Startup amapaense, que produz café de açaí, mira no mercado internacional

Com alto valor agregado e importante para a economia da região Norte, o açaí, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traduz sua potencialidade econômica quando vista em dados nacionais. De acordo com o órgão, em 2021, foram produzidos no Brasil cerca de 1,4 milhão de toneladas de açaí em mais de 200 mil hectares de plantio, mostrando que a cadeia de valor do fruto foi de R$ 5,3 bilhões.

Tudo seria uma maravilha se os resíduos do açaí não causassem graves impactos ao meio ambiente devido ao acúmulo e despejo em locais inapropriados! Entretanto, a boa notícia é que o caroço do fruto pode ser reaproveitado e utilizado no artesanato, como adubo orgânico (após sua decomposição), e há – inclusive  – empresas que transformam esses resíduos em bebidas aromáticas, como é o caso da startup Engenho Café de Açaí, fundada em 2020, no estado do Amapá, pela sócia e CEO Valda Gonçalves (foto) e seu esposo e sócio Lázaro Gonçalves.

“Estávamos buscando uma forma sustentável de reaproveitar os caroços do açaí. Nós constatamos que já havia projetos-piloto que aproveitavam os caroços do açaí na produção de carvão, adubo, fertilizantes, biojoias e até ração, porém nada relacionado à alimentação humana. Foi daí que surgiu a ideia de transformar o caroço em bebida aromática. Fizemos vários testes até chegar a uma forma de protótipo viável e com sabor e aroma semelhantes ao café tradicional. Depois foi só aperfeiçoar a torra e o processamento inovador que retira as fibras do caroço, tornando o nosso sabor diferente de todos os que vieram depois. Assim, fomos a primeira empresa a utilizar de forma integral o fruto do açaí para fins alimentícios”, afirma a empreendedora.

Após o período de pesquisas, a startup passou a fabricar seu carro-chefe: o café de açaí! Vendido a distribuidoras, no atacado e no varejo ao consumidor final por preços que variam entre R$ 8 a R$ 15. A Engenho mantém seis funcionários na linha de produção.

A empresa retira da Amazonbai 4 toneladas/mês de resíduos do fruto que vão para a fabricação dos cafés. Segundo Valda, já existem planos para a expansão da planta fabril e aumento da capacidade produtiva. “Há um projeto para 2023 onde visamos à expansão do espaço fabril, bem como aumentar a capacidade de produção para 12 toneladas/mês, e aumentarmos para 20 funcionários”, antecipa.

Planejando a expansão de sua fábrica e o lançamento de uma nova linha de itens, Valda esteve recentemente na Alemanha para conhecer as possibilidades de entrada do produto no mercado europeu e aumentar as conexões de networking da marca. De acordo com a CEO, a experiência possibilitou a ampliação da base de clientes e o aumento de sua rede de contatos para futuros negócios internacionais.

“Pude entender como funciona o mercado europeu e os benefícios de se fazer parceria aqui, como o acesso a incentivos fiscais e as facilidades para exportação de produtos de origem orgânica, além de conhecer o ecossistema de inovação e tecnologia. Fiz contatos, network e parcerias para que em 2023 sejamos a primeira startup amapaense a exportar esse tipo de bebida para o continente europeu pelas portas alemãs”, conclui.

Para conhecer a Engenho do Açaí, basta entrar em contato pelo (96) 9 9185 6389, Instagram (@engenhocafedeacai) ou e-mail ([email protected]).

(FOTO)

Empreendedorismo feminino no Norte: banco oferece capacitação via WhatsApp

Com o objetivo de contribuir para inclusão e empoderamento feminino, o Itaú mantém o programa Itaú Mulher Empreendedora, que – inclusive – captou, no mês passado, nada menos do que R$ 2 bilhões em Letras Financeiras (LF) Sociais  para financiar pequenas e médias empresas lideradas por mulheres. Cerca de 10% desse recurso deve ser direcionado às empresas comandadas por lideranças femininas nas regiões Norte e Nordeste.

E para tornar o programa ainda mais acessível, o banco oferece um módulo de capacitação que pode ser feito pelo celular, via WhatsApp, que já alcançou 2.500 empreendedoras em todo país. Nesta nova fase, o curso será voltado para as mulheres das regiões Norte e Nordeste, com 1.400 vagas disponíveis. As inscrições vão até junho de 2023.

A capacitação conta com 10 videoaulas, de 2 a 5 minutos de duração cada. Alguns dos temas abordados no módulo pelo app de mensagens instantâneas são: “a fórmula do lucro”, “importância do planejamento”, “orçamento familiar” e “inovação”, temas essenciais para o conhecimento de qualquer empreendedor. Para ter acesso às videoaulas, inscreva-se gratuitamente no site do programa (https://www.itaumeunegocio.com.br/).

