A instabilidade frequente na rede de internet da capital, ocorrida no sábado (12) e na terça-feira (15), causaram grandes transtornos e prejuízos para vários setores. Entidades representativas do segmento comercial se movimentam para cobrar medidas em relação ao ‘apagão’ nos serviços.
A (Fecomércio-AM) Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas, pretende protocolar documento na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) solicitando algum posicionamento sobre a ausência do sinal. “A Fecomércio já está em contato com a agência para registrar a reclamação e ouvir o posicionamento. Estamos aguardando um retorno”, afirmou o presidente em exercício da entidade, Aderson Frota.
Frota disse que é difícil mensurar o impacto nesse momento, mas o Ifpeam (Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas) vai fazer uma pesquisa com os empresários para obterem números e mais detalhes de como a falta de internet afetou o comércio em Manaus.
Por sua vez, a CDL-Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus) está avaliando a possibilidade de entrar com algum tipo de multa pelo que aconteceu, inclusive com o sistema SPC que ficou inoperante. “O prejuízo foi muito grande, principalmente no nosso segmento. Estamos desenhando se é possível tomar providências devido o nosso sistema ter sido paralisado”.
Um dos setores afetados foi o de restaurantes. De acordo com a microempresária Wal Nunes, a falta de internet impactou o movimento do local, principalmente no sábado, dia de maior procura e serviços no salão. “Vivemos num momento em que todo tipo de transação é realizada pela internet. Em Manaus, os serviços são de péssima qualidade. Perdemos uma manhã de atendimento porque não tinha como passar cartão e nem PIX. Quem vai arcar com os nossos prejuízos?”, perguntou.
Segundo ela, a insatisfação dos clientes era visível. Os cancelamentos de entregas contabilizaram perdas em torno de 12%. “Perdemos um sábado inteiro porque na nossa área os serviços só normalizaram no final do dia”.
Manifesto
O deputado estadual Serafim Corrêa, do PSB, afirmou na manhã desta quarta-feira, 16, que os seguidos apagões de internet exibem o péssimo serviço da Claro/NET em Manaus
“Manaus está há três dias com apagão de internet. Hoje ninguém faz nada mais que não seja pela internet. Na hora que dá um apagão de internet é um apagão dos bancos, do Samu, do Tribunal de Justiça do Amazonas. É um apagão em todas as áreas de atividade. É um apagão na emissão de Notas Fiscais, enfim, é um apagão geral”, disse Serafim durante discurso na sessão plenária da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas) desta quarta.
O líder do PSB no parlamento estadual afirma que apagões de internet tornam ainda mais instável o ambiente de negócios em Manaus e gera um prejuízo automático em futuros investimentos na capital.
“Vejo que nós temos um péssimo ambiente de negócios, porque temos problemas na energia elétrica. Isso é fato. Isso não dá para esconder, mas tão grave ou talvez até mais grave que o apagão de energia, é o apagão da NET/Claro, que é a maior operadora de internet em Manaus e que deixa todos os seus usuários na mão”, disse o deputado.
“Quando isso acontece fica muito ruim você dizer que quer atrair investimentos, que quer atrair investidores, porque o investidor que vir aqui conhecer a cidade para ver como as coisas funcionam vai se deparar com um apagão de internet. Isso é um absurdo. Isso é muito ruim, e quero manifestar o meu repúdio à empresa Claro e à NET pelo péssimo serviço que prestam e sem dar nenhuma satisfação para a população”, protestou Serafim.
Conforme o Procon-AM, a Claro/NET tem até dez dias corridos para apresentar resposta. Caso não haja retorno ou se ele for considerado insatisfatório, a empresa poderá ser multada pelo órgão.
Nota
Por meio de nota, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou que constatou o problema nas operadoras Claro/NET e Oi, mas não informou sobre o apagão ocorrido na terça-feira. A empresa Claro/NET também informou por meio de nota que registrou inconsistência no sistema da companhia e que havia sido normalizado.
Procon
Na terça-feira, 15, o Procon-AM (Instituto de Defesa do Consumidor) notificou a empresa Claro/NET em razão dos apagões, que deixaram diversos pontos da capital amazonense sem o serviço. O órgão deu o prazo de dez dias para que a empresa se manifeste e informe a quantidade de pessoas que foram prejudicadas pela falta de internet na capital e de quando deve ser abatido no valor da fatura de fevereiro. Segundo o órgão caso a operadora não atende a solicitação ela pode ser multada,
