A antiga Capitania de São José do Rio Negro, desmembrada do Estado do Grão-Pará e Maranhão, foi criada pelo Rei Dom José I de Portugal, por sugestão de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, através da Carta Régia de 03 de março de 1755.
A criação dessa nova unidade política colonial tinha três objetivos. O primeiro, facilitar a administração portuguesa na Amazônia, pois as dimensões geográficas da região faziam com que as decisões tomadas em São Luís, no Maranhão, e Belém, no Pará, chegassem de forma tardia nas localidades mais interioranas, extremamente distantes dos centros das decisões políticas. O segundo, facilitar a catequização dos indígenas. O terceiro, garantir a soberania portuguesa frente as ameaças de espanhóis, ingleses, holandeses e franceses.
Criada em 1755, sua instalação se deu em 07 de maio de 1758. Subordinada ao Estado do Grão-Pará e Maranhão, teve como primeiro Governador o militar português Joaquim de Melo e Póvoas, sobrinho de Francisco Xavier de Mendonça Furtado (Governador Geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão) e Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal.
A capital foi instalada na aldeia de Mariuá, criada pelos carmelitas em 1728. Mariuá foi elevada à categoria de vila em 06 de maio de 1758 com o nome de Barcelos. De acordo com o historiador Arthur Cézar Ferreira Reis, no livro ‘História do Amazonas’, a Capitania de São José do Rio Negro tinha os seguintes limites: Com a Capitania de Mato Grosso, ao sul, através da cachoeira de Nhamundá até sua foz no Amazonas e deste pelo outeiro do Maracá-Açu, ficando para o Rio Negro a margem ocidental do Nhamundá e do outeiro (REIS, 1989, p. 121).
De acordo com o historiador Francisco Jorge dos Santos, autor de ‘História do Amazonas’, a Capitania era formada por brancos europeus, em sua maioria ex-soldados; índios, a grande maioria, já aldeados; e negros, escravos de origem africana. Por volta de 1760 sua população era estimada em cerca de 5 mil habitantes (SANTOS, 2010, p. 112).
A Capitania de São José do Rio Negro foi crescendo lentamente, enfrentando o problema do baixo povoamento e da dependência política e econômica do Grão-Pará. No entanto, ainda no século XVIII, mais exatamente entre 1786 e 1799, ela viveria seu auge. A governou nesse tempo o Brigadeiro português Manuel da Gama Lobo d’ Almada, considerado pela historiografia o melhor administrador da região naquele período. Sua primeira medida foi a transferência, em 1791, da capital de Barcelos para o Lugar da Barra (Manaus), por possuir uma melhor localização geográfica, entre os rios Negro e Solimões, facilitando a defesa e o comércio. Almada construiu fábricas, açougues, padarias, cordoarias, engenhos e outros estabelecimentos que dinamizaram a economia da Capitania.
A Capitania de São José do Rio Negro existiu até 1825, quando no contexto da separação entre Brasil e Portugal, foi transformada em uma Comarca inferior subordinada à então Província do Grão-Pará.
FATOS DA SEMANA
No dia 03 de março de 1942 foram assinados os Acordos de Washington, entre Brasil e Estados Unidos, tendo como objetivo o fornecimento de matérias-primas, principalmente a borracha, para o abastecimento dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.