22 de novembro de 2024

Vocação Empreendedora

O ano de 2022 marcou um ‘recomeço’ no quesito empreendedorismo, pois após 2 anos de pandemia da Covid-19 e com a diminuição da doença e o avanço da vacinação, a vida finalmente começou a se normalizar, todavia, com mudanças. Novos hábitos da época da quarentena permaneceram e foram absorvidas por muitos profissionais, sendo que diversos destes novos modos de se viver devem ser permanentes, o que tende a mudar profundamente as dinâmicas de trabalho mundo afora. O trabalho home office, por exemplo, se tornou uma realidade crescente a partir de então.

o Brasil é um país de tendência empreendedora. E Empreender é uma palavra que tem se tornado muito frequente no vocabulário atual, especialmente no mundo empresarial e de negócios. Todavia, nosso país é um lugar que ainda não traz um ambiente propício e atrativo aos empreendedores de maneira geral. O excesso de burocracia, os entraves administrativos, a falta de uma logística plena e planejada, além da alta carga tributária se apresentam como razões fortes e preponderantes no que tende a impedir o alavancamento para se empreender em nossa Nação. E essas dificuldades são fatores que dificultam também a entrada dos mais jovens neste ramo de mercado. 

Apesar de termos experimentado um crescimento na participação da juventude no processo empreendedor nos últimos anos (de 2017 cresceu de 50 para 57% a participação de pessoas da faixa etária de 18 a 34 anos em novos empreendimentos, segundo a Pesquisa GEM 2017 – SEBRAE/IBQP), ainda estamos longe de termos altos índices de participação da população mais jovem nesta importante área. Podemos comprovar isso através da pesquisa do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que mostra que essa faixa etária representa menos de 7% dos empreendedores do país, ao mesmo tempo que apenas 16% dos empresários entre 18 e 24 anos possuem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).

Essas questões precisam nos levar a refletir no que precisamos melhorar e mudar enquanto nação para que tenhamos um cenário melhor e propício para que os jovens empreendam. Desta forma, mostra-se incontestável que o Brasil  necessita do estabelecimento de políticas públicas sérias, coesas e estruturantes, como Políticas de Estado e não de ‘governos’, envolvendo todas as esferas do Poder para que, aqueles que desejam empreender possam ter as condições estruturais, legais, administrativas e de investimentos necessárias para que possam concretizar seus projetos; uma vez que novos negócios geram também mais empregos, maior circulação financeira na sociedade, aquecimento do comércio e, consequentemente, aumento da receita pública e crescimento da Nação em diversos aspectos. Está mais do que na hora do Brasil progredir nesta área e investir maciçamente em seu capital intelectual, de forma que estejamos na vanguarda na execução de soluções inovadoras aplicáveis a toda a sociedade.

E para o segundo semestre de 2023, segundo especialistas, a tendência é apostar no meio digital, ou seja, com os negócios ligados à tecnologia. É preciso compreender o novo momento que vivemos, com o e-commerce, o delivery, o home office e que é no ambiente on-line que as grandes oportunidades se avizinham. Seja montando um grande site, ou divulgando nas redes sociais, por exemplo, o importante é estar associando o negócio ao mundo tecnológico, com as ferramentas digitais usadas da maneira correta.

Lisandro Mamud

Lisandro Mamud é administrador, pesquisador em Inovação, Tecnologia e Educação do Núcleo Educotec (Ufam)

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