Coldplay investe em recursos mais sustentáveis

A banda inglesa, que está em turnê pelo Brasil, tem dado o que falar nas apresentações de São Paulo: shows lotados, golpe da maquininha e arquibancadas inundadas, já que São Pedro não deu trégua, são alguns dos problemas mais pontuais. Mas, pra piorar a lista de reclamações, até a filha da Baby do Brasil, a pastora-missionária Sarah Sheeva tem pregado que no céu não toca `Capetaplay´, criticando o repertório da banda.

Por outro lado, os integrantes decidiram apelar à tecnologia, ao biocombustível e materiais reutilizáveis para que a turnê cause o menor impacto ambiental possível. Tudo foi alicerçado em três frentes: diminuição das emissões de CO2, uso de tecnologias ecológicas e com baixa emissão de carbono, e a banda se propõe a compensar os impactos provocados pelas apresentações. Várias ações práticas estão sendo tomadas pelo Coldplay para ajudar o meio ambiente. Assim os meninos vão pro céu, né?

Com crescimento do mercado de energia solar, franquia busca parceiros

Crescendo de vento em popa, segue o mercado de energia solar no Brasil, país com altos índices de irradiação solar e que, portanto, contribui para um bom desempenho dos sistemas fotovoltaicos se considerarmos os fatores climáticos. Além disso, é sempre pertinente lembrar que essa solução é sustentável e renovável, sem contar que ninguém aguenta mais pagar a conta da energia elétrica.

Por essa razão, as franquias de energia solar prometem ser opção segura de negócio para que quer entrar no mercado.  A Blue Sol Energia Solar, empresa especializada em energia fotovoltaica, planeja dobrar de tamanho em 2023. A companhia encerrou 2022 com 300 franquias e busca parceiros para operar no Mato Grosso do Sul, Acre e Tocantins, onde ainda não há franquias da marca e que estão no alvo da expansão.

RÁPIDAS & BOAS

As inscrições para participar do Programa Gênese vão até o domingo (19/3). A iniciativa é voltada a jovens que pretendem iniciar no empreendedorismo. O programa integra a Plataforma de Inovação em Negócios da Bioeconomia da Jornada Amazônia, iniciativa coordenada e executada pela Fundação CERTI, com a coparticipação e investimentos do Bradesco, Fundo Vale, Itaú Unibanco e Santander. Para proceder a inscrição, basta acessar ao link (https://bityli.com/9wZjJ).

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Na quinta-feira (23/3), das 9h30 às 11h30 (Horário de Brasília), irá ocorrer o `UK-Brazil Partners in Tech´, realizado em parceria com a Mescla – PUC Campinas, Fundação Fórum Campinas Inovadora, Venture Hub e Softex Campinas. Na ocasião, participarão o time de investimentos do governo britânico e o especialista tech Chris Moore. O evento é presencial e a inscrição pode ser realizada pelo link (https://bityli.com/N4Dr1D).

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Nos dias 23 e 24/3, das 8h30 às 18h, acontecerá o Fórum Norte e Nordeste da Indústria da Construção Civil (FNNIC), no Quality Hotel. O evento é organizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (SINDUSCON-AM) e tem o objetivo de impulsionar a atividade econômica. As inscrições são gratuitas e estão sendo feitas através do link (https://bityli.com/sC8Uij).

1)- Como jornalista e escritora como você vê as pautas de igualdade de gênero. Quais desafios as mulheres enfrentam?

No meu entender, estamos vivendo um momento histórico de franca disrupção. A democratização dos meios de comunicação está dando voz a grupos minoritários e as mulheres estão aproveitando a oportunidade para conquistar mais espaços na sociedade e no trabalho. Isso contribui para a produção de mais pautas abordando temas do universo feminino. Mas, ainda enfrentamos muitos desafios práticos, vejamos a elevada taxa de feminicídio no país, jornadas triplas e preconceitos são fatores que limitantes e desencorajadores em vários sentidos.

Se considerarmos que em 2022, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 699 mulheres foram mortas em razão da sua condição de ser sexo feminino, sem contar as vidas perdidas – sob a mesma circunstância – e que não entraram nas estatísticas, a sensação é desanimadora, mas enxugamos as lágrimas e nos levantamos cedo no dia seguinte.

2)- Em relaçao ao mercado de trabalho, o que falta para as mulheres ocupem espaço que merecem?

A mudança é algo cultural e estrutural, ela vem acontecendo no silêncio do tempo, sorrateiramente. Se considerarmos que na época da revolução industrial, por exemplo, trabalhávamos em condições insalubres e precárias, conseguimos perceber – pelo tempo – os avanços até aqui conquistados. Entretanto, é preciso avançar muito para ocuparmos mais espaços.

Vejamos um dado que corrobora com essa afirmação: de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a diferença de remuneração entre homens e mulheres, que vinha em tendência de queda até 2020, voltou a subir  e atingiu 22% no fim de 2022, isso significa que uma brasileira recebe, em média, 78% do que ganha um homem!

Apesar dessa discrepância, vemos mulheres assumindo altos cargos de liderança em grandes empresas, o que motiva outras tantas e aponta um cenário favorável para nós.

3)- Você acredita que as leis que já existem sobre mulheres e gêneros já atendem totalmente as questões femininas?

Eu não atuo na área do Direito, mas sinto que – em muitas situações – temos leis demais. Quando um país precisa de um arcabouço de leis é porque a sociedade ainda não se educou eticamente. Mas, enfim, acredito que a Lei Maria da Penha (nº11.340/2006), foi realmente um marco na história e permitiu que novas leis e mecanismos fossem criados para dar ainda mais proteção à vida das mulheres. Entretanto,  precisamos em 2015, que fosse aprovada a Lei do Feminicídio (nº13.104/2015). Ou seja, leis criadas para reafirmar garantias que já deveriam ter sido absorvidas pelo conjunto social. Então, me pergunto até que ponto se trata do aspecto jurídico ?! Porém, é evidente que tais mecanismos são fundamentais e necessários na nossa sociedade.

4)- Mulheres de classes sociais mais periféricas ainda sofrem mais com preconceito e questões de gênero?

Sem sombra de dúvida! Primeiro, porque, geralmente, não tiveram acesso à educação formal nas escolas; segundo, porque engravidam muito meninas e; terceiro, porque mantêm relacionamentos com homens também vindos dessa triste realidade. Muitas delas acabam encontrando na prostituição a saída para sobreviverem, já que não têm profissão! É muito triste! Sou muito incentivadora do empreendedorismo feminino. Acredito demais que a transformação está por perto e pode ser o pontapé inicial para transformá-las!

5)- Como pode ser avaliado o governo Bolsonaro nessas questôes? Acha que haverá avanços com a gestão de Lula?

Tratar de política é sempre um caminho escorregadio e ardiloso, apesar de ser extremamente necessário! O Bolsonaro, na minha opinião, pecou muito em relação às políticas e condução sociais e ambientais. E, nesse aspecto estão as mulheres! O Lula, político de carteirinha, tem um posicionamento mais empático em relação às mulheres. Inclusive, dos 37 ministros, 11 são mulheres, um recorde no país. O Ministério da Saúde, por exemplo, pela primeira vez, tem uma mulher à frente, que é a Nísia Trindade. Torço para que o governo Lula deslanche e coloque o país nos trilhos!

6)- Como fazer com que as mulheres vençam no mercado por meio do empreeendedorismo?

O empreendedorismo feminino é fantástico! Atualmente, por conta do ESG (Environmental, Social e Governance), as companhias estão investindo pesado em ações que contribuam para a entrada de mulher no empreendedorismo, de modo a promover a equidade de gênero e o empoderamento feminino. Há centenas de capacitações, instituições e programas de incentivo. Bancos e instituições financeiras estão liberando linhas de crédito diferenciadas para negócios femininos. Conheço vários casos de mulheres que iniciaram praticamente sem nada e hoje já possuem loja física. Um caso é de uma moça que na pandemia se viu sem renda e começou a fazer empadão de frango. Foi melhorando o seu processo de produção, aumentou o cardápio e passou a divulgar no Instagram. E, recentemente, ela abriu uma loja física!

A qualificação e gerenciamento do negócio são fundamentais para quem deseja se estabelecer no mercado, e isso é totalmente possível por meio da internet! Temos, por exemplo, o Instituto da Rede Mulher Empreendedora (IRME) que faz um trabalho belíssimo capacitando mulheres.

7)- O que você aprendeu na vida que gostaria que as mulheres soubessem?

Venho de uma realidade muito pobre! A gente mal tinha dinheiro para comer. Fui criada com uma vó de coração que costurava na velha e boa Singer (máquina de costura) e a gente fica esperando entrar alguns trocados para eu correr ao mercado e comprar alguma coisa! Sei o que é passar necessidade, vontade e dificuldades. Mas, tudo, tudo se transforma quando temos um propósito e resiliência. Nunca desisti dos meus sonhos por mais que eles fossem praticamente impossíveis diante da tal da “realidade”. Se eu puder deixar alguma mensagem, seria a de que estudar, aprender, se melhorar internamente como pessoa (perdoando, buscando entender o próximo, ser generoso…) e ser resiliente: cair, levantar, cair e levantar quantas vezes for preciso é o caminho para o sucesso.

Cristina Monte

Cristina Monte é articulista do caderno de economia do Jornal do Commercio. Mantém artigos sobre comportamento, tecnologia, negócios.
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