Neste domingo (2), os eleitores brasileiros vão às urnas no primeiro turno das eleições deste ano. Há muitas expectativas no ar. Eventuais vencedores continuam, porém, sendo uma incógnita. Na sexta-feira (30), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recebeu no Congresso Nacional uma delegação estrangeira do Programa de Convidados Internacionais para as Eleições Gerais de 2022.
A comitiva conta com autoridades eleitorais, representantes de organismos internacionais e profissionais da imprensa estrangeira. Os seus 87 participantes de 26 países foram recebidos em uma solenidade no plenário do Senado. Em seu discurso, Pacheco destacou o compromisso do País com a democracia e defendeu as urnas eletrônicas brasileiras.
Na sessão solene, Pacheco explicou os pilares democráticos do País, erguidos na Constituição de 1988, representados pelo voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais.
“A democracia, portanto, é o compromisso inexpugnável do nosso sistema. Dentro dos limites lógicos desse regime, as instituições brasileiras têm trabalhado para aperfeiçoá-lo ainda mais, e a sociedade, a cada ano, reforça sua adesão a ele”, disse.
Em seguida, ele falou da urna eletrônica em tom elogioso e orgulhoso. O equipamento é usado no País desde 1996 e revolucionou a forma de apurar e a velocidade na apuração dos votos no Brasil. “A urna eletrônica viabilizou uma apuração rigorosa, transparente e rápida, essencial para que as eleições tenham resultados incontestes. A urna eletrônica, junto a outros mecanismos desenvolvidos pela Justiça Eleitoral, constitui um pilar da democracia brasileira. E repito: é motivo de grande orgulho nacional”, acentuou.
O presidente do Congresso dedicou, ainda, parte de seu discurso para falar da atuação do Senado em 2022. Citou, dentre outros, a aprovação de projetos de combate à Ccovid-19, a pauta ambiental e a criação de uma comissão para acompanhar as investigações do assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.
Ao final da solenidade, o grupo de convidados internacionais fez uma visita guiada pelo Congresso Nacional. O grupo, que veio ao Brasil a convite do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), também participou de um ciclo de palestras promovidos pela Corte.
Entre as autoridades e personalidades convidadas, figuram integrantes do Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (Idea Internacional). São eles: a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, a ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucía Ramírez e a senadora uruguaia Mónica Xavier; o secretário-geral Kevin Casas-Zamora; e o diretor regional para América Latina, Daniel Zovatto. Também estão no Brasil convidados de Portugal, da Rússia, da França e da Espanha.
Nota abre Perfil
Round na TV pode influenciar eleitores
Protagonizados por Bolsonaro (PL) e Padre Kelman (PTB), o último debate entre presidenciáveis na TV Globo pode influenciar nas intenções de voto em Lula, que foi massacrado diante de milhões de telespectadores na noite de quinta-feira (30), chegando inclusive a perder o controle. A população assistiu a um completo palco de MMA durante o horário mais nobre da televisão. Em vez de apresentar propostas, como anseia o brasileiro, o presidente e seu candidato laranja, como bem classificou o ex-presidente, limitaram-se a direcionar sua metralhadora verbal contra o petista.
Neste domingo, a votação no primeiro turno das eleições deste ano pode reservar muitas surpresas, corroborando para diminuir a preferência do eleitorado por Lula, que antes vinha liderando as pesquisas na corrida pela Presidência da República. O sentimento no comando da campanha do petista é de que o presidenciável caiu na armadilha de Padre Kelman, fortalecendo as investidas de Bolsonaro, objetivando convencer eleitores a decidir pela reeleição. Não se viu o mesmo Lula de antes – equilibrado, conciliador e moderador, diante de uma situação tão adversa. O desfecho das eleições continua uma incógnita. E cresce o acirramento.
Reconhecimento
Interpelado pela jornalista Renata Lo Prete, Lula reconheceu o ‘mea culpa’ por perder o equilíbrio devido ao fogo cruzado, mas ressaltou que precisava esboçar alguma reação diante de tantas mentiras veiculadas durante o debate contra ele. E lembrou que foi absolvido das acusações pela mais alta Corte do País, inclusive na ONU e em outros organismos internacionais. “Estávamos ali para apresentar propostas. E não para protagonizar tantos insultos, um desrespeito à população”, disse. Com certeza.
Repercussão
A mídia internacional também repercutiu o último debate presidencial. E voltou a chamar a atenção sobre a postura de Bolsonaro, hoje alvo de críticas em nichos da imprensa mundial que tendem mais para a esquerda. Nossos países vizinhos também reagiram contra os insultos visando prejudicar a imagem de Lula. E lembraram que o líder petista foi absolvido de todas as suas acusações. O governo colombiano, hoje comandado por setores esquerdistas, saiu em defesa do ex-presidente.
Opinião
Seguidores e Lula e Bolsonaro no Amazonas também se manifestaram sobre o último debate entre presidenciáveis na TV Globo, na quinta-feira (29), dividindo as opiniões. Para bolsonaristas, o atual presidente tem grandes chances de vencer no primeiro turno das eleições, que acontecem neste domingo 02). E muitos classificam as pesquisas pró-Lula como tendenciosas. O próprio chefe do Planalto tem declarado que nunca uma pesquisa de opinião venceu eleição no Brasil. Mas só as urnas dirão.
Liderança
O governador Wilson Lima (UB) lidera as pesquisas, mas dificilmente vencerá no primeiro turno, que acontece neste domingo. Uma eventual segunda fase da disputa poderá ter Amazonino Mendes (Cidadania) ou Eduardo Braga (MDB), que estão tecnicamente empatados na preferência do eleitorado amazonense, segundo os últimos dados levantados sobre a briga pelo Palácio Rio Negro. Porém, Braga, que tem Lula como o seu maior cabo eleitoral, pode desbancar o ex-governador.
Senado
Maior articulador da campanha de Bolsonaro no Amazonas, o Coronel Menezes (PL) cresceu nas últimas pesquisas. Já encosta em Omar Aziz (PSD), com possiblidades, inclusive, de superar Arthur Neto (PSDB) no confronto pela única vaga pelo Senado no Estado nas eleições deste ano. Estando no cargo, Aziz tem maior visibilidade, algo que poderá fazer diferença nas intenções de voto dos eleitores. Mas nada está ainda definido, podendo surgir surpresas na apuração deste domingo. É esperar para ver.
Atuação
Comandos de campanha estão a postos no Amazonas. O prazo para propaganda gratuita e a realização de comícios terminou na quinta-feira (29) no Brasil. Equipes de candidatos estão esperançosos, principalmente em relação ao governador Wilson Lima, que deverá disputar o segundo turno com Amazonino ou Eduardo Braga. Para a Câmara Federal, Marcelo Ramos (PSD) e José Ricardo (PT) devem se reeleger. Vanessa Grazziotin (PC do B) e Amom Mandel (Cidadania) também têm amplas possibilidades.
BR-319
O Dnit estava ciente sobre as más condições da ponte na BR-319 que desabou, deixando mortos e feridos, segundo especialistas. A estrutura apresentava várias rachaduras. Um vídeo foi veiculado mostrando a situação precária que causou a tragédia. O MPF enviou ofício ao órgão questionando a falta de manutenção. Pelo menos 12 veículos afundaram durante o acidente. Quatro pessoas morreram, 14 ficaram feridas e outras continuam desaparecidas. O poder público deve ser acionado.
Calor
A sensação térmica nesta época já ultrapassa os 40 graus em Manaus, causando desconforto na população manauara. Setembro é o mês mais quente no Amazonas. Doenças oportunistas encontram o clima ideal para a disseminação. Hospitais têm registrado muitos casos de infecção respiratória. E as crianças são os maiores alvos. Portanto, as recomendações das autoridades de saúde é manter o organismo sempre hidratado. E a prevenção é a melhor solução. Pena que nem todos têm esses cuidados.
FRASES
“Enquanto eles atacam, nós trabalhamos”.
Wilson Lima (UB), governador, em resposta a adversários durante o último comício.
“A democracia é o compromisso”.
Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso, ao receber delegação estrangeira.
