18 de outubro de 2024

Durante quatro dias Manaus será a capital nacional dos games com a realização do SBGames

O evento acontece nas dependências da EST/UEA.

Entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro a Escola Superior de Tecnologia da UEA (EST/UEA) sediará, pela primeira vez, o SBGames (Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital). Para explicar melhor sobre esse importante evento para o universo dos games, o Jornal do Commercio entrevistou Jucimar Maia Júnior, diretor da EST/UEA.

 

Jornal do Commercio: Como está a EST/UEA no desenvolvimento de jogos eletrônicos?

Jucimar Maia: Atualmente possuímos mais de três mil alunos e um corpo docente de mais de 170 professores. Ofertamos cursos de graduação e pós-graduação nas mais diversas áreas da Engenharia e Tecnologia e somos líderes em projetos de PD&I. Nossa pós-graduação lato sensu em Desenvolvimento em Jogos Eletrônicos já está em sua quarta turma, formando o melhor capital humano da região para um mercado em plena expansão no Brasil e em todo o mundo. Hoje, a gestão superior da UEA, na pessoa do reitor André Zogahib, tem nos dado todo o apoio para esse trabalho de formação de talentos. Futuramente teremos o nosso Parque Tecnológico, com a indústria de games como um de seus eixos. 

 

JC: Desde quando essa EST/UEA existe? Já formou quantos profissionais de games? Eles se encontram onde? Como fazer para se tornar um aluno da Escola?

JM: A EST/UEA nasceu da antiga Utam (Universidade de Tecnologia da Amazônia) e integra a estrutura da UEA desde a sua fundação, em 2001. Nos últimos três anos, tivemos mais de 300 profissionais formados no desenvolvimento de games, seja por meio do curso de pós-graduação ou do Ludus Lab (Laboratório de Tecnologia, Inovação e Economia Criativa da UEA). Dentro do Ludus, também temos o Arkade Academy, com capacitações abertas ao público. Muitos de nossos alunos, depois de formados, são convidados a trabalhar nos Estados Unidos e na Europa em grandes estúdios do segmento, como o EA Games e Ubisoft, só para citar alguns exemplos. O ingresso na EST/UEA se dá pelo vestibular da UEA ou pelo SIS (Sistema de Ingresso Seriado). 

 

JC: A UEA disponibiliza para os amazonenses os games desenvolvidos por amazonenses?

JM: Temos um laboratório chamado Saltu, em parceria com a empresa TecToy, onde nossos estudantes e pesquisadores desenvolvem os jogos eletrônicos. A maioria desses games são produzidos sob encomenda de diferentes empresas, principalmente da própria TecToy. Entretanto, todas elas pedem sigilo em torno dos projetos, logo, nem todos eles podem ser divulgados pela nossa escola, ficando a cargo dessas empresas. 

 

JC: É verdade que o Amazonas possui estúdios desenvolvendo games com desenvolvedores formados pela EST/UEA?

JM: O Brasil tem, hoje, mais de mil estúdios desenvolvedores de jogos, sendo nove somente no Amazonas, conforme dados da Pesquisa da Indústria Brasileira de Games 2023. Também existe a AGD (Amazonas Game Dev), que é a comunidade de criadores de jogos eletrônicos do Amazonas. 90% das startups e estúdios de games de Manaus têm o DNA da EST/UEA, com profissionais que já passaram por aqui.

 

JC: Qual a importância de o SBGames ser realizado em Manaus?

JM: O mercado de games gera milhares de empregos e movimenta em torno de US$ 200 bilhões no mundo inteiro. Na EST/UEA, trabalhamos para formar o melhor capital humano possível. Com o SBGames 2024, Manaus se tornará a capital nacional dos jogos eletrônicos, e consideramos isso uma conquista que mostra que estamos prontos para ser referência em tecnologia de entretenimento. Durante o simpósio, receberemos os maiores pensadores do Brasil e do mundo nessa área e, com isso, poderemos apresentar todas as possibilidades do mercado a milhares de jovens amazonenses, além de mostrar para esses cientistas de fora que na Amazônia se faz ciência e tecnologia de ponta.

 

JC: Que atividades, durante a SBGames, terão para os leigos que pretendem entrar no universo dos games?

JM: Para visitantes, teremos temas que vão de arte e design, computação, cultura e educação. Haverá apresentação de livros, festivais de artes e de jogos, fórum de ensino de jogos digitais e de esportes eletrônicos. Pretendemos mostrar que esse é um mercado promissor e pode ser a virada de chave para centenas de pessoas que sonham em trabalhar com games. 

 

JC: Por que o desenvolvedor de jogos é a profissão do futuro?

JM: É a profissão do futuro, principalmente no Brasil, porque agora temos o Marco Legal dos Jogos Eletrônicos, assinado pelo presidente Lula, que está trazendo modificações importantes e muito positivas para esse mercado. Ainda está na fase inicial, mas as perspectivas são muito promissoras para um futuro bem próximo.

 

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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