Há tempos escrevemos sobre matéria alusiva ao “câncer de colo retal” onde é bom lembrar que a esperança no diagnóstico precoce sempre será fundamental.
No mundo inteiro a desigualdade decorrente do “modus vivendi” de cada ser humano é fruto de hábitos adotados no dia a dia onde a falta de recursos e de conhecimento tem contribuído para o advento de várias doenças.
Agora deparamos com estudo veiculado na revista The Lancet Regional Health Américas que alude ao crescimento de doenças inflamatórias Intestinais no Brasil da ordem de 233% em apenas 8 anos, “passando de 30 casos por 100 mil habitantes em 2012 para 100 casos por 100 mil pessoas em 2020”. Foram examinados 212 mil pacientes do SUS, o que reforça a qualidade do estudo. As mais comuns são a doença de Crohn e a reto colite ulcerativa com presenças mais acentuadas nos jovens. A retocolite ulcerativa disparou, passando de 15,8 para 56,5 casos por 100 mil pessoas em 2020.
Para o membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e um dos autores da pesquisa “o aumento exponencial de casos pode ter relação com o estilo de vida ocidentalizado, dieta e perfil genético dos pacientes”. E, faz uma alerta quanto aos Dils, que devem ser identificados devido serem desconhecidas as causas. Só um tratamento eficaz e precoce pode proporcionar uma qualidade de vida melhor. Diversos fatores contribuem para o surgimento das doenças inflamatórias: histórico familiar, alterações no sistema Imunológico, tabagismo, etc. Os sistemas mais frequentes são: cólicas abdominais; dificuldade de controlar as fezes; cansaço; falta de apetite, emagrecimento. Fazer exames laboratoriais, endoscópicos e colonoscopia com biopsia é indispensável a cada seis meses, após os 30 anos de idade.
Finalizando, qual estilo de vida devemos construir? A genética será inimiga do futuro, obrigando-nos a ter uma atividade física desde nossa juventude até a idade que nos considera um idoso? O exercício não é só o melhor remédio para o coração, mas para nossa saúde como um todo. Ele melhora, praticamente, todo o corpo humano, levando-nos a longevidade. E o cardiologista do Hospital Geral de Massachusetts conclui: “existem pessoas que, por virtude de uma combinação de ótimos hábitos de vida e bons genes, podem continuar a se exercitar em altos níveis bem além dos 60 anos”. É nosso caso com nossos 79 anos a serem completados em junho. Só assim todos teremos um envelhecimento saudável porque compete-nos cuidar da saúde com dedicação e perseverança.
Manaus, 28 de maio de 2024.
JOSÉ ALFREDO FERREIRA DE ANDRADE
Ex-Conselheiro Federal da OAB/AM nos Triênios 2001/2003 e 2007/2009 -OAB/AM