Tenho encontrado ao longo da minha trajetória profissional, pessoas altamente capacitadas, com currículos impecáveis e detentoras de muito conhecimento, mas “empacadas” em suas carreiras pelo excesso de justificativas. São tantas desculpas e uma incansável busca de culpados atrasando sua evolução ou minimizando seus resultados que tomei a decisão de escrever sobre isto hoje.
Vamos começar refletindo assim: “Aquele que for capaz de perder uma corrida, sem culpar os outros pela sua derrota, tem grandes possibilidades de algum dia ser bem-sucedido.” (Napoleon Hill)
Essa frase do Napoleon Hill nos faz pensar sobre como é comum as pessoas não se responsabilizarem pelos próprios atos. A culpa da própria vida sempre é da sociedade, da família, da igreja, da escola ou até mesmo da política.
Quando assumimos o comando da nossa vida, entendemos que somos responsáveis inteiramente por tudo o que nos acontece, seja bom ou ruim. Quando não jogamos em cima dos outros a carga dos nossos atos, vamos amadurecendo e crescendo para que possamos assumir as rédeas da nossa própria história.
Conviver e ser a pessoa que sempre tem justificativas para os próprios atos, que sempre busca meios para não assumir aquilo que cabe, faz com que nos tornemos pessoas exaustivas até mesmo para quem convive conosco. Quando não temos esse olhar da realidade que precisamos dizer que a culpa é nossa, que a responsabilidade é nossa e que o dever é nosso, vamos minando pouco a pouco a nossa força interior.
Precisamos ter uma conversa clara com nós mesmos, uma visão de nós que somos bem mais fortes do que parecemos ser e que suportamos bem mais do que dizemos suportar, quanto mais nos tornamos pessoas de “geleia” mais somos frágeis ao mundo e ao nosso entorno.
Temos que agir de forma mais clara e objetiva diante da vida, que invade nossa história sem pedir licença, é nessa fortaleza de reconhecimento do nosso papel no mundo e na realidade que faz com que não soframos as consequências dos atos inconsequentes.
Essa atitude de autorresponsabilidade só é possível quando:
- Amadurecemos o nosso caráter: Uma pessoa imatura não assume as limitações e nem os erros, não arca com as consequências das próprias atitudes e muito dificilmente se importa com as pessoas ao redor dela que podem sofrer os malefícios de decisões ruins;
- Criando em si a virtude da fortaleza: Nenhum de nós nasce pronto ou preparado, todos temos que construir pouco a pouco a pessoa que queremos ser no futuro, é com a virtude da fortaleza que vamos persistindo e continuando no caminho que nos fará chegar onde queremos, é com ela que podemos nos manter firmes diante das adversidades que a vida apresentar;
- Ter os pés firmes na realidade: Uma vida fantasiosa causa sofrimentos, sonhar não é errado e idealizar o futuro ou o que queremos também não, mas viver uma vida pautada no questionamento do “e se”, vai nos tirando da realidade e causando um movimento contrário ao amadurecimento e reconhecimento do que somos. Deixe a teoria do “e se” de lado: “E se eu fosse rico”, “e se eu estivesse na praia”, “e se eu vivesse uma realidade melhor”; arranque essa mentalidade de si, trabalhe com o que tem e faça o melhor com o que pode.
Ortega y Gasset tem uma frase que diz: “Eu sou eu e a minha circunstância, se eu não salvo a ela, não salvo a mim.”
Se nós não salvarmos a nós mesmos e quem somos, não salvaremos mais nada. Se não assumirmos o controle da vida que queremos, ninguém o fará por nós. Portanto, lembre-se sempre: você está no lugar que deveria estar e não onde te colocaram.
Cintia Lima
Psicóloga, Mentora de Líderes e Master Coach
@psi.cintialima