Superar

Em: 18 de fevereiro de 2022

Ultrapassadas as dores de uma derrota que faz parte do jogo e de quem chega a
uma final; pode-se dizer que não temos cacos a pegar do chão. Afinal, nos últimos
anos o mesmo Palmeiras e o Flamengo ( quase imbatível) também não chegaram
ao título mundial. Mas, dentro da honestidade de propósitos, cabe-nos analisar, a
triste realidade do futebol sul-americano se comparado com o europeu. Lá a
mentalidade é outra, os padrões culturais e a economia sempre estiveram em
patamar superior. Por outro lado, os países daqui sempre compensavam essa
diferença com a formação de talentos saidos das bases dos principais clubes não só
do Brasil, mas hoje de quase todos. No Brasil jogam atualmente argentinos,
uruguaios, paraguaios, colombianos, venezuelanos e equatorianos; inclusive um
disputa o campeonato paulista pela Ferroviária de Araraquara. Contudo, estes
países enfraqueceram seus clubes a ponto de vários deles não chegarem à semi-
final da libertadores, que teve nos últimos anos finais entre brasileiros.
Por outro lado, a F. P. F. realiza há décadas a chamada COPINHA, que tanto
crescera nos últimos anos; gerando uma participação de 64 equipes oriundas de
todos os estados, em cujos jogos encontramos até “olheiros de muitas nações do
exterior”.
Esta fora uma forma do futebol brasileiro escapar de certos custos, mas não elimina
a verdadeira atenção que todos dão à chamada “base”. Custo menor e oportunidade
com uma venda recuperar o investimento a exemplo do que Flamengo e Santos
fizeram nos últimos anos. O Palmeiras também e o Corinthians há anos atrás, tanto
que repatriara seus campeões mundiais, talvez imaginando a motivação dos novatos
que subiram, porém correndo o risco de ter no departamento médico um setor para
idoso.
Mesmo diante desse cenário parcial, tem os clubes maiores oportunidades, em face
da recuperação econômica ter sido célere e os patrocinadores acreditarem no
investimento efetuado, onde sua marca atinge a América do Sul toda, além dos
estados brasileiros devido ao sucesso dos brasileirões, séries A até D e a COPA DO
BRASIL.
A perdurar este cenário na América do Sul dificilmente o clube europeu será batido
na final, até porque os brasileiros nenhum erro cometeram… apenas um detalhe
decidira os jogos… E, como futebol não é só entrosamento, ocupação de espaço,
velocidade, talento, um bom “técnico”, restará sempre a vontade de vencer.
Manaus/AM, 17 de Fevereiro de 2022.

Alfredo Andrade

é escritor e advogado, autor do livro Página Virada - Uma leitura crítica sobre o fim da era PT
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