O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu discurso em cerimônia que marcou os primeiros 100 dias de governo para atacar a taxa básica de juros da economia, mantida pelo Banco Central em 13,75% desde agosto do ano passado. Antes mesmo de assumir, Lula escolheu o presidente do BC, Roberto Campos Neto, como grande antagonista e o pressiona frequentemente a reduzir a taxa Selic, que serve para tentar segurar a inflação.
Para o petista, a taxa alta freia o crescimento da economia e dificulta o acesso ao crédito. Campos Neto foi nomeado por Bolsonaro e tem mandato até o ano que vem, como previsto na lei que concedeu independência ao BC em relação ao governo.
Sem citar o nome do presidente do Banco Central, Lula declarou: “Continuo achando que estão brincando com o país, com o povo pobre e com os empresários que querem investir. Só não vê quem não quer”.
Além de Campos Neto, Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no evento, mas também sem citar seu nome.
Os 100 dias
O governo Lula completa 100 dias nesta segunda. Para marcar a data, o presidente convocou uma reunião com todos os seus ministros. O objetivo foi realizar um balanço do que foi feito até aqui e apresentar planos para os próximos meses.
Até agora, o governo do petista focou principalmente em reconstruir políticas públicas da área social, relançando programas como Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família e Mais Médicos. Sob críticas por um governo com cara de passado, porém, Lula quer apresentar novidades a partir de agora. O foco do esforço, após os brasileiros mais carentes, deverá ser a classe média.
Na terça-feira (11/4), Lula e uma comitiva de ministros e parlamentares embarcam em viagem oficial para a China. A visita ao país asiático estava inicialmente marcada para o mês passado, mas foi adiada após o presidente ser diagnosticado com pneumonia. As informações são da Agência Brasil e Metropoles.