15 de setembro de 2024

Café Atelier Santa Cris promove um retorno ao início do século 20

O Café Atelier Santa Cris tem espaço para 60 pessoas sentadas. Funciona de segunda a terça-feira, das 11h às 19h; de quarta a sábado, das 8h às 22h; e aos domingos, das 7h ao meio-dia.

Já imaginou tomar um café da manhã num casarão secular, da época áurea do comércio da borracha, com ares daqueles tempos de prosperidade do início do século 20? Pois é isso que propõe o Café Atelier Santa Cris (rua Ferreira Pena, 145 – Centro), da empreendedora e estilista Cristiane Batista, inaugurado em dezembro do ano passado e que já conseguiu fidelizar clientes pelo ambiente, pelo cardápio e pelos serviços.

“Quis fazer a união de um café com um ateliê, pois sou estilista e apreciadora de arte. E nada mais romântico e ideal para essa junção do que um casarão que presenciou os primeiros anos do século 20, quando Manaus respirava ares do que existia de melhor nas sociedades inglesa e francesa, no estilo das roupas, dos móveis e decorações, e até nos chás e cafés”, explicou.

Para quem gosta de se imaginar no passado, o passeio começa logo na entrada com um chafariz e uma luminária originais dos primeiros anos do casarão. Lustres, também originais, ornam os salões do local.

“Quero que os clientes se sintam à vontade, como se estivessem na casa da avó”, avisou.

Criativa, Cris deixa sua marca em cada um dos espaços do Café como, por exemplo, nas mesas, cadeiras e louças do café e das refeições. Nenhuma é igual à outra e as mesas permanecem permanentemente arrumadas para o café, o almoço e o jantar.

 

“E tudo aqui está à venda, mesas, cadeiras, louças. Se o cliente se interessar, pode comprar, e já colocamos outra, com um novo modelo”, revelou.

Mas existem móveis que são da casa, relíquias, como a cristaleira, a penteadeira, o armário, um ferro de passar, pertencentes aos antigos donos.

 

Jantar secreto

O casarão é de propriedade de um empresário amazonense que o comprou, em 1984, de Lysette Câmara. Foi construído pelo avô de Lysette e herdado por sua mãe, Deyse. Lysette morou no casarão até vendê-lo. Assim que o empresário comprou o imóvel, o alugou para o governo, e nele chegou a funcionar a Casa do Cinema.

Agora, sob a administração de Cris, os salões do casarão abrigam várias formas de arte.

“Quero promover cursos de arte e estou aceitando sugestões. Já realizei um jantar com pintura de taça. Enquanto o ‘aluno’ pintava a taça, podia degustar os vinhos de nossa carta. Estou programando, agora, um curso de caricaturas, e assim eles vão surgindo”, adiantou.

Outra ideia de Cris é o jantar secreto. O cliente paga um valor fixo sem saber o que será servido no jantar. Sabe, apenas, que virá um drinque, a entrada, o prato principal e a sobremesa. E ainda terá que usar máscara. O jantar é acompanhado por música instrumental ao vivo. Também tem um pequeno sino, que circula pelas mesas.

“Na realidade o sininho é mais uma brincadeira, mas as pessoas acabam usando para chamar a garçonete. Ele ronda pelas mesas. Uma hora está numa, outra hora, noutra. Se o cliente sentar à mesa onde ele estiver, pode usá-lo à vontade”, esclareceu.

Já as paredes do Café Atelier Santa Cris são uma verdadeira galeria, com obras de vários artistas barés, como Jair Jacqmont e Jandr Reis, que ocupam boa parte dos espaços com seus quadros de cores vivas e arte abstrata.

“E estamos abertos a expor quadros de outros artistas, e tudo está à venda. Um dos objetivos desse espaço é também movimentar a cena cultural de Manaus. Até já tivemos o lançamento de livros da escritora Sandra Godinho”, disse.

 

Cardápio variado

O cardápio do Café Atelier Santa Cris é uma mistura de sabores e estilos. No café é servido do cappuccino brasileiro ao chocolate quente europeu passando pelos chás: o solar, com infusões Leão, e hibiscus lemonade.

Os drinques, então, são únicos: o Mimosa, que a própria Cris indica para o café da manhã; ou mesmo o Nascer do Sol no Largo. Tem ainda o Hot Dragon, com pitaya e pimenta malagueta, e o Amazon, com cachaça de jambu. O Chandon é delicado. Pode-se beber com canudinho.

“Amazonisamos o croissant, que virou croissant caboquinho e o cuscuz vem com filé e queijo. As tapiocas têm recheio de banana, queijo coalho, tucumã, e castanha; e as crepiocas vêm com frango, requeijão, bacon e até abacate. Nos sanduíches não pode faltar o X-Caboquinho e, lógico, o X-Santa Cris”, listou.

O almoço e o jantar encerram com medalhão de filé, risoto de camarão, costela de porco, strogonoff de frango, e costela de tambaqui. Na sobremesa, doces.

Como é comum em casarões seculares, no Café Atelier Santa Cris não poderia faltar o porão, originalmente utilizados para ventilação, hoje desnecessários devido aos ventiladores e ar condicionados. Cris transformou o porão em seu ateliê, de onde saem os mais diversos estilos de roupas criadas por ela e em exposição na sala de entrada do café.      

O Café Atelier Santa Cris tem espaço para 60 pessoas sentadas. Funciona de segunda a terça-feira, das 11h às 19h; de quarta a sábado, das 8h às 22h; e aos domingos, das 7h ao meio-dia.

Informações: @cafe_atelier_santa_cris   

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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