18 de setembro de 2024

Eletros promove conferência sobre a indústria de ar condicionado do PIM

A indústria brasileira de ar-condicionado é destaque em uma conferência realizada pela Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), nesta quinta (26) e sexta, na sede da Suframa. Realizada em meio aos debates da reforma Tributária, essa é a primeira conferência do gênero promovida pela entidade, que hoje representa fabricantes associados instalados em 11 unidades federativas brasileiras – e cuja produção de condicionadores de ar está concentrada em Manaus. 

As 13 fábricas de ar condicionado instaladas no PIM respondem por quase 10% do faturamento do PIM e contam com uma geração de 10 mil empregos e 35 mil indiretos. A entidade ressalta que as maiores fabricantes mundiais do produto estão presentes no parque industrial da capital amazonense, que concentra toda a manufatura do aparelho no Brasil. A estimativa é que a produção gire em torno de 4,5 milhões de unidades – embora já tenha chegado aos 6 milhões, em anos melhores. 

Segundo o presidente executivo da Eletros, José Jorge do Nascimento Júnior, a expectativa da entidade é mostrar à comunidade brasileira, à imprensa e às autoridades, que temos a ZFM tem um polo pujante e forte que fabrica condicionadores de ar de qualidade. O dirigente ressalta que o PIM conta com “com os melhores projetos de produto do mundo”, sendo que alguns são até benchmarking mundial. Ele acrescenta que “tem gente que fala muito mal da Zona Franca” e avalia que isso acontece por desconhecimento. 

“Daí a ideia de compartilhar essa experiência e o conhecimento da indústria da ZFM. Temos o maior centro produtor de eletroeletrônicos na ZFM. A ideia é fazer com que o Brasil tome conhecimento sobre as verdades da Zona Franca, que é o segundo maior produtor aparelhos de ar condicionado do mundo. A gente só perde para a China, em grupo de empresas e em volume de produção. A Eletros toma essa iniciativa, dando o pontapé inicial com a indústria do ar condicionado. Esperamos fazer uma segunda conferência, no ano que vem, e desta vez sobre a indústria de TV, que também é uma das maiores do mundo, e também toda ela instalada na ZFM”, explicou.

Incentivos estaduais

Intitulada “Indústria Brasileira de Ar-condicionado: o 2º maior Polo Fabricante do mundo”, o evento contará com a presença de autoridades do Poder Público Federal, Estadual e Municipal, assim como membros da Suframa e do Polo Industrial de Manaus e executivos da indústria. O Inmetro, que trata da eficiência energética e toda a parte de etiquetagem e busca de eficiência e normatização dos produtos, também estará presente, assim como outros órgãos públicos.

“Vamos ter as palestras sobre política industrial para o ar condicionado. O superintendente Bosco Saraiva abraçou a causa, tão logo a gente anunciou o evento, e pediu que fosse realizado na sede da autarquia. O governador Wilson Lima e o prefeito David Almeida confirmaram presença e vamos ter representantes do Mdic, MME e MCT. Vai ser, de fato, a indústria falando para a sociedade civil e os órgãos públicos, mostrando o futuro”, asseverou.

O encontro será dividido em painéis: ‘A Indústria Brasileira de Ar-condicionado’; ‘Mudanças Climáticas e Impactos na Qualidade de Vida’; ‘Eficiência Energética: Evoluções recentes e próximos passos’, ‘A Política Industrial de Ar-Condicionado’; e ‘Tendências e Futuro da Refrigeração no Brasil’. O conteúdo e as discussões que permearão a conferência visam compreender os desafios e oportunidades futuras para a manutenção e a expansão de uma indústria de ar-condicionado forte em nossa região. 

As políticas de incentivos fiscais também serão apontados durante o evento como aspectos cruciais, para que o Brasil siga em posição de destaque na indústria global de ar-condicionado. O presidente executivo da Eletros ressalta, atualmente, os estímulos fiscais estaduais pesam mais nessa conta. 

“Se perdermos esses incentivos de ICMS, a gente praticamente esvazia a produção de aparelhos de ar condicionado do PIM. Haveria um impacto muito grande na competitividade. Falo abertamente que, se hoje todos os fabricantes estão em Manaus, é porque a Zona Franca detém as melhores condições de incentivo estadual para tanto. Caso contrário, dificilmente teríamos esse volume tão grande de empresas”, alertou.

Impactos ambientais

Outro aspecto que será tratado no evento são as variações climáticas e o impacto desses fenômenos como geradores de demanda para a indústria de ar-condicionado em sua missão de proporcionar conforto, segurança e bem-estar para a população. No entendimento de José Jorge do Nascimento Júnior, a crise ambiental apresenta desafios, mas também oportunidades. 

“O excesso de calor em várias regiões do país impacta severamente na demanda”, apontou. “Manaus passou por dificuldades muito grandes, em virtude da fumaça que invadiu a cidade. E a própria Sociedade Amazonense de Pneumologia comentou, em uma nota, que o ar condicionado deveria estar ligado, porque ele filtraria e amenizaria os impactos. E esse é o produto que é fabricado, com excelência e com as melhores matérias primas, na Zona Franca”, emendou.

Na cota de desafios, o principal que se apresenta atualmente é o nó logístico proporcionado pela vazante histórica deste ano e seus impactos na navegação dos rios da região – responsável pelo translado de 70% do comércio exterior do PIM, incluindo a chegada de insumos e o envio da produção aos atacadistas do Centro-Sul do país. De acordo com o dirigente, o acirramento do gargalo logístico pegou o segmento em um momento de alta. De janeiro a agosto, a produção de ar condicionado avançou 14%, quando comparada aos dados do mesmo período do ano passado. 

“As TVs cresceram 13%. Isso comparado a 2022, que foi um ano horrível e o pior da última década, para a indústria eletroeletrônica. Só que, agora, com a seca, está tudo parado. A gente estava com expectativa de crescer 5% [levando em conta a soma de todos os produtos eletroeletrônicos], que ainda está longe do patamar pré-pandemia de 2019. Agora, não dá para prever. Vamos precisar que tudo se normalize, para escoar a produção a tempo de não ter desabastecimento e poder estocar o varejo – que já está bem estocado também”, finalizou. 

Os caminhos passam pela produção de equipamentos cada vez mais eficientes, sustentáveis e acessíveis. “Trabalhar para o constante aprimoramento de nossa política industrial é um ponto fundamental para a manutenção de nossa competitividade”, explica o presidente executivo da Eletros, José Jorge do Nascimento Júnior.

Futuro Promissor

As vantagens em manter e expandir o Polo Industrial de Ar-condicionado em Manaus vão além da geração de riqueza e empregos, passando pela conexão da Zona Franca de Manaus a uma indústria que tem um elevado potencial de crescimento, estimado em 80%.

Dessa forma, este setor de ar-condicionado tem muito espaço para crescer no Brasil e ainda pode exportar para outros países. “Os produtos vêm se tornando cada vez mais acessíveis e com um maior nível de penetração nas residências brasileiras. A vantagem de termos uma indústria local forte tem feito a diferença”, afirma.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos,  a Eletros,  realiza, entre os dias 26 e 27 de outubro, em Manaus, a conferência “Indústria Brasileira de Ar-condicionado- o 2° maior Polo Fabricante do mundo”.

O evento terá início no dia 26, às 8h30, no auditório da Suframa, com café da manhã para todos os convidados e participação livre para a imprensa.

Executivos e especialistas da Eletros e da indústria se revezarão na apresentação de um conjunto de painéis que irão demonstrar o impacto do Polo de Ar-condicionado para a economia nacional, com destaque para as recentes transformações deste segmento que vem se tornando cada vez mais acessível,  eficiente e sustentável. 

Exemplo de sucesso da ZFM

Um dos principais exemplos de sucesso do modelo econômico da Zona Franca de Manaus (ZFM) é ter concentrado no Polo Industrial de Manaus (PIM) o 2° maior Polo Fabricante de Ar-condicionado do mundo, o que projeta o Brasil em posição de destaque na indústria global de eletroeletrônicos.

Com 13 fábricas instaladas, entre grandes marcas multinacionais e de capital nacional, o setor de ar-condicionado gera mais de 10 mil empregos diretos e 35 mil indiretos na região, com produção média anual de 4,5 milhões de unidades.

“A pujança da nossa indústria nacional de ar-condicionado só foi conseguida graças ao ideal ambiente de negócios construído na Zona Franca de Manaus. Fora da China, o Amazonas é o maior centro industrial de ar-condicionado. São mais de 10 mil trabalhadores em Manaus que fabricam milhões de ar-condicionados para o Brasil todo. Os incentivos fiscais federais e estaduais garantem a segurança jurídica e previsibilidade plena e dão sustentação para seguirmos avançando em um ambiente econômico cada vez mais desafiador e competitivo. Temos orgulho deste protagonismo industrial ocorrer no meio da floresta. Isso mostra nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável da região amazônica”, afirma José Jorge do Nascimento Júnior,  presidente executivo da Eletros.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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