. Bem, voltando ao título do artigo, ratifico que toda ilegalidade deve ser combatida em qualquer lugar do planeta, e a qualquer momento, mas confesso que gostaria de entender qual a razão de começar pelo AMAZONAS a operação do Ibama, o Estado mais preservado do mundo com 97% das florestas intactas. Será que seria porque fazendo no AmaZONAS se confundiria com AmaZÔNIA passando a impressão de que tudo agora está resolvido? Tem ONG que recentemente mudou de AmaZONAS para AmaZÔNIA. Qual será a razão? Não sei, mas o espaço sempre estará aberto para divulgação do contraditório. Meu objetivo é reduzir a pobreza que só vem aumentando no Amazonas. Espero que junto com essa operação do Ibama, que certamente deve acelerar a liberação do Fundo Amazônia, deva vir uma operação que, de fato, não somente de discurso, agilize a regularização fundiária na região para separar bandido de produtor rural. Ainda, também, descobrir por que não foi feito o ZEE do sul e de todo o Amazonas nesses 20 anos? Vi, recentemente, encontro entre o governador e o presidente da Faea, Muni Lourenço, com a presença da Adaf, Sema e Sepror tendo como pauta a operação do governo federal no Sul do nosso Estado. Todos nós já sabemos que essa questão ambiental já vem de longos anos, de décadas, muito antes do governo Bolsonaro assumir. Então, nenhum deles resolveu a titulação de terras na região objeto da operação “retomada”, muito menos colocaram o CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) para funcionar, nem asfaltar a BR-319, nem preservar o PIM/ZFM dos ataques constantes, e, o pior, sem o Zoneamento Econômico Ecológico, o famoso ZEE. Aí me vem a pergunta: Ciente disso, quantas vezes o atual secretário da Sema, o titular, foi ao Sul do Amazonas para tentar encontrar caminhos para evitar o que está acontecendo? Quantas vezes procurou pautar o assunto regularização fundiária seja na esfera estadual e federal? Quantas viagens foi até Humaitá, Apuí, Matupi? O que disse ao governador Wilson Lima na recente reunião com a presença dos titulares da Adaf, Sepror e do Sistema Faea/Senar/Fundepec. Não entendi a denominação da operação de “retomada” no Amazonas com 97% preservado segundo o próprio secretário de meio ambiente. Por que “retomada” se no passado sempre houve descaso com a regularização fundiária na região? Qual a razão de não ter começado pelo Acre, Rondônia ou Pará? Sabidamente o Pará é o que mais desmata, inclusive dentro de áreas de preservação, mas o escolhido foi o Amazonas, penso eu que pela semelhança com a palavra “Amazônia”, afinal de contas o foco é o Fundo Amazônia e as exigências internacionais impostas. Aliás, imposta pela Alemanha, uma das financiadoras do Fundo Amazônia para a preservação que está querendo continuar vendendo carros à combustão além de 2035. Essa notícia já divulguei no meu blog e está nas páginas do jornal Valor Econômico. Discurso e práticas diferentes. Nessa operação que está sendo realizada já identificaram bois, produtores, mas quem desmatou em março ou abril passado nessas áreas identificadas pelo satélite? Com tanta tecnologia não acredito que essas pessoas tenham se escondido no meio da mata junto a madeira derrubada. Tem muita coisa estranha nisso tudo, mas espero que o produtor rural seja finalmente separado do bandido que desmata ilegalmente. E que a denominação da operação seja modificada de “retomada” para “entrega de documento da terra, CAR e PRA” para os que ali vivem há décadas e estão apavorados com tudo isso que vem acontecendo. Floresta em pé, mas o homem também. O Amazonas tem 58% da população na pobreza, com fome, então, produzir alimento é a prioridade, pois com fome não temos saúde, o jovem não tem como estudar e a violência aumenta. Por fim, quero lembrar que escrevo no JC desde 2003, às vésperas de fazer 20 anos. O blog é mais novo. Para quem ainda não sabe, defendo essas pautas muito antes do atual governo estadual e federal. Firmei essa convicção nas minhas andanças pela zona rural quando fui gerente de operações e superintendente da Conab. Em contato direto com quem produz e com quem precisa comer. Quem achar diferente, convido a pesquisar no site do JC e no BLOG. Certamente teríamos outra realidade atualmente na região se já tivéssemos o ZEE. Meu partido é, e sempre será o AMAZONAS!
18.04.2023Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]