A tão esperada expansão comercial e imobiliária nas laterais e nas ruas de entorno da Avenida das Torres ainda vai levar algum tempo para se concretizar. Apesar de todos os terrenos já terem sido vendidos, nenhum empreendimento comercial que adquiriu lote na área, como supermercados, lojas de material de construção, bazares e postos de gasolina, deu início à obras.
Representantes dos comerciantes e construtores apostam no atrativo comercial da mais nova avenida que liga as zonas leste e oeste da cidade. Do ponto de vista econômico, a avenida promete futuramente se tornar uma nova Djalma Batista ou uma Grande Circular.
O presidente da FCDL/AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ralph Assayag, disse que pelo menos 20 pedidos de autorização para implantar postos de gasolina ao longo do trajeto da Avenida das Torres foram feitos, o que inviabilizou a implementação desse ramo de negócio num primeiro momento. “A avenida não suportaria tanta demanda para um mesmo tipo de negócio”, assinalou.
A corrida por um terreno na avenida supervalorizou a área, levando alguns empresários a pagarem R$ 400 pelo metro quadrado. Enquanto o valor estipulado no atual plano diretor da Prefeitura Municipal de Manaus é de R$ 55. Como os negócios não estão ocorrendo na velocidade esperada por alguns investidores, Assayag informou que tem gente querendo vender a área obtida para investir de outras formas. “Os negócios vão acontecer ao longo do trajeto da nova via de forma gradativa e não de imediato como muitos pensavam. Até porque depende da definição técnica do uso que será dado à Avenida das Torres pela própria prefeitura”, avaliou o dirigente.
Entre algumas lojas tradicionais de Manaus que adquiriram terreno na Avenida das Torres e anunciam por meio de placas seus espaços está a loja de autopeças Pemaza, que tem um lote nas proximidades da Avenida Tancredo Neves, nos fundos do conjunto Yael. Informações extraoficiais dão conta que a rede de supermercados DB também se faz presente na área.
Trabalho em sigilo
O presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Gaitano Antonnacio, afirmou que o metro quadrado da avenida está supervalorizado, inclusive valendo quatro a cinco vezes mais do que o estipulado pelo plano diretor. “Um terreno que custava em torno de R$ 10 mil hoje não sai por menos de R$ 15 mil a R$ 20 mil”, destacou.
Segundo Antonnacio, muitos grupos empresariais que adquiriram terreno no local estão trabalhando em sigilo, esperando o melhor momento para a implantação de seus negócios, inclusive a construção das lojas. O presidente da ACA concorda que a Avenida das Torres experimentará, além de um crescimento comercial, uma expansão imobiliária.
Corrida por terrenos gerou supervalorização
O presidente do Sinduscon/AM (Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Amazonas), Eduardo Lopes, também aposta nessa tendência. Isso se deve ao fato de, segundo avaliação do dirigente, a estrada ser bem projetada com três faixas para cada via, com facilidade e rapidez de escoamento do tráfego. A nova via contaria ainda com alternativas de locomoção e grandes áreas de terras sem edificações. “Todas essas prerrogativas aumentam o interesse pela área”, assinalou o dirigente.
Eduardo Lopes também admite que o metro quadrado da avenida está supervalorizado. Ele informa que existem especuladores em todas as áreas da cidade e quem for adquirir neste momento uma área nesta avenida certamente pagará uma valorização pelas benfeitorias que ali foram realizadas em virtude da Avenida das Torres.
“Potencial de mercado”
Existem especulações em torno da construção de um shopping na nova avenida –no caso, o Midway Tower Mall. O dirigente do Sinduscon/AM não soube confirmar, mas admitiu que caso isso venha a acontecer, seria uma amostra do grande potencial de mercado da cidade, considerando que outros grandes empreendimentos do mesmo tipo estão em andamento. Vale destacar que na parte imobiliária já existe um loteamento e um condomínio previstos e com os muros já levantados. Tratam-se, respectivamente, do Shizen e do Agarve.
Em linhas gerais, Eduardo Lopes avaliou que o setor da construção civil está aquecido, crescendo dentro do esperado para 2010, haja vista a oferta de unidades habitacionais que deve superar o mesmo período do ano anterior. Segundo Lopes, a expectativa de crescimento para o setor deve ficar em torno de 10% em 2010 em relação ao ano passado.