O número de consumidores que aderiram ao e-commerce brasileiro aumentou quase 4% no primeiro trimestre do ano de 2023, na comparação com o mesmo período em 2022, mesmo com retração no número de pedidos e tickets médio. Os dados fazem parte da nova pesquisa realizada pela NIQ|Ebit.
A retração no faturamento do comércio eletrônico brasileiro foi de 8,9% no primeiro trimestre de 2023, em relação aos três primeiros meses de 2022. A queda representa uma perda de R$ 5,7 bilhões. “O movimento de queda é um reflexo natural do momento econômico pelo qual o país passa e também da estabilização depois do boom do e-commerce visualizado na pandemia. Ainda assim, visualizamos sinais de estabilidade, com a entrada de novos consumidores no mercado digital”, afirmou Luiz da Cunha, gerente de Analytics da NIQ|Ebit.
O movimento de queda foi turbinado principalmente pelos setores não alimentícios, como Telefonia, que liderou a perda em vendas com 39%. Logo em seguida, veio Eletrodomésticos, com 13%, Eletrônicos com 11%, Informática (9%) e Casa e Decoração (5%).
De acordo com a pesquisa, os bens de consumo rápido tiveram os melhores desempenhos no período. O grupo foi responsável por manter o status de estabilidade na modalidade “pure player” (lojas nativas do e-commerce). As categorias com maiores crescimentos foram Perfumaria e Cosméticos (46,6%), Bebês e Cia (26,9%) e Alimentos e Bebidas (26,6%).
Ainda em uma análise geral sobre o consumo para e-commerce no Brasil, entre janeiro e março, a intenção de compra dos shoppers aponta para maior planejamento dos consumidores, ao considerar que o índice de pessoas que compraram via comércio eletrônico no período praticamente não variou em relação ao mesmo período no ano anterior.
Semana do Consumidor
Segundo o levantamento, a Semana do Consumidor, entre 13 e 19 de março no ano de 2023, seguiu a tendência e registrou queda na variação de vendas de 23,3% em comparação a semana do ano passado (14 a 20 de março). Ainda assim, o período apresentou importância de 25,2% dentro da demanda do mês.
Na semana, os bens de consumo rápido também foram os grandes vencedores em vendas no e-commerce. Nesse recorte, Bebês e Cia lideraram as altas, com crescimento de 24,2% nas vendas, seguido por Alimentos e Bebidas (20,7%) e Saúde (18,3%).
Tendências no e-commerce
Para a NIQ|Ebit, há uma expectativa de queda na intenção de compra, de forma geral. A declaração de compra dos usuários no segundo trimestre de 2022 foi de 95,1%, enquanto 91,1% dos shoppers disseram querer comprar neste trimestre.
No entanto, a perspectiva é de estabilidade, uma vez que há entrada de novos shoppers e alta retenção dos compradores de períodos anteriores. De acordo com a pesquisa, 91,1% dos shoppers pretendem comprar nesse trimestre. Desses, 87,4% são retidos, ou seja, que realizaram compras no trimestre anterior.
Esses mesmos shoppers que se propõem a fazer novas compras no trimestre, devem se aventurar por mais de uma categoria de produtos. Segundo a pesquisa, 49% dos respondentