De olho no futuro, o saudoso jornalista Guilherme Aluízio de Oliveira Silva fez do jornalismo mais do que uma profissão, sempre antenado nas mudanças e peculiaridades de uma época. Assim foi o seu legado profissional. Foi repórter, redator, editor de jornais que marcaram o segmento no passado, empresário, consagrando–se posteriormente como pro proprietário do Jornal do Commercio, realizando o seu grande sonho, passando a ser empresário de comunicação.
Transitou junto a um grupo seleto de jornalistas cujas “penas” tão bem elaboradas eram mais do que uma matéria. Em vez de uma simples reporta gem, as produções caracteriza vam-se como obras literárias. Outros tempos em que ser jornalista era como ser um representante fiel de fatos de uma sociedade sobre os mais variados temas, registrando os acontecimentos com isenção, muita credibilidade e defen dendo os interesses da popu lação. Com um texto impecável, seu Guilherme já demonstrava o quilate do homem que seria ao longo de tantos anos. Aos seus pares, como antes e até ao final de sua vida, dedicada a um jornalismo sério, com responsabilidade e muita seriedade, foi e continua sendo referência para a classe.
Culto e versátil, dominava com maestria os mais diversos assuntos, demonstrando o quanto era sábio, tirando dúvidas de quem convivia com ele diariamente. Estava sempre disposto a ajudar, não importassem as circunstâncias ou adversidades. Nas redações, exibia o sorriso largo que cativava seus funcionários no JC. E também de quem desfrutava de seu cotidiano, dentro e fora da em presa. Sempre dando incentivos, orientando, emprestando sua experiência de décadas na profissão para os que tinham interesse em avançar na atividade, com grande alcance social, político e econômico. Aliás, o bom jornalismo é um retrato da sociedade, claro, se tiver compromisso e empenho de seus quadros. Seu Guilherme atuou de forma exemplar desde quando a atividade jornalística permeava o romantismo, tendência que envolveu grandes profissionais de um passado não tão distante na região, dos quais ele é um dos maiores e legítimos representantes no Estado do Amazonas. Daí se justifica o título da obra bibliográfica sobre o Dr. Guilherme, como era chamado pelos mais próximos, escrita e lança da recentemente pelo jornalista Elcias Moreira. A publicação é um retrato fiel da vida de um homem que já se tornou uma entidade, servindo de referência antes e para as próximas gerações. Testemunhos ainda vivos relatam quem era seu Guilherme, o homem dócil, educado, cultíssimo, um autêntico gentleman. São personalidades raras, que existem a cada momento histórico.
Reconhecimento do seu legado profissional
Conhecendo-o de longas datas, a historiadora, jornalista e escritora Etelvina Garcia resume em poucas palavras a trajetória de seu grande ami go, não escondendo a sua admiração pelo excelente profissional que ele foi, um pai de família generoso, dedicado e exemplar, tornando-se um empresário empreendedor. Foram muitas décadas de amizade, fazendo intercâmbio profissional, discutindo temas complexos, dominados por quem, realmente, tinha muita leitura e aprendizado, amealhados por décadas na profissão.
“A vocação do jornalista e empresário Guilherme Aluí zio de Oliveira Silva floresceu muito cedo e se consolidou ao correr de uma vida muito bonita, dedicada á família, aos muitos amigos e aos interesses econômicos – sociais do Amazonas. Um cidadão nobre, de atitudes elegantes, sensatas, firmes, equilibradas, fortemente vinculadas, em mais de três décadas, ao nosso Jornal do Commercio, esse admirável patrimônio do jornalismo amazonense que há 121 anos honra a imprensa brasileira”, ressalta ela.
O diretor-presidente do Sistema de Comunicação Encontro das Águas, jornalista Oswaldo Lopes Filho, conta que trabalhou junto com o Dr. Guilherme. E compartilha do mesmo sentimento sobre a dimensão do grande homem e profissional que ele foi.
“Guilherme Aluízio de Oliveira Silva foi uma pessoa que vai ficar nos anais do jornalismo amazonense pela ética e pela postura que sempre implementou em fazer jornalismo. Eu, como profissional de comunicação e jornalista que sou, trago o Guilherme como uma referência de vida, tanto profissional quanto pessoal. Uma pessoa que até hoje faz falta para nós que militamos no jornalismo aqui no Amazonas. Sempre tinha uma palavra de ponderação, de conciliação para desfazer sempre aqueles mal-entendidos que o colega tinha naturalmente na profissão. Aprendi muito com ele”, diz. “Soube trazer isso para minha vida pessoal e profissional”, acrescenta. “Ao homem Dr. Guilherme Aluí zio o meu respeito e a minha saudade acima de tudo. Tive oportunidade de conviver ao lado dele e aprender muito com ele”. Hoje, o empresário Sócrates Bomfim Neto toca a empresa deixada pelo pai, mantendo vivo o grande sonho do Dr. Guilherme, de fazer do jornalismo uma profissão, com muita ética, empenho, dedicação e referencial, com muita credibilidade nas reportagens que divulga diariamente, registrando por 121 anos os acontecimentos no Estado do Amazonas.
Por ocasião do lançamento da biografia do pai, há dois anos, Sócrates Bomfim Neto não escondeu a emoção ao falar do patriarca. “O legado que ele deixou, não só na comunicação como em toda a atividade empresarial no Amazonas, finalmente conseguimos trazer toda a história dele e deixar gravada para a posteridade”, disse. Algo também compartilha do por dona Selma Bomfim, esposa, também uma mulher empreendedora. “Tive 55 anos de casamento. Então, eu diria que a obra é um retrato fiel do que era Guilherme Aluízio”, afirmou