As questões ambientais e educação ambiental têm papel significativo na formação de cidadãos mais conscientes. Aprender sobre sustentabilidade vai além de preservar o meio ambiente, requer entendimento e responsabilidade de mudança de hábitos simples. Essa consciência vem sendo desenvolvida em escolas públicas do Amazonas. Ações e projetos ambientais positivos priorizam incentivo ecológico dentro desses espaços educacionais.
A Semed (Secretaria Municipal de Educação) por exemplo possui um setor de educação ambiental não formal, denominado Coordenadoria das Ocas do Conhecimento Ambiental,
responsável por desenvolver projetos e ações ambientais nas unidades de ensino da rede municipal, além de coordenar os espaços denominados Ocas do Conhecimento Ambiental.
Para a secretaria, a importância de implementar ao projeto pedagógico atividades que promovam essa conscientização reforça seu compromisso com a preservação do meio ambiente e a formação de uma sociedade mais sustentável. “Ao implementar essas ações e atividades, a Semed compreende que os professores devem empenhar-se na busca da melhoria do planeta mediante a procura da melhoria da qualidade de vida e pelas melhores condições ambientais por intermédio da Educação Ambiental. Entende-se que a Educação Ambiental pode mudar hábitos, transformar a situação do planeta Terra e proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas. E isso, só se fará com uma prática de educação ambiental, onde cada indivíduo sinta-se responsável em fazer algo para conter o avanço da degradação ambiental.
A pasta reforça o compromisso com a preservação do meio ambiente e a formação de uma sociedade mais sustentável, incentivando e implementando ações de cunho sustentável nas escolas, com aprendizados voltados para a formação da consciência sobre a postura do homem em relação ao meio ambiente, informando e sensibilizando as pessoas sobre os problemas ambientais buscando novas soluções, transformando o indivíduo participa nas decisões de sua comunidade.
A Escola Municipal Professor Roberto dos Santos Vieira, possui inúmeros projetos voltados para o meio ambiente. Entre eles, destaca-se Horta em Pneus, projeto desenvolvido em parceria com Afeam através do PCE- Programa Ciência na Escola.
A diretora responsável Terezinha França de Paula explicou que o objetivo do projeto é desenvolver a conscientização ambiental entre os alunos. “Os resultados são positivos, aos poucos conseguimos E a cada ano quando chega os novos alunos já são inseridos no processo/formato – preservação. O grande impacto é a mudança de atitude e pensamento “, destacou.
O projeto é direcionado aos alunos com a turma do 9º ano, mas às outras turmas foram sendo inseridas aos poucos. São 5 alunos por sala para manutenção. Ou seja, um total de 45 alunos porque são 9 turmas na escola.
“Como estamos inseridos em uma área quase rural muitos já vivem essa realidade e torna-se fácil para eles. O ganho maior é a consciência ecológica de preservação, pois muitos deles são produtores, mas não em formato reciclado”, explicou.
Projetos
A Semed desenvolve ações de preservação ao Meio Ambiente em todas as unidades de ensino da rede municipal com os projetos:
Oca vai à Escola; desenvolve nas unidades de ensino palestras, atividades lúdicas, oficinas sustentáveis e outras atividades que possam sensibilizar os estudantes para a preservação do meio ambiente, juntamente com parceiros.
Programa Manaus, te quero verde; desenvolvido em parceria com o Instituto Soka Amazônia, para sensibilizar a sociedade manauara para a importância da arborização em áreas urbanas, oferecendo a comunidade escolar um circuito ambiental no Instituto Soka, com plantio de mudas nas escolas municipais com áreas para o plantio e a Academia Ambiental, com visitação guiada na área de preservação ambiental no Instituto Soka, localizado no bairro Colônia Antônio Aleixo Projeto Contação de Histórias; que aborda temas de cunho ambiental, de maneira lúdica, utilizando a estratégia de contação de histórias.
Visitas à Oca do Conhecimento Ambiental CIGS; que desenvolve atividades de cunho ambiental, como palestras, exibição de vídeos, exposições e visita ao Zoológico do CIGS, com alunos da rede municipal de ensino.
Visitas ao Espaço ECAM; realiza atividades de cunho ambiental, como palestras, exibição de vídeos, exposição, circuito ambiental e oficinas, com alunos da rede municipal de ensino.
O Estado do Amazonas possui a Ciea-AM (Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental), instituída por meio do Decreto de nº 25.043 de 01/06/2005 onde estão vinculados os órgãos de Meio Ambiente e Educação com a finalidade de promover o diálogo, a gestão a coordenação, o acompanhamento, a avaliação e a implementação da Política de Educação Ambiental no Estado do Amazonas, inclusive de propor normas, observadas as disposições legais vigentes.
Ações escolas estaduais
Ao falar sobre quais seriam as ações de incentivo dentro dos conceitos de sustentabilidade e preservação do ecossistema no ambiente escolar, a coordenadora Estadual da Educação Ambiental da Seduc -AM (Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar) Thelma de Oliveira Prado, citou que a secretaria, por meio do Deppe (Departamento de Políticas e Programa Educacional), tem a CEA (Coordenação de Educação Ambiental) que auxilia nas ações de campanhas, palestras e visitas de campo. “As escolas realizam, também, projetos pedagógicos podendo ser de curto, médio e longo prazo em parceria com outras instituições tais como: INPA, SEMA, FVS, IPAAM, FAS e outros”.
