Há algum tempo, assistimos a um filme que traduzia as peripécias de duas crianças órfãs. Pequenas, foram morar com o avô. Um senhor não muito idoso, mas muito amargo. Os meninos adorariam ter um cão, mas o avô não permite. Para que um cão? Não se pode comer um cão! Sem permitir o diálogo, o avô não percebe que cria distanciamento dos netos, que desejam carinho, alguém para brincar. Então, um dia, na praia, eles encontram um bebê, sozinho, perdido. Escondem-no no seu esconderijo e passam a cuidá-lo. Sempre às escondidas lavam o bebê, trocam fraldas, ordenham a vaca e dão o leite morno ao pequenino.
À noite, deixam a cama quente para dormir no esconderijo, abraçados a ele. Para eles, é algo que lhes pertence e pelo qual são responsáveis. A história envolve, no entanto, polícia, um processo judicial, pois o bebê, em verdade, não estava perdido, só deixado a sós por alguns minutos. Então, e só então, ouvindo da boca de um dos netos a narrativa da sua solidão, que redundara num pequeno rapto involuntário, medita o avô. Como fora insensível. E se penitencia, confessando: Se alguém é culpado, sou eu porque não ouvi meus netos. Não permiti que se aproximassem, me contassem, eles me temem. Temiam que eu fizesse mal ao bebê. Tudo porque não conversamos. Não é necessário dizer que a história acabou muito bem, com o avô retornando ao lar com os netos, com outra disposição. Até lhes comprou o tão desejado cão.
O Racionalismo Cristão nos ensina que os Espíritos dos pais exercem grande influência sobre os Espíritos dos filhos e dos netos. Eles têm por missão desenvolver esses Espíritos pela educação, pois que têm que contribuir para o progresso deles. Também nos ensina que os primeiros anos da infância são de grande importância pois se constituem na base para a nova vida que iniciam. Por isso, a família é tão importante. Nada substituirá, no mundo, o carinho, os cuidados e os valores que os pais transmitem aos seus filhos e netos. Valores que transcendem o tempo, o espaço, a vida terrena, pois transmigram de uma para outra etapa reencarnatória, como herança pessoal inalienável. Com base no filme: Os Pequenos Raptores.