A SIX Semicondutores, empresa de chips resultante de parceria entre o grupo EBX, de Eike Batista, e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), busca sócios interessados em assumir parte da fatia do grupo no ativo.
De acordo com o diretor do BNDES José Raimundo, há conversas entre o banco e quatro ou cinco investidores e parceiros estratégicos com interesse no projeto. Atualmente, afirmou, o grupo EBX possui o controle e uma fatia de 33% da empresa. Parte do investimento referente à participação da companhia no projeto já teria sido aportada.
Ainda faltam, segundo o diretor do banco de fomento, pouco mais de 10% a ser colocado pelo grupo. É para essa fatia que o banco busca interessados. O investimento total no projeto gira entre US$ 550 milhões a US$ 600 milhões, disse ele.
“É importante deixar claro que o grupo EBX é responsável por uma parcela marginal desses aportes. O grupo está trabalhando conosco em busca de uma alternativa que possa cobrir parte desse investimento. A gente pode, ainda, procurar uma alternativa dentro do próprio grupo”, disse.
Parceiros
Raimundo disse que um terço de todo o capital do projeto já foi aportado pelos parceiros, inclusive, pela própria EBX. A Six Semicondutores é uma parceria entre EBX, BNDES, BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e as empresas IBM, Matec Investimentos e Tecnologia Infinita. A fábrica de chips está em processo de instalação em Ribeirão das Neves, Minas Gerais.
De acordo com o diretor, com o volume de investimentos já aportados, o projeto tem condição de ser tocado sem grandes alterações pelos próximos seis a oito meses. O diretor não descartou, contudo, que uma solução seja encontrada no próprio grupo EBX para sua participação no projeto. Ele ressaltou que a saída da EBX do controle da empresa não está definida ainda.
Raimundo informou que o projeto corria dentro do prazo e do orçamento até dois meses atrás. Desde então, o ritmo de implantação do projeto reduziu um pouco. O diretor não deixou claro se o motivo foram os problemas pelos quais passam o grupo de Eike Batista.
“A gente reduziu um pouco a velocidade de implantação, mas não paramos a execução. A solução para esses 10% pode vir da EBX ou de novos parceiros. Não posso dizer o nome das empresas para não afetar o negócio”, disse, durante um seminário sobre startups em um prédio do BNDES, no centro do Rio.
O diretor se disse otimista. “A gente tem recursos e tempo para essa implantação. É um projeto arrojado e estamos otimistas”. Raimundo, que cuida da parte mais voltada para mercado de capitais do banco, não fez comentários profundos sobre as dívidas das empresas do grupo EBX com o BNDES. Ele repetiu o que já vem sido dito pelo presidente do banco, Luciano Coutinho, de que “a exposição do grupo é pequena”. Ele destacou apenas que o grupo está se reestruturando, sem grandes problemas para os credores.