Os brasileiros que ganham um salário mínimo (R$ 1.212) comprometeram até 13,2% do valor para comprar um botijão de gás de 13 kg no mês de maio, encontrado pelo preço máximo de R$ 160.
O percentual é o maior atingido em 16 anos. Em 2006, o botijão mais caro encontrado custava na faixa de R$ 300, o que correspondia a 15% do salário mínimo da época.
As informações são de um levantamento do UOL, feito com base nas informações divulgadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Preço pela metade nunca foi atingido
Em 2019, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu que cortaria o preço do botijão pela metade. Entretanto, os valores praticados já acumulam alta de mais de 60%.
“O ‘choque de energia barata’ prometido por Guedes em 2019 não tem uma resposta rápida. O principal erro do governo foi não se dar conta de que mudanças estruturais têm um efeito no tempo da infraestrutura, que é um tempo longo. Em um país desburocratizado, esse tempo é de quatro, cinco anos. No Brasil é bem mais”, explicou Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP), ao UOL.
Soma-se a isso a falta de aumento real do salário mínimo. Desde que Jair Bolsonaro passou a ocupar a presidência do Brasil, o cálculo levou em consideração somente a inflação, sem considerar as variações do PIB (Produto Interno Bruto). Dessa forma, o piso não sobe acima da alta dos preços há três anos.