Estado do Pará poderá perder 58% de seu território

Em: 10 de agosto de 2007
Em trâmite na Câmara dos Deputados, o Estado de Tapajós poderá ocupar 58% do Estado do Pará caso seja aprovado o projeto que prevê sua criação.
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Em trâmite na Câmara dos Deputados, o Estado de Tapajós poderá ocupar 58% do Estado do Pará caso seja aprovado o projeto que prevê sua criação.

Ex-prefeito de Santarém (PA), o deputado federal Joaquim de Lira Maia (DEM) defendeu nesta sexta-feira, na Assembléia Legislativa, não só a divisão territorial do Pará, mas de toda a Amazônia, como estratégia de desenvolvimento e de soberania nacional.
O parlamentar foi um dos participantes da audiência pública que debateu nesta sexta, na ALE (Assembléia Legislativa do Estado), a proposta do plebiscito que consultará a população do Pará sobre o projeto de criação do Estado do Tapajós, no oeste do Pará.
De acordo com Lira Maia, o projeto de criação do Estado do Tapajós é um dos mais adiantados dos 16 projetos que estão tramitando no Congresso Nacional. “O plebiscito já foi aprovado no Senado, nas comissões e no plenário. Passou pela Câmara, onde foi aprovado por todas as comissões e está pronto, na fila do plenário. Agora só depende dessa fase”, disse ele, explicando que uma vez aprovado pelo plenário da Câmara, será realizado o plebiscito, e, dependendo do resultado do plesbiscito parte-se para a criação do Estado.
A criação do Estado do Tapajós, que abrangerá uma área de 58% do Estado do Pará, é uma antiga reivindicação dos moradores do Oeste do Pará. Pelo projeto que tramita na Câmara, o Estado do Tapajós, seria constituído por 25 municípios (Oriximiná, Faro, Óbidos, Alenquer, Almeirim, Monte Alegre, Alenquer, Curuá, Terra Santa, Juruti, Santarém, Prainha, Porto de Moz, Aveiro, Belterra, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis, Trairão, Itaituba, Altamira, Jacareacanga e Novo Progresso).
Lira Maia explicou que o movimento pela criação do Estado do Tapajós já existe há algum tempo. “A revisão territorial da Amazônia, sobretudo o sonho de criação da província do Tapajós já ocorre há mais de 150 anos. Essa luta é histórica, considerando que ficamos à margem do poder central no Pará, considerando as grandes distâncias e a situação histórica e econômica”, afirmou.
Como explica Lira Maia, a região pretensa do Estado do Tapajós tem hoje um PIB (Produto Interno Bruto) de 10,5% da economia do Pará. “Tem grande potencial turístico, agropecuário, mineral, madeireiro, agropecuário e na agroindústria. Então, esse potencial não está sendo bem explorado, utilizado”, argumenta.
Lira Maia anunciou também que nos próximos dias 17 a 20 de agosto uma nova articulação será efetivada, desta feita na Câmara Federal, para estreitar contato mais direto com os deputados federais e entregar as 500 mil assinaturas do manifesto pelo plebiscito e aprovação do projeto de criação do Estado do Tapajós.
O debate foi uma iniciativa do deputado Sinésio Campos (PT), que é paraense de Santarém, e um dos grandes defensores da criação do Estado do Tapajós.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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