É urgente e necessário que os professores sejam mais valorizados e respeitados, em primeiro lugar, pelos pais e responsáveis dos estudantes, pelos estudantes, pelas instituições públicas e privadas e pelos governos municipal, estadual e federal do Brasil. Nesta perspectiva, o projeto “Vozes da Educação de Manaus” é peça importante desse nosso trabalho de dar maior visibilidade às histórias de vida dos professores e professoras de Manaus. Sendo assim, conheça hoje a trajetória de vida do professor Rosivaldo Moreira na Educação de Manaus.
“Meu nome é Rosivaldo da Fonseca Moreira, em 18 anos de Educação, me acostumei a ser chamado de Professor. Tenho hoje 52 anos, formado em História e Especialista em Mídias na Educação, efetivo na Secretaria Municipal de Educação de Manaus e atualmente Formador na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério e coordenador da Feira Municipal de Ciências. Também faço parte do comitê de acompanhamento do programa Ciência na Escola (FAPEAM).
Minha história com a Educação inicia em 2004 quando início o curso de História. Já na Universidade sou apresentado a Iniciação Cientifica por minha professora de História Medieval Elisangela Maciel, sua forma de lecionar me encanta e nasce minha paixão pela História, por incentivo dela passo a fazer parte do Projeto “O Historiador e Sua Obra” (2004) do programa de Pré-Vestibular em História (2005), passo a lecionar em uma escola particular (2006) e orientado por ela faço minha inscrição no processo seletivo da SEDUC (2007) e início minha vida nos espaços públicos de ensino, me formo em 2008 e nesse mesmo ano presto concurso para uma cadeira em História na SEMED onde estou até hoje.
O que ficou dessa época em minha memória foi o papel fundamental de meus professores na minha vida, os debates calorosos sobre a nossa História, os seminários, as semanas de História, Consciência Negra dos povos originários e as resenhas sem nenhum compromisso regadas a um bom cafezinho no Hall do ICHL.
Em18 anos lecionando eu percebo altos e baixos na educação, ainda falta resolver muitas questões que implicam em uma educação de qualidade, como as sociais e econômicas, a desvalorização do profissional da educação, e questões de Gestão, só pra citar uma, em 2010 perdemos duas disciplinas importantes foram retiradas da grade curricular, Fundamentos de História e Geografia do Amazonas. Passar a dialogar sobre a História e Geografia do Brasil sem partir da nossa não faz sentido. Ainda assim sou consciente do papel fundamental e transformador da educação na vida de todos.
O papel das novas tecnologias e da formação continuada tem sido de grande relevância no fazer pedagógico, há ainda uma grande necessidade de potencializar essas ações para que o professor que está na ponta tenha de forma acessível todas as ferramentas possíveis para uso em sala de aula.
Sobre minhas experiências mais marcantes nesse trajeto posso citar meu convívio com a EJA, ter me permitido ensinar e aprender com alunos com uma rica trajetória foi transformador, trazer as falas de vidas, de necessidades, de querer aprender, de resistir e existir foi fantástico.
Minhas maiores influências são os professores que passaram por minha vida, Tia Cleide que me acompanhou por todo o primário, Marly Pereira que me trouxe uma História real em pleno regime militar, Elisangela Maciel que tornou-me filho de Clio (a Musa da História), Patrícia Sampaio e tantos outros que mudaram minha vida.
A mensagem que eu deixo aos colegas de profissão vem em forma de poesia para que tal qual os Pirilampos, sejamos luz na vida de nossos alunos.
Nas noites amazônicas luminus e dispersos,
alados, iluminados, seres em volta da luz.
Vagam seus lumes guiam as vidas, noturnas,
míticas em espectros encantados.
Bailam em verdes sagrados enigmáticos lumeeiros
vivas lamparina de pirilampos candeeiros”.