Cada vez existem mais datas para nos lembrarmos da natureza. Existe o dia da água, da árvore, meio ambiente etc. Enfim, para nos conscientizarmos que é importante agredirmos menos ao nosso planeta. Do que devemos cuidar, afinal, para a natureza estar mais protegida? O homem ultrapassou a sete bilhões de pessoas no mundo e clama cada vez mais por espaço. Com isso, naturalmente, vai tirando mais espaço de quem já estava aí muito antes dele. Todos gostam de ter um bichinho de estimação em casa, mas não animais selvagens. Todos concordam que não se deve extinguir animais raros, mas perde sua constante luta em exterminar mosquitos, baratas, ratos apesar do ataque diuturno, maciço e sem tréguas.
Atualmente, o Amazonas passa por uma cheia sem precedentes históricos registrados. Não faltarão catastrofistas que vão atribuir a cheia à ação do homem com teorias nunca comprovadas do aquecimento global, da ruptura da camada de ozônio e outros modismos. Em 1925 o Amazonas registrou seu dia mais quente. Naquela época não havia oitocentos mil, mas talvez oitenta veículos trefegando nas ruas da capital, com seus cinquenta mil habitantes, não os dois milhões e duzentos mil atuais. Naquele tempo (e antes) a expectativa de vida humana não passava dos quarenta anos, a penicilina não havia sido descoberta, tal qual uma infinidade de remédios e doenças.
O homem da meia idade de ontem, é o jovem de hoje. Em outras palavras, se viver até os 90 era exceção, hoje é regra. A humanidade vem forçando a natureza de um lado quando por outro a diz proteger. A seleção natural foi suplantada pelo avanço da medicina, da tecnologia de alimentos, do exercício, com a não exposição a riscos na idade avançada. A salvação dos seres humanos que outrora eram ceifados na tenra idade é considerada um avanço. É o sentimento amoroso ultrapassando as fronteiras do natural. Tanto no nascimento como na velhice é esse sentimento que nos faz manter e preservar a vida do ente querido. Um ato de amor pela vida nunca é questionado.
Então, o que é natural? Antigamente um casal se propunha a ter tantos filhos quantos “Deus mandasse”. A partir dos anos 1970 o governo interferiu instituindo a “gravidez de alto risco”. Alto risco não era para mãe, mas para o Estado. Até a Igreja Católica, apesar de se manifestar contra a campanha do governo, adotou um programa de “paternidade responsável” e ao contrário do que historicamente fez, criou cursinhos para ensinar a casais métodos naturais de contracepção, uma vez que jamais permitiu oficialmente o uso da pílula. Hoje temos famílias de dois ou três filhos em vez de dez ou mais. As pessoas nascem com muito mais chances de chegarem à idade adulta.
Os únicos animais que aumentam seu número sobre a terra é o homem e os que servem para alimentá-lo. Mesmo que o homem abandonasse seus hábitos carnívoros, não diminuiria tanto a área plantada, porque iria substituir a refeição animal por vegetal. O vegetal também precisa de espeço para ser produzido.
Muitos acreditam que a natureza é branda e bonita. A melhor organização de trabalho do reino animal está com as abelhas e as formigas. Abelha operária ferida não recebe a tolerância das demais. Ela simplesmente é morta por suas companheiras. Assim acontece em muitos outros reinos. Até mesmo entre tribos humanas primitivas as crianças que nascem problemáticas são eliminadas logo depois do nascimento.
Embora o homem seja o maior predador, também é o único que pode harmonizar a vida com o uso racional do planeta.