24 de novembro de 2024

Comércio de olho na virada do ano

Depois do Natal, os preparativos para a chegada do Ano Novo costumam elevar ainda mais as sondagens em torno das vendas para a data. Seguindo essa máxima, os gastos com as compras para a virada do ano devem manter o varejo aquecido neste fim de ano. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa divulgada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) ao revelar que 6% dos consumidores devem deixar de pagar alguma conta para participar das festas e 8% farão o mesmo para participar das comemorações de Ano Novo.

Para se ter uma ideia da força do Réveillon para o varejo, os consumidores que participaram do levantamento, informaram que entre as principais contas que deixarão de ser pagas para participar das festas de fim de ano são: cartão de crédito (23%), TV por assinatura (21%), internet (17%) e conta de água/luz (16%).

A CDL Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), projeta um crescimento entre 5% a 6% nas vendas do Réveillon em relação ao mesmo período do ano passado. O presidente da entidade, Ralph Assayag, explica que o período deve manter as vendas aquecidas e puxadas pelo entusiasmo do consumidor que segue em ritmo de comemoração. “Acredito que teremos um bom resultado. Já registramos uma segunda-feira pós-Natal excelente em movimento. Estamos bem otimistas e animados para que o restante da semana seja favorável tanto no comércio, quanto nos supermercados com as vendas de bebidas e de produtos para os preparativos da tradicional ceia”. 

As trocas de roupas das vitrines tiveram início nas primeiras horas desta segunda-feira (26). 

As vitrines das lojas mudaram após o Natal. Entram as roupas claras:o clássico branco e amarelo, cores preferidas para o réveillon. Além de uma tendência e procura pela cor verde que representa saúde. O empresário Omar Ibrahim que tem loja de moda masculina e feminina no ramo de confecção, passou o primeiro dia útil depois do Natal arrumando as vitrines da loja. 

“As nossas expectativas são as melhores possíveis. Vendemos 30% a mais no Natal deste ano, superando o volume das vendas do mesmo período de 2021. Esperamos que a virada do ano represente o mesmo percentual ou até mais, pois estamos há dois anos sem as festividades de Réveillon, com comemoração mais discreta devido à pandemia. Este ano com certeza deve ter um um aquecimento maior”. 

Ele reiterou que este ano a tendência é ter um aumento no consumo, devido a liberação das festas,  grandes eventos, além da festa principal na Praia de Ponta Negra que deve atrair milhares de pessoas para acompanhar a chegada de 2023.

A microempresária Nara Braga, que tem um negócio no ramo de acessórios e variedades na galeria popular Espírito Santo, acredita que apesar do movimento nas lojas no Natal ter sido aquém do esperado está otimista para a última semana do ano. “Quem vive nesse ramo do comércio a expectativa é sempre alcançar uma boa meta de vendas para renovar as forças para o ano seguinte. A expectativa é alta já que dezembro é um mês bom de vendas, e muita gente está disposto a investir em algum item para a virada”, disse a comerciante. 

O vendedor de uma loja no Centro da capital informou que muitos estabelecimentos já estão trabalhando com descontos. “É uma estratégia para manter o efeito das vendas como foi no Natal. Vale tudo para chamar o cliente e angariar bons resultados”. 

Cautela

Embora o mês de dezembro seja sinônimo de alta no consumo, o economista Eduardo Souza, orienta que as famílias tenham cautela para não ter um gasto desnecessário em função da cultura do consumismo. “Não se pode deixar levar pela euforia e empolgação frente ao consumo exacerbado. Muitas pessoas adotam esse tipo de postura, o que pode trazer um prejuízo à saúde financeira da família. É preciso planejar um gasto de acordo com que a pessoa pode investir e lembrar que o mercado desaquecido traz mais ofertas”. 

Segundo ele, é preciso avaliar o custo benefício de determinado produto e traçar uma meta de gasto. Ele ainda dá uma dica: Nunca optar por roupas que vai usar uma única vez, pesquisar e comprar com antecedência. “Comprar em larga escala tem uma grande diferença”, aconselha.

No entendimento do economista Bruno Renne, o ideal é buscar as promoções de janeiro logo depois das festas,pois devido a alta sazonalidade do mês de dezembro há um aumento nas vendas e consequentemente dos preços dos produtos. 

“O ideal para economizar é comprar fora desse período e não comprometer a renda com compras em várias parcelas”. Para quem segue a tradição e pretende comprar ele orienta que o 13º  salário é o aliado para compras à vista e sempre vale a pena pedir um desconto.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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