17 de novembro de 2024

Confiança do consumidor amazonense em alta

Se depender da confiança na economia, o varejo amazonense já pode se preparar para a alta das vendas na última quadrissemana do ano, já que 95% dos consumidores anunciaram compras para o Natal

Se depender da confiança na economia, o varejo amazonense já pode se preparar para a alta das vendas na última quadrissemana do ano, já que 95% dos consumidores anunciaram compras para o Natal. A informação foi divulgada pela Fecomércio (Federação do Comércio do Estado do Amazonas), que destacou na Pesquisa de Intenção de Compra e Confiança para dezembro os segmentos de vestuário (28%), calçados (25,3%) e móveis/decoração (4,5%) como os mais cogitados para as compras.
Os gastos pessoais também chamam atenção, já que a proximidade das festas natalinas e o 13º salário foram determinantes para a escolha de presentes entre R$ 501 e R$ 600, em média, de acordo com a pesquisa, o que deve injetar mais de R$ 4,5 milhões no setor. Além da subida de vestuário e calçados, o varejo de celulares (2,8%) e de utilidades domésticas (2,5%) volta a pontuar entre as intenções de gastos do consumidor.
O economista-chefe da Fecomércio, José Fernando Silva, a massa de rendimentos determinada pelo comportamento do salário mínimo e dos salários de muitas categorias reajustados acima da inflação corrente, bem como a evolução no mercado de trabalho e a implantação dos programas de transferências de renda, explicam boa parte do acelerado crescimento do mercado local, antecipando a saída da economia amazonense da crise. “O consumidor amazonense mantém para dezembro um grau de otimismo bastante elevado, pressupondo que o nível da atividade econômica local encontrou definitivamente a rota de recuperação”, afirmou.
Para José Fernando, as medidas governamentais de estímulo ao consumo como redução de II (Imposto de Importação) de diversos produtos, também contribuem para percepção mais positiva do consumidor, bem como a inflação controlada, que acaba preservando o poder de compra dos amazonenses. “Todos os produtos nas áreas de bens de capital e bens de informática/telecomunicações não produzidos no país tiveram alíquota reduzida para 2% ou simplesmente ficam isentos. Esse regime, renovado até 31 de dezembro de 2010, vai alavancar as vendas para o Natal”, afiançou.

Quantidade menor

Se, de um lado, segundo a Fecomercio, o consumidor aumentou a preferência pelo pagamento em dinheiro ou no débito automático, saltando de 61,3% em novembro para 64% em dezembro, no extremo oposto os dados mostram queda de 14,02% na intenção de novas aquisições, o menor desde agosto último. O empresário Roberto Bindá, do segmento de confecções, entende que a redução na quantidade de presentes se dá em virtude do receio do consumidor em relação às contas de janeiro. “Não dá para calcular o percentual de redução nos itens de compra, mas, no nosso caso, acredito que para cada cliente dois produtos serão comprados. No ano passado, a média era de três itens por cliente”, revelou.
Outro que reclamou do baixo volume de itens vendidos foi o varejista Clóvis Ronaldo Benzecry, do ramo de calçados. Localizada num dos corredores de compras mais agitados da capital amazonense, a rua Marechal Deodoro (também conhecida como “Bate-Palmas”), Centro, a loja não consegue vender na mesma proporção do Natal passado. “O pessoal anda meio ressabiado em comprar em grande quantidade. A cada quatro clientes, apenas um leva produtos. Em parte, isso se deve porque a concorrência aumentou, diluindo os nichos de mercado”, explicou.

Centro ainda é o local preferido para compras

O presidente da FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas), Ralph Assayag, disse não haver mais a forte preocupação do consumidor -marcante durante a crise, principalmente nas classes A e B- em aumentar os níveis de endividamento com compras. Para ele, a sobrecarga de pagamentos de tributos no início de cada ano é o único entrave que pode fazer as pessoas optarem por menores gastos. “Além disso, existe a questão da sazonalidade. Historicamente, exceto por alguns subsetores, o comércio sempre registrou alta em dezembro, por isso não é possível ainda perceber cautela na hora de ir às compras”, destacou.
Na pesquisa da Fecomercio foi considerado que, apesar da melhora na perspectiva para uma vaga de trabalho, a situação financeira da família ainda permanece a mesma para 69% dos entrevistados, quando comparada com o mês anterior, sendo que para 6,7% está um pouco ou muito pior. De acordo com a entidade, a expansão de shoppings em Manaus não foi suficiente para 71,2% dos consumidores mudarem a rota de compras que ainda passa pelo Centro, onde a maioria dos entrevistados pretende usar o 13º salário para pagamento de dívidas.

Varejo brasileiro aposta em aumento nas vendas

A maioria dos varejistas espera alta nas vendas no Natal. Segundo pesquisa da Serasa Experian com mil empresários, 53% prevêem alta no comparativo com o mesmo período em 2008, outros 31% a estabilidade e 16% a queda.
O crescimento médio esperado para o faturamento é de 17% e a queda de 18,5%. No ano passado, devido aos efeitos da crise internacional, 39% dos entrevistados aguardavam elevação do faturamento, 32%, estabilidade e 29%, recuo.
As grandes empresas do segmento são as mais otimistas, com 84% dos varejistas prevendo aumento. Entre as médias, são 63% e nas pequenas, a expectativa é mais cautelosa (48%). De acordo com os analistas da Serasa, a demora na normalização do crédito para esse segmento é a principal razão para o menor nível de otimismo.
Na análise por região, o Centro-Oeste apresenta a melhor expectativa para este Natal, já que 68% dos varejistas esperam um faturamento maior nessa data comemorativa. A recuperação dos preços das commodities locais, apontam os técnicos, está estimulando o comércio. Em seguida aparecem o Nordeste e o Norte (57% cada um), o Sudeste (55%) e o Sul (40%).
Os presentes que serão mais oferecidos neste Natal, de acordo com os varejistas, são celulares(27%), roupas, calçados e acessórios (26%), eletrônicos (12%) e eletrodomésticos (9%).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

Veja também

Pesquisar