Nílson Pimentel (*)
“In addition to being essential for Brazil to meet the goals assumed in the Paris Agreement (2015), green hydrogen also represents an opportunity for economic development and geopolitical repositioning”, said Paulo Alvarenga, CEO of Thyssenkrupp in Latin America and vice president of the Brazil-Germany Chamber of Commerce and Industry. “With an 85% sustainable matrix, Brazil has enormous potential to be one of the leaders of the energy transition underway on the planet and can become a major exporter of green hydrogen, which by 2050 should account for 20% of all energy consumed in the world , generating US$ 2.5 trillion a year”. “Today Brazil is known for being an exporter of commodities based on the exploitation of the environment, such as iron ore and soybeans, corn, etc. But the country has everything at hand to embrace green hydrogen and become a world leader in the development of this technology that will change the world,” said Ansgar Pinkowski, Innovation and Sustainability manager at the Brazil-Germany Chamber of Commerce and Industry in Rio de Janeiro. Janeiro, responsible for the Hydrogen Sector Mapping Study Project in Brazil. The European Union and Germany, in particular, are betting on green hydrogen to decarbonize their economies and see Brazil as an important supplier of this commodity. In addition to knowing the German position, the virtual seminar on the subject discussed how Brazil can take advantage of the increase in international interest in green hydrogen to its benefit. This depends on internal policies, but also on clear rules on the purchase of green hydrogen by Germany and other interested European countries.
Como se sabe o hidrogênio é o elemento químico mais abundante no universo e possui três vezes mais energia do que a gasolina, por exemplo. Contudo, ao contrário dela (a gasolina) é uma fonte de energia limpa, uma vez que só libera água (H2O), na forma de vapor, e não produz dióxido de carbono (CO2), como na queima da gasolina. Observando o sistema de gases da terra, o hidrogênio (H) está presente na água, junto ao oxigênio, e se combina com o carbono para formar hidrocarbonetos, como gás, o carvão e o petróleo. No entanto, para ser utilizado como combustível de diversos modos, precisa ser separado dos outros elementos químicos existentes nos diversos elementos. Ressalte-se que os hidrocarbonetos são usados para gerar essa energia, que todos conhecem, poluindo o meio ambiente ao liberar carbono (CO2) na atmosfera. Somente no fim do século passado, o hidrogênio começou a ser produzido a partir de energias renováveis, como solar e eólica, por meio de um processo chamado eletrólise, e o resultado desse processo é o que se chama de hidrogênio verde, que é 100% sustentável, mas ainda caro para se produzir. Os especialistas em combustíveis esperam que esse possa apresentar uma solução ecológica para as indústrias poluidoras, como por exemplo; os transportes em geral, a indústria química, a siderurgia e a geração de energia termoelétrica. “Vivemos o início de uma revolução energética e o Brasil, por ter sol, vento e água abundantes, está em uma posição privilegiada. Também é possível usar biomassa, como o etanol, para produzir hidrogênio verde, ressaltando que isso só é sustentável se não prejudicar a produção de alimentos e não resultar em aumento da área plantada em biomas ameaçados como a Amazônia e o Cerrado”, disse Pinkowski, gerente de Inovação e Sustentabilidade na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha no Rio de Janeiro, responsável pelo Projeto do Estudo de Mapeamento do Setor de Hidrogênio no Brasil. “O Brasil tem tudo para se beneficiar dessa grande oportunidade, porém não pode cometer os mesmos erros do passado, como quando desperdiçou o potencial de exportação de etanol.” depois de listar as razões pelas quais acredita no potencial do Brasil como fornecedor de hidrogênio verde: 1) ser uma das mais importantes economias do mundo democrático; 2) possuir enorme potencial de geração de energia renovável, sobretudo no Nordeste, cuja costa está próxima da Europa; 3) ter um importante mercado consumidor interno que pode ajudar a alavancar a produção e o consumo de hidrogênio verde. Também, se pode observar que a produção de hidrogênio verde exigir muita água, o que é um desafio mesmo em um país com recursos hídricos abundantes como o Brasil. Como recomenda o Dr. Pinkowski, “o ideal será que o hidrogênio verde seja livre de pegada de carbono do começo ao fim da cadeia de produção, distribuição e consumo. No entanto, se sabe que o amadurecimento de novas tecnologias necessárias demanda um certo tempo. Contudo na União Europeia, a Alemanha usará sua força econômica e tecnológica para viabilizar essa novas tecnologias a serem utilizadas na produção de hidrogênio verde. Como já se tem um cenário real, a Amazônia ocupa 40% do território sul-americano, sendo que mais de 60% fica no Brasil e que cerca de 40% dos 60 milhões de habitantes da região vivem abaixo da linha de pobreza, pois na área social, a maioria das comunidades, povos da floresta, ribeirinhos, e na zona rural e nas cidades, carecem de serviços básicos. Assim, também, na área econômica, a região tem baixo nível de produtividade, muita informalidade e atividades ilegais. Sabe-se que os países que compartilham a Amazônia, há crescente conscientização de que é preciso preservar a maior floresta equatorial do mundo, junto com a percepção de que é fundamental observar também para as condições sociais e econômicas dos habitantes da região. O objetivo é priorizar projetos e ações que contribuam para a perenização da floresta, de seus rios e de sua biodiversidade e, ao mesmo tempo, possibilitem que a população amazônica tenha meios de vida adequados. Então, a produção do hidrogênio verde se torna uma das oportunidades de projetos para a região. Com a busca pela transição energética e em que o mercado se movimenta na direção de encontrar soluções de baixo carbono, o hidrogênio verde (H2V) vem se tornando uma das soluções mais prementes devido ao seu processo de produção com baixa emissão de gases de efeito estufa e aplicação válida em indústrias de alta intensidade energética, principalmente em setores cuja descarbonização dificilmente será atingida por soluções alternativas de hidrocarbonetos. Assim, observa-se esse mercado ainda está sendo desenvolvido, vemos uma crescente demanda por investimentos em projetos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) visando acelerar a produção desse combustível. Por outro lado, haja grandes desafios que pesam mais do lado da oferta, vislumbra-se que o hidrogênio verde (H2V) tenha potencial de desempenhar um papel crucial na transição energética, com o Brasil bem posicionado para se tornar um grande produtor. O que observar-se é a demanda vem ganhando força, haja vista, que a aplicação, principalmente, em setores de alta intensidade energética, cuja descarbonização dificilmente será atingida por soluções alternativas por combustíveis fósseis, apresenta-se nítido aumento de interesse no hidrogênio verde por parte de dos players do mercado devido cinco fatores principais: (a) crescente adoção de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa; (b) menores custos de energias renováveis; (c) aumento de incentivos fiscais para desenvolvimento e adoção desse combustível; (d) crescentes interesse de investimento privado; (e) riscos relacionados à segurança energética impulsionados pelo conflito Rússia-Ucrânia, dentre outros. Na atualidade a Europa é o mercado de hidrogênio verde que mais cresce no mundo, com a maior capacidade instalada de eletrólise e políticas públicas eficientes que incentivam o avanço de agendas instauradas na Comissão Europeia. Ressalte-se que o hidrogênio como combustível é uma realidade em países como Estados Unidos, Rússia, China, França ou Alemanha, assim como o Japão inclusive vai mais além, pretendendo ser uma economia de hidrogênio.(*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador Sênior, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]