Andréia Leite
@andreiasleite_ @jcommercio
Os números da pesquisa de agosto sobre a situação econômica das empresas do segmento de alimentação fora do lar, mostram que a inadimplência nos empréstimos de linhas regulares teve queda de 25% em relação ao mês anterior. Por sua vez, os empréstimos via Pronampe aumentaram 24% frente a julho. A pesquisa divulgada pela Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes), em Manaus, demonstra um cenário econômico diferente para o setor. Não à toa, 46% das empresas operam com lucros. O retrato do panorama vem da percepção de ao menos 1670 empresários do segmento que participaram da pesquisa entre os dias 24 e 31 de agosto.
Em um paralelo entre o comportamento do setor hoje comparado há alguns meses, o panorama é bem diferente. “O setor continua em recuperação, acompanhando o aquecimento da economia e a desaceleração dos índices de inflação também contribui para a melhora no resultado financeiro dos negócios”, conclui o presidente da Abrasel no Amazonas, Rodrigo Zamperlini.
Corroborando o bom momento do setor, até o fim do ano, as empresas pretendem aumentar o volume de contratações, o que evidencia a retomada no mercado. “As contratações no nosso setor vêm acontecendo desde o início da retomada das atividades, nas pesquisas de julho e agosto a Abrasel incluiu a questão sobre a intenção das empresas de fazerem novas contratações até o final do ano e os índices foram bem parecidos nos dois meses, 36% e 35%, respectivamente, dos respondentes pretendem aumentar seus quadros de pessoal, o que demonstra a confiança dos empreendedores da alimentação fora do lar na continuidade do aquecimento da nossa economia, pelo menos até o final de 2022”, afirmou Zamperlini.
Como o setor vive uma escalada na recuperação, o levantamento indica que ao menos um quarto (25%), dos bares e restaurantes ainda trabalham com prejuízo. Outras 29% trabalharam em equilíbrio. Fazendo um comparativo com o ano de 2021, 69% das empresas respondentes dizem que o faturamento em julho de 2022 foi maior que o de julho de 2021. Outras 17% disseram que foi menor, e para 13% foi equivalente. 1% das empresas consultadas não existia em 2021.
Rodrigo Zamperlini acrescentou que o setor segue em ritmo de recuperação nas vendas e melhora nos resultados financeiros. “Ainda é expressivo o número de estabelecimentos que operam com prejuízo (25%), reflexo provável do endividamento causado pela pandemia. As contratações seguem em alta e 35% das empresas pretendem aumentar o quadro de pessoal até o final do ano, o que também ajuda na recuperação da economia como um todo”, explica Rodrigo.
Sobre as contratações, o otimismo no setor se reflete na intenção de contratar: 35% dizem que irão admitir novos colaboradores até o fim do ano. Outros 53% esperam manter o quadro atual de funcionários, e apenas 13% dizem que podem demitir. No horizonte, a chegada do verão e a Copa do Mundo também contribuem para as projeções de melhora.
Na questão do crédito também houve pequena melhora mostrando que 63% ainda possuem algum tipo de contrato. Em julho esse percentual era de 65%.
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Em maio, a pesquisa revelava que a situação econômica das empresas atravessava um desafio com a constante alta na inflação e por dívidas em aberto como impostos e outras despesas. Além disso, o aumento de custos dos insumos impactava o setor.
A inflação era o principal obstáculo para uma retomada mais rápida; os números mostravam que 65% não conseguem repassar aumento de custos; 38% dos respondentes dizem ter feito reajustes, mas abaixo da inflação oficial. Outros 27% não conseguiram reajustar o cardápio. Já 27% reajustaram somente para acompanhar a inflação e somente 8% dizem ter feito reajuste acima da inflação. Outros 67% dos que tiveram prejuízo citaram o aumento dos principais insumos (alimentos e bebidas) como um fator que contribuiu para o resultado negativo e entre os outros principais fatores citados estão custo com aluguel (56%), dívidas com empréstimos bancários (56%), dívidas com impostos (44%) e custo de energia (33%).
“Pela pesquisa realizada na época, fica claro que os empresários da alimentação fora do lar no Amazonas, além do peso da pandemia, refletido no endividamento do setor, também lidavam com o desafio da inflação, o reajuste de preços nos cardápios sem afugentar o cliente e o comprometimento da margem de lucro”, enfatizou o presidente da entidade no Amazonas.