15 de setembro de 2024

”A Elevação do Amazonas à categoria de Província”; conheça a história por trás do 5 de Setembro

Nessa mesma data, em 1850, a antiga capitania de São José do Rio Negro, como era chamado o Amazonas, deixou de pertencer à Província do Grão Pará e se tornou independente.

Na semana da Pátria, os amazonenses têm um motivo a mais para comemorar. Hoje, 5 de setembro, feriado estadual, é celebrada a elevação do estado à categoria de província. Nessa mesma data, em 1850, a antiga capitania de São José do Rio Negro, como era chamado o Amazonas, deixou de pertencer à Província do Grão Pará e se tornou independente.

Conheça um pouco mais sobre a data!

Criação e Contexto Histórico:
O Amazonas foi elevado à categoria de província em 1850, durante o período imperial do Brasil. Na época, a região já era conhecida por sua vasta extensão e riqueza natural, mas ainda não tinha uma administração própria formalizada.

Divisão Administrativa:
Antes de se tornar uma província, a área que hoje é o estado do Amazonas estava subordinada a outras províncias, como a do Grão-Pará. A criação da província do Amazonas visava melhorar a administração local e promover o desenvolvimento da região.

Nome da Província:
O nome “Amazonas” foi inspirado no rio Amazonas, que é o maior rio do mundo em volume de água e um dos mais extensos. O nome, por sua vez, faz referência às lendárias Amazonas, guerreiras da mitologia grega.

Expansão Territorial:
A província do Amazonas tinha um território bem maior do que o atual estado, refletindo o interesse do Império Brasileiro em explorar e administrar a vasta região amazônica. A delimitação final e a organização do território foram ajustadas ao longo dos anos.

Desafios e Desenvolvimento:
Durante a sua formação, a província do Amazonas enfrentou vários desafios, como a dificuldade de comunicação e transporte devido às vastas áreas de floresta e rios. O desenvolvimento da região foi gradual, com foco na exploração do seringal e na construção de infraestrutura.

Capitais e Importância Econômica:
Manaus, a capital da província desde sua criação, tornou-se um importante centro comercial e econômico, especialmente durante o Ciclo da Borracha, quando a extração de látex se tornou uma das principais atividades econômicas da região.

Autonomia e Evolução:
A transformação em província foi um passo importante para a autonomia administrativa da região. Com o tempo, o Amazonas passou a ter um papel cada vez mais significativo no cenário nacional, tanto em termos de economia quanto em termos de preservação ambiental.

O secretário-geral do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, Geraldo Xavier dos Anjos, especialista em história, explica o que significou para a região a conquista dessa autonomia.

“Um dos fatos mais importantes desse período para nós foi a abertura da navegação do Amazonas ao países amigos. Naquela período, o governo imperial não permitia que navios estrangeiros andassem nessa área por várias questões econômicas, por causa do ouro, da borracha, das plantas da Amazônia. Muitas mudas foram contrabandeadas para outros países, a borracha também. Com a instalação da província, houve uma evolução do Amazonas, uma abertura, com a vinda de produtos estrangeiros para cá e a ida de produtos nossos para fora”, destaca.

Um dos nomes mais lembrados no 5 de setembro é o de João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, primeiro presidente da província do Amazonas. Ele foi uma das pessoas que mais lutou pela independência da região, junto com dom Romualdo Antônio de Seixas, deputado e bispo católico que defendeu por diversas vezes a autonomia em discursos na tribuna da Assembleia Geral do Império. Outra personalidade da época e apoiador de Tenreiro Aranha foi Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que prestou grande contribuição à indústria local e do país. Geraldo dos Anjos destaca a importância de se manter viva essa história.

“A memória volta todos os anos, há essa celebração para lembrar o esforço de Tenreiro Aranha e outros amazonenses e paraenses que brigaram pela independência do estado, para sua evolução. A lembrança anual é para mostrar à população e aos jovens essa demonstração de amor à terra, principalmente por Tenreiro Aranha, Dom Romualdo de Seixas e outros que lutaram. Nós precisamos nos lembrar o tempo todo desses valores”, ressalta Geraldo dos Anjos.

Mônica Freires

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