18 de setembro de 2024

Alto consumo de streaming de vídeos indica futuro promissor do formato

Usar o termo “ver Netflix” – mesmo que não seja necessariamente na plataforma – já é algo comum na vida do brasileiro e aqueles que não acompanham os lançamentos de filmes e séries podem até ficar de fora da conversa com os amigos. O nome da plataforma se tornou sinônimo do momento de lazer, mas outros sites de streaming já chegaram ao Brasil depois da pioneira.

Pesquisas e estudos mostram um panorama do formato e próximas tendências

Usar o termo “ver Netflix” – mesmo que não seja necessariamente na plataforma – já é algo comum na vida do brasileiro e aqueles que não acompanham os lançamentos de filmes e séries podem até ficar de fora da conversa com os amigos. O nome da plataforma se tornou sinônimo do momento de lazer, mas outros sites de streaming já chegaram ao Brasil depois da pioneira. Hoje, o formato é um dos mais populares, dando ao país até mesmo o título de um dos locais com maior consumo de streaming em todo o mundo.

Além dos filmes e séries

Apesar de ser utilizada por muitos como um sinônimo para plataformas de filmes e séries, a palavra streaming se refere a todo tipo de conteúdo que utiliza a tecnologia de transmissão de dados pela Internet sem a necessidade de realizar um download. Ou seja, assistir um vídeo online é consumir um formato de streaming. Dessa maneira, o YouTube pode ser considerado um streaming, sendo, inclusive, um dos primeiros e mais importantes da Internet, já que surgiu ainda em 2005 e tem sua relevância até hoje.

Desde que ganharam popularidade, os conteúdos em vídeo sempre estão entre os mais consumidos. Em 2020, a pesquisa Inside Video, da Kantar IBOPE Media, apontou que 99% dos internautas assistem algum tipo de vídeo na internet, seja nas redes sociais ou nas plataformas de streaming.

consumo de vídeo no Brasil, de maneira geral, também chamou atenção na pesquisa. De acordo com os dados, 80% dos brasileiros assistem vídeos gratuitos, contra 65% de média dos outros países. Sobre o consumo em redes sociais e em serviços por assinatura, os dados mostraram o mesmo: brasileiros consomem mais do que os outras nacionalidades.

Popularidade do consumo de streaming

consumo de vídeos, como um todo, aumentou em todo o mundo (incluindo a TV), mas as plataformas de streamings ganharam de vez o gosto das pessoas. De acordo com o estudo da Kantar IBOPE Media, 68% das pessoas afirmaram que viram mais vídeo e TV online por plataformas de streaming gratuito durante a pandemia. Os streamings pagos também tiveram grande adesão: 58% das pessoas afirmaram consumir mais por essas plataformas durante o período de isolamento.

Inclusive, o país está em segundo lugar no ranking de maior porcentagem de pessoas que consomem pelo menos um serviço de streaming, com 64,58%, ficando atrás apenas da Nova Zelândia, com 65,26%. Os dados são da pesquisa realizada pela Finder.

Entre as plataformas mais utilizadas aqui no país, a Netflix lidera com 52,69%, sendo que a Disney+ em segundo, com 18,73%, na frente da Amazon Prime Video, com 9,57%, mesmo com menos tempo no mercado brasileiro.

Um ponto interessante é que a Globoplay não entrou na pesquisa, mas conta com grande número de assinantes: segundo a empresa, são 20 milhões de pessoas pagando pelo conteúdo da plataforma.

Além dessas, os anos de 2020 e 2021 também foram marcados pela chegada de novas plataformas de streaming ao Brasil, como a HBOMax, DirectTVGo, Star+, entre outros.

Vídeos longos vs. vídeos curtos

Quando o assunto é conteúdo em vídeo gratuito na internet, 2020 também abriu uma discussão sobre a duração deles: afinal, o público prefere vídeos mais longos ou mais curtos?

TikTok, rede social para produção de vídeos de até 3 minutos (e que antes eram apenas de 1 minuto), foi um dos aplicativos mais baixados do mundo. Foram 3 bilhões de downloads em todo o mundo. Os números indicavam uma preferência pelos vídeos curtos, principalmente entre os mais novos.

Uma pesquisa realizada pela AppAnnie mostrou exatamente isso: nos Estados Unidos, o TikTok tem uma audiência média maior do que o YouTube, mesmo com vídeos mais curtos, mostrando uma tendência de alto consumo de pequenos vídeos.

Para se ter ideia, é uma média de 24 horas e 38 minutos mensais gastos no TikTok, enquanto, no YouTube, a média é de 22 horas e 40 minutos. A pesquisa levou em consideração os aplicativos instalados em sistema Android.

A febre das lives

A rede social Twitch pode não ser tão conhecida ainda pelas pessoas mais velhas (a principal faixa etária da rede social é de 12 a 24 anos), mas vem se destacando no mercado de vídeos. Pela plataforma, as pessoas podem “streamar” conteúdos ao vivo, ou seja, produzir vídeos no formato live de todos os tipos. O site atraiu principalmente pessoas do mundo gamer.

Mas as lives já fazem sucesso por si só, seja no Twitch ou fora da plataforma. Uma reportagem da BBC News mostrou que as pessoas estão muito mais propensas a gastarem dinheiro em um formato de live, seja enviando valores esporádicos ou assinando o canal exclusivo do criador de conteúdo (como acontece na “roxinha”, apelido do Twitch).

Com a pandemia, as lives também foram bastante utilizadas para que lojas e marcas continuarem presentes no dia a dia de seus clientes, tornando as chamadas live commerces cada vez mais populares.

O futuro é dos vídeos?

Como as pesquisas mostraram, os vídeos são o formato queridinho do momento. São inúmeros dados que indicam a importância deles no dia a dia das pessoas, principalmente após a pandemia. E a tendência é que esses números continuem a crescer, pois o tempo gasto consumindo vídeos só aumenta a cada ano.

Para o estudo da Kantar IBOPE Media, todo esse sucesso é causado por três características principais: novidade, grande telas e sentimento de comunidade. Para os especialistas da consultoria, o fato de os vídeos serem dinâmicos e diferentes plataformas surgirem o tempo todo fazem com que o formato se mantenha relevante.

Outro ponto é o fato de a pandemia ter feito com que as pessoas buscassem por mais interação social online, o que acontece nas redes sociais, principalmente nas lives, por conta do imediatismo do diálogo.

Por todas essas características e dados, a pesquisa aponta os vídeos como um dos formatos mais promissores do momento e do futuro, considerando ainda que novas formas de se comunicar por meio dos vídeos ainda vão surgir.

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio

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