Você já deve ter lido artigos meus falando sobre sermos fortes e corajosos. Outros enfatizando que ninguém gosta de fracassar. Alguns tantos, sobre fortalecer suas competências para ser sua melhor versão. Despertar seu gigante interior e avançar.
Não existe nada de errado nesta abordagem. Inclusive, ela não é conflitante com o artigo de hoje. Nem tão pouco incongruente. Afinal, é preciso ser forte para admitir suas fraquezas.
É preciso coragem para não querer fracassar e planejar, bem como persistir com novas estratégias se o fracasso ocorrer.
Da mesma forma, o que você conquistou com as capacidades atuais levam você para os resultados de agora. Se deseja ir além, precisa assumir seus gaps de desenvolvimento para preencher as lacunas encontradas e ir mais além.
A reflexão de hoje nos permite pensar que desde muito pequenos somos incentivados a não chorar ou a sentir vergonha de expor nossas imperfeições. Somos distanciados da natural busca em abraçar nossas vulnerabilidades e aceitar nossas limitações.
Sabemos que todos nós temos medos, incertezas, inseguranças. Ao entendermos e aceitarmos as nossas imperfeições estaremos mais livres para sermos quem realmente somos e não gerar um esforço gigante para parecermos que estamos fortes quando estamos ruindo.
Quantas vezes queremos colo ou um ombro amigo e o que nos vem é a educação de que criança não deve chorar na frente dos outros ou que seremos punidos e recriminados pelos nossos erros. Esta lembrança trava nosso pedido de ajuda porque não queremos demostrar nossas fragilidades emocionais e bloqueios mentais.
Com o receio de sermos considerados frágeis e recebermos rótulos pejorativos, criamos a capa do super homem e da super mulher diante da cobrança dos outros para sermos fortes e bem sucedidos sempre.
O que quero estimular é que as pessoas que assumem publicamente suas vulnerabilidades emocionais são consideradas ousadas, afinal fazem o que muitos estão se escondendo com medo de realizar.
Não mencionar a ninguém uma experiência em que sentimos vulneráveis emocionalmente não faz com que ela desapareça. Ao contrário, a situação dolorosa pode ficar martelando na cabeça e intensificar um sofrimento que mais facilmente seria resolvido se nos permitíssemos olhar para ele.
Compartilhar suas dificuldades e não as encobrir libera você para viver quem realmente é, inclusive em suas fortalezas. Pense nisto!
Sei que não é fácil, mas procure não se sentir inadequado diante do julgamento impróprio das pessoas, até porque é comum nos julgarem sem nenhum fundamento.
Isso pode fazer com que você experimente algumas emoções como raiva, tristeza, desapontamento, medo, culpa ou outros. Entender que emoções costumam aflorar é natural e lidar com elas é muito mais importante do que mergulhar nas críticas alheias.
Deixe os outros pensarem o que quiserem. Aprender a lidar com as rejeições é um bom passo para abraçar suas imperfeições!
Avaliar até que ponto você fica tão preocupada com o que os outros pensam a ser respeito impede você não somente de mostrar como se sente para pedir ajuda quanto também para mostrar o seu grande potencial.
Veja que o impacto é gigante na sua rotina e nos seus relacionamentos, fazendo você se preocupar mais com o que as pessoas vão pensar sobre você do que com o que sente. Lembre-se: você é a pessoa mais importante para você.
Todos nós somos imperfeitos. Ter pessoas ao seu lado que entendem e respeitam as diferenças individuais será outro passo importante para se sentir confortável ao se mostrar também uma pessoa imperfeita. Avalie seu círculo intimo e repense quem merece mesmo estar em seu entorno.
O autoconhecimento tem um papel importantíssimo para sabermos lidar melhor com nossas vulnerabilidades. É importante saber o que lhe traz desconforto e quais são os gatilhos emocionais que tiram você da linha da inteligência emocional. Ele é a base para o crescimento e evolução e requer muita coragem para olhar para dentro sem receio do que vai encontrar.
Assumir nossas imperfeiçoes e vulnerabilidade é essencial para criarmos conexões mais profundas com os outros. Quando conversamos e abrimos o coração nos mostramos mais abertos e, portanto, mas humanos. Certamente isso cria uma forte ligação de almas.
Procure obter feedback de pessoas que amam você e serão sinceras em suas palavras. Ao pedir a opinião delas a seu respeito conseguirá entender muito das suas vulnerabilidades e fazer um quadro mais realista ao somar com a própria visão sobre como se posiciona na vida.
Obviamente que não tenho intensão de substituir o seu processo terapêutico, pelo contrário, quero conseguir nestas poucas linhas fazer você pensar sobre a possibilidade de fazer terapia para lidar com suas vulnerabilidades emocional.
Para este estimulo, que tal pensar sobre estes pontos de questionamento e avaliar como você está neste sentido?
– Você costuma enfrentar o medo de se expor e de se expressar com autenticidade?
– Pense em uma pessoa que você considera exemplo por ter assumido suas vulnerabilidades e imperfeições publicamente. Como foi?
– Quando lhe perguntam algo cuja resposta desconhece, você tem dificuldade para dizer que não sabe por julgar estar se expondo?
– Você tem dificuldade de dizer não, temendo desapontar as pessoas?
– Você tem tendência a falar o que os outros gostariam de ouvir?
– Você costuma evitar situações em que se sinta muito exposto? Por quê?
Muito provavelmente não conheço você e você não me conhece, mas de uma coisa nós sabemos: somos perfeitamente imperfeitos.
O que importa é aceitar quem somos e estando grato com o que nos tornamos até aqui não pararmos de evoluir.
Cintia Lima
Psicóloga, Mentora de Líderes e Master Coach
@psi.cintialima