Se hoje você vive angustiado com sua rotina profissional, tem insatisfação com seu trabalho, sente que o mercado que você atua não faz mais sentido, tem o desejo de desenvolver novas habilidades em outra área, quer buscar novas oportunidades em outras atividades, pensa em descobrir um novo nicho de atuação, está perto da aposentadoria ou até mesmo sente que o ciclo da profissão atual está no fim, é hora de pensar e estruturar as possibilidades de uma transição de carreira.
Claro que estes não são os únicos motivos, mas são os mais frequentes e um primeiro passo para avaliar se uma mudança na sua carreira seria a solução para este problema. É hora de buscar o autoconhecimento direcionado para a vida profissional, entender os fatores que o fazem permanecer no estágio atual e avaliar se já está na hora de levantar voo.
Neste contexto é importante entender os motivos da possível atual insatisfação. Algumas pessoas fizeram escolhas profissionais precoces e estão em áreas que não trazem satisfação, não estimulam seus talentos e não estão alinhadas com sua missão de vida. Outras já encerram as percepções e estão frustradas em uma rotina que não faz mais sentido, embora tenha sido prazerosa no passado. Algumas perderam perspectivas de crescimento e se veem estagnadas e sem propósito com o que realizam. Tantas outras não têm mais motivação que possa impulsionar a disciplina para resultados e com isto falta ânimo nas atribuições atuais.
Independente de seus motivos, posso resumir alguns passos importantes em quaisquer que sejam as razões pelas quais pensa em mudar de carreira:
1 – Avaliação: qual área profissional é mais aderente aos seus anseios, interesses, aptidões, sonhos e desejos mais internos. Pensar nisso é sobre vislumbrar o futuro e começar a enxergar caminhos que combinam com o que gostaria de fazer.
2 – Mercado: Com esta visão, entenda a área pretendida antes mesmo de se lançar. Pesquise sobre a rotina exercida, as dificuldades e facilidades, como ingressar neste novo desafio, para que tenha uma visão realista sobre como é viver esta nova profissão antes mesmo de estar lá.
3 – Formação: Consciente sobre está nova área, liste as qualificações necessárias para exercer a função, compatibilize com suas competências atuais, planeje e organize estudar para que tenha as qualificações mínimas necessárias para migrar.
4 – Preparação: Além dos estudos e amplitude do domínio técnico, avalie os aspectos financeiros, emocionais, sociais e outros que envolvem a mudança de área.
Estes passos ajudarão a adquirir experiência fora do trabalho na área pretendida, levarão você a se preparar financeiramente para eventuais dificuldades ao longo do processo ou recuar alguns passos para iniciar, ajudarão a conectar e conversar com pessoas que já vivenciam a rotina desta área para compreender melhor as atribuições e ainda mobilizar para investir em formação e relacionamentos para um passo mais seguro sobre o futuro.
Igualmente importante é se simular os processos seletivos ou reuniões para garantir uma melhor preparação para a oportunidade que deseja. Em cada experiência simulada ou real, receba o feedback e melhore sua abordagem para aumentar as chances de sucesso.
A gestão das emoções também será um diferencial neste momento. Muitas pessoas estruturam os aspectos práticos da transição de carreira e esquecem de amadurecer emocionalmente para viverem este processo.
Muitos ficam presos e procrastinam suas ações porque se veem tristes com a sensação de começarem do zero ou até mesmo pela necessidade natural de se despedirem dos amigos de trabalho do dia a dia. Alguns passam a vida paralisados em um trabalho que não amam ou não querem mais porque o medo os limita, pensam que não vão conseguir, que não são capazes de ter sucesso em outra área ou tantos outros pensamentos negativos paralisantes frutos do medo.
Existem os que até iniciam os passos para sua transição, mas esquecem que não será do dia para noite e como todo processo, sobre algumas variáveis não terá controle. Nesta hora, a espera representa uma grande frustração, uma irritabilidade se instala e acabam não avançando, entrando em ciclo sem fim de: até quero mudar, mas não tem como.
Ainda sobre emoções, existem os que agem por impulso, se precipitam na tomada de decisão e também não alcançam o resultado que poderiam com uma melhor estratégia que os levem a um plano de ação estruturado.
Fica evidente, que quando tem mais maturidade das emoções, o profissional tem mais facilidade para identificar e lidar com os seus sentimentos, tendo atitudes que auxiliam na resolução de diferentes situações que este processo de mudança exigirá.
Para reforçar esta abordagem, posso registrar algumas vantagens que a inteligência emocional proporcionará em seu processo de transição de carreira e na prática, sobre todos os aspectos da vida: os níveis de ansiedade e estresse vão ficar mais baixos; terá mais tranquilidade para fazer novos relacionamentos; maior clareza nos objetivos, ações e tomada de decisão; melhor administração do tempo e produtividade; aumento do nível de comprometimento com suas metas; ampliação da sua autoestima e autoconfiança; melhora suas habilidades de comunicação; aceita melhor as críticas e cresce com elas.
Mudar nunca é fácil, mesmo quando se deseja. No entanto, mudar recebendo ajuda profissional, proporcionando espaço para crescimento planejado, aprendendo a lidar com os pensamentos e sentimentos limitantes, certamente será mais assertivo.
Cintia Lima
Psicóloga, Mentora de Líderes e Master Coach
@psi.cintialima