Conforme a secretária, existem também projetos financiados pelo Governo do Estado, por intermédio da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), cuja realização dos projetos de iniciação à pesquisa científico-pedagógicas se dão por meio do PCE (Programa Ciência na Escola), sendo aprovados anualmente, mais de 50 projetos – tanto na capital, como no interior – que envolvem diretamente Educação Ambiental.
“A educação ambiental tem como diretriz a cultura da paz, respeito pelo meio ambiente, pelos animais, pela vida. Todas as ações buscam a melhoria da qualidade de vida para as atuais e futuras gerações. Os projetos pedagógicos, as campanhas e até as datas comemorativas são ações para despertar a visão crítica, reflexiva e participativa dos estudantes e/ou cidadãos nas tomadas de decisão que poderão vir a afetar sua vida”, classificou.
A Secretaria de Educação, por meio do Governo do Estado, lançou os projetos prioritários, sendo dois voltados para a Educação Ambiental, que são: Fazenda Escola e Escola da Floresta.
Na Escola Estadual General Sampaio por exemplo o projeto Fazenda Escola, tem proporcionado aos alunos uma nova perspectiva de aprendizado, com diversão e interatividade. Para muitos é uma oportunidade única de interação com a natureza. Como explica a gestora da escola Alessandra Aparecida Ruiz Lopes. “Através da educação ambiental buscamos desenvolver em nossos discentes uma consciência crítica acerca das questões ambientais, buscando assim incentivar novas atitudes, práticas de preceitos que envolvem o ecossistema e minimização dos danos causados à natureza”.
De acordo com a gestora, quando a rede de ensino trabalha esse tema dentro dos currículos escolares a ideia é alcançar não apenas os alunos, mas também suas famílias e todos em sua volta. “Os alunos quando despertados para a problemática ambiental, passam a entender, desde cedo, que precisam cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais”, destacou ela.
Quanto às parcerias da Secretaria de Estado de Educação e Desporto, há vários projetos pedagógicos sendo lançados e os que estão em execução que são:
3.1. Hortas: Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANCs, executado em parceria com o INPA, atualmente em processo de reestruturação;
3.2. Coleta Seletiva de materiais por associações de catadores, que está em processo de implantação em 20 escolas-piloto;
3.3. Formação continuada em Educação Ambiental para professores da Educação Básica em parecia com UEA/IFAM e outras instituições;
3.4. Produção de material didático regional, em processo de elaboração, seguindo os critérios da BNCC.
“A principal importância é a sensibilização da comunidade escolar quanto aos cuidados com o meio ambiente natural e construído. Quando um projeto pedagógico de EA é implantado sempre buscando valorizar a cultura regional, a realidade amazônica e sua complexidade, tendo no protagonismo juvenil um forte aliado nas ações, pois em um futuro próximo são os estudantes que estarão à frente quanto a resoluções de problemas ou de fortalecimento de uma potencialidade em suas comunidades”, enfatizou a coordenadora Estadual da Educação Ambiental da Seduc -AM.
Por meio da Política Estadual de Educação Ambiental em seus Art. 14. A SEDUC realiza as ações de Educação Ambiental, no Ensino Formal, que não estejam contempladas no âmbito curricular, deverão ser resultantes de planejamento conjunto das Secretarias de Educação com os órgãos proponentes, inclusive com as Secretarias de Meio Ambiente, resguardando-se a autonomia das escolas. São realizadas campanhas, palestras e oficinas e elaboração de projetos pedagógicos com os vários parceiros, sendo estaduais, municipais, particulares e federal.
A Secretaria de Educação criou a CEA (Coordenação de Educação Ambiental), em comprimento à Lei Estadual da Educação Ambiental no seu Art. 15. A complexidade da questão ambiental requer a criação de coordenações de Educação Ambiental, necessariamente multidisciplinares, ao nível de Secretarias de Educação do Estado e dos Municípios, para o planejamento, implementação e avaliação das ações de Educação Ambiental, incluindo a formação continuada. A CEA foi criada por meio da Portaria nº GS nº 625/2013.
Com a criação da CEA a meta é garantir e fortalecer a Educação Ambiental a ser desenvolvida de forma Transversal e Interdisciplinar com uma prática educativa integrada, contínua e permanente, em todos os níveis e modalidades no Ensino Básico da Rede Pública Estadual de Educação.
Quanto à formação de uma sociedade sustentável, a Secretaria de Educação vem referendando os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS – 2030) como política estadual, mas com o olhar regional. Os ODS visam servir como uma espécie de “guia” para os países que se comprometeram com o desenvolvimento global até 2030, em diferentes eixos do desenvolvimento social, proteção ambiental e crescimento econômico. Destacamos os seguintes ODS:
ODS 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
ODS 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.