20 de outubro de 2024

Vozes da Educação de Manaus: Professora Maria Inalva

Dando continuidade ao projeto “Vozes da Educação de Manaus”, que tem como objetivo “Dar visibilidade às histórias de vida dos Professores e Professoras de Manaus”, conheça hoje a trajetória de vida da professora Maria Inalva na educação de Manaus.

“Eu sou Maria Inalva Augusta Silva, tenho 55 anos, sou natural de Cruzeiro do Sul, estado do Acre. Sou a 4ª filha e última do primeiro casamento de Dona Lacy Augusta da Silva. Sou divorciada, tenho dois filhos e um neto. Tenho duas formações acadêmicas em Serviço social e Pedagogia. Sou pós-graduada em Gestão Educacional e Docência Superior.

Iniciei minha vida profissional na educação no ano de 1991 quando Cursava o quarto ano adicional no Instituto de Educação do Amazonas quando a saudosa Professora Naifr Pedroso me indicou para trabalhar no Centro Educacional Casinha Feliz no Conjunto Vista Bela, Planalto.

O que mais me marcou, ou seja, que não consigo esquecer nesses anos todos foi o meu começo na educação, quando eu saia do Morro da liberdade às 4 horas da manhã, pegava o ônibus Norte/Sul e chegava à escola às 6 horas da manhã. E não me casava visto que já naquela época fazia educação por amor. Somente em 1996 entrei para o serviço público na Prefeitura Municipal de Manaus

Depois dessa experiência fui trabalhar com a modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) na Escola Municipal Maria Auxiliadora no Bairro de João Paulo. E aconteciam situações adversas à educação, mas que faziam parte do contexto social. Tínhamos o aluno que era chefe da “galera“ no bairro e quando eles se invocavam faziam guerra de merenda.

Um dia, um aluno veio super drogado para a sala de aula e eu com minha falta de experiência comecei a chorar e chamei o colega do lado que era homem para me ajudar. Meu amigo me falou que jamais deveria demonstrar meu medo para o aluno. E me perguntou: “Quer amarelar?”. Eu lhe respondi: “Não, jamais”. E segui em frente.

Outro fato que para mim foi inesquecível foi quando fomos surpreendidos por um assalto onde o ladrão colocou a arma na minha cabeça! E eu desde então não me senti mais segura naquele local.

Já com os pequenos, do 1º ao 5º ano, onde trabalhei a grande parte da minha vida profissional, era outro ambiente. Um ambiente que me cativou e me marcou positivamente, tanto é verdade que essa é a etapa de ensino que eu mais me identifico atualmente.

Quero nesta reta final da minha vida profissional continuar trabalhando com Educação Infantil e deixar germinar a semente do bem. Quanto aos estudos, pretendo fazer o Mestrado e o Doutorado. Meu sonho é publicar um livro. Um livro com as histórias que minha vida profissional me trouxe.

Como professora, gosto de contextualizar práticas pedagógicas buscando sempre nossos teóricos Jean Piaget, Vygotsky, dentre outros. Por fim, sou grata a Deus por tudo. Eu procuro está sempre na presença de Deus. E é isso que eu desejo para os professores nesse dia: fé, paz, amor, sabedoria e prosperidade”.

 

Luís Lemos

É filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de "Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente", Editora Viseu, 2021.

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