O racismo é um dos maiores crimes perpetrados pela humanidade, algo que ainda é muito presente em praticamente todos os países cuja mão de obra foi explorada por séculos de escravidão de negros, retirados à força da África.
Fato que motiva muita violência contra a população negra. São tantos episódios que demonstram ainda o quanto somos racistas. Não adianta negar. A discriminação está no linguajar das pessoas, em suas ações, infelizmente uma herança perniciosa dos nossos remanescentes.
Porém, nos últimos tempos, os governos têm se empenhado em acabar com tanta discriminação. Ontem, ao participar da 41ª Reunião de Altas Autoridade sobre Direitos Humanos do Mercosul, em Buenos Aires, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, defendeu atuação conjunta da América Latina no combate ao racismo.
Para o ministro, a questão racial está na base dos problemas que levaram, por exemplo, à ascensão de regimes ditatoriais na região. “A facilidade com que o assassinato é incorporado à vida social tem a ver, portanto, com o fato de que nós somos fundamentalmente negros e indígenas”, disse em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (11), segundo divulgação do ministério.
De acordo com Silvio Almeida, as políticas de direitos humanos foram construídas para superação de ditaduras, o que serve de ligação entre os países. No entanto, ele acredita que é preciso repensar os parâmetros dessas políticas para que a proteção dos direitos humanos seja realmente efetiva.
“Temos que construir novos parâmetros, novas formas de fazer política para os direitos humanos não só na América Latina, mas no mundo todo. Eu me preocupo muito com a relação entre teoria e prática. Não tem outra saída: nossas práticas devem ser mais eficientes. Nós precisamos olhar para a conexão do que a gente chama de Direitos Humanos junto às outras questões que não eram tratadas neste campo”, afirmou ele.
No decorrer da reunião, iniciada segunda-feira (8), o ministro levou ao debate a necessidade da participação da sociedade civil nas decisões de suas nações. Segundo Almeida, “não há democracia e política de direitos humanos sem participação popular efetiva”, ressaltou ele.
“É fundamental que os representantes da sociedade civil tenham voz ativa nas discussões, pois são os movimentos sociais e as organizações que conhecem de perto as realidades e desafios das populações, em cada um dos nossos países”, disse.
Ele citou medidas adotadas pelo atual governo brasileiro para retomada do diálogo com os cidadãos brasileiros, como a recriação de conselhos com participação social e interlocução com movimentos populares e organizações.
Hoje, o ministro Silvio Almeida participa da Plenária de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do Mercosul, que encerra os seminários temáticos sobre crianças, adolescentes, mulheres, acesso à cultura e educação.
Perfil
PanAmazônia tem nova presidência
Reunindo várias empresas dos mais diversos setores produtivos, a Associação PanAmazônia elegeu a nova presidência do seu Conselho Diretor. Por unanimidade, foram aclamados os empresários Adélio Barofaldi e Jonathan Benchimol, como presidente e vice-presidente da instituição, respectivamente. Com larga experiência no ramo empresarial, os dois são grandes empreendedores na região. A eleição aconteceu na terça-feira (9). O mandato é de dois anos.
Formado em ciências contábeis pela Universidade Católica do Paraná, com MBA em gestão, Barofofaldi atua em Rondônia. Já ocupou cargos de direção em várias entidades da indústria. Como executivo, está à frente do Grupo Rovema, conglomerado que ajudou a fundar com o pioneirismo de seus familiares. Da mesma forma, Jonathan, filho do saudoso Saul Benchimol, construiu uma carreira de sucesso no Grupo Bemol. Técnico em química, cursou estatística na Ufam. Posteriormente, inglês na Oklahoma State University (EUA), onde obteve o grau de bacharelado. Hoje, é diretor de Operações e Transportes na empresa Sociedade Fogás Ltda.
Balanço
Ontem, a presidência da Assembleia Legislativa do Amazonas apresentou breve balanço dos primeiros 100 dias da legislatura. Recordista em apresentação de projetos, o deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Casa, contabiliza 70 matérias legislativas, das quais quatro de resolução e 151 requerimentos durante o período. Tanta produção o coloca como um dos parlamentares (senão o maior) mais atuantes da Aleam. E é hoje a liderança que comanda a bancada governista.
Contestação
Continua o movimento que se opõe à reeleição antecipada de Roberto Cidade para um terceiro mandato consecutivo antes do término do atual biênio em curso. Entidades têm movido recursos contestando a aprovação de uma PEC que alterou a Constituição estadual, permitindo manter o parlamentar e todo o seu séquito da Mesa Diretora até 2027. Juristas avaliam que a medida é inconstitucional. Porém, legislativos de outros Estados do País já tomaram a mesma iniciativa, com a anuência do Supremo.
Impasse
Vereadores de Manaus se mobilizam para a retirada da propaganda da Amazonas Energia, veiculada na mídia local, classificando como criminoso quem é contra a instalação dos medidores elétricos. Pegando carona no impasse para ficar mais sob os holofotes, o vereador Sassá da Construção (PT) disse que ninguém o fará desistir da luta em apoio aos protestos da população manauara. “O povo já disse que não quer esses aparelhos”, afirma ele, argumento que reverbera entre usuários. Habilidoso.
Baixaria
Barraco sacudiu a Câmara Municipal de Rio Preto da Eva. Destemperado, o prefeito Anderson Souza (PSC) agrediu o advogado Marcos Raimundo Faria Batista, que esteve na sessão plenária para negociar ajustes salariais cobrados por funcionários. E chegou a empurrá-lo do local aos gritos. “Eu não chamei nenhum advogado aqui”, bradava Souza. A confusão foi filmada. E vídeos sobre o caso foram veiculados nas redes sociais. A seccional da OAB-AM divulgou nota repudiando o episódio.
Rigor
O Brasil joga duro contra excesso em manifestações. A CCJ do Senado aprovou um projeto de lei que tipifica como “atos terroristas” os crimes praticados em nome ou em favor de grupos organizados. A matéria não precisa passar pelo plenário da Casa e pode seguir para a Câmara dos Deputados. Ela só será analisada pelos senadores em sessão plenária se for apresentado recurso nesse sentido. Na mira da proposta, estão as ações de milícias e facções. O objetivo é garanti maior punição a criminosos;
Tornozeleira
Enfim, saiu a liberdade. Ontem, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mandou soltar Anderson Torres. Pela decisão, em troca de prisão preventiva, Torres deverá usar tornozeleira eletrônica. Na decisão, o magistrado também determinou que o ex-ministro deverá cumprir recolhimento domiciliar no período noturno e aos finais de semana. Liderança do governo central anterior, ele está preso desde 14 de janeiro em função das investigações sobre os atos de 8 de janeiro.
Garimpo
O governo joga duro contra o garimpo ilegal. A PF e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) destruíram cinco dragas usadas por garimpeiros clandestinos em uma área de conservação no Amazonas. A ação ocorreu durante uma operação deflagrada, na madrugada de ontem, no município de Japurá (distante 780 quilômetros de Manaus). A ação ocorre após identificação dessas atividade em uma área de conservação federal, a 70 km da cidade do interior, segundo agentes federais.
Resistência
Apesar de enfrentar fogo cerrado contra a transferência da rodoviária de Manaus, a prefeitura resiste à oposição. Ontem, o prefeito David Almeida (Avante) anunciou a ordem de serviço para a construção do Terminal de Integração 7, que será localizado na Torquato Tapajós, esquina com avenida do Turismo, bairro Tarumã-Açu, próximo ao complexo viário Lydia da Eira Corrêa. O investimento no novo espaço será de R$ 15 milhões e vai beneficiar (por dia) mais de 45 mil usuários, segundo o município.
FRASES
“Nossa gestão tem compromisso com a população”.
Roberto Cidade (UB), deputado, ao fazer breve balanço das atividades na Assembleia.
“Somos fundamentalmente negros e indígenas”. Silvio Almeida, ministro, cobrando ações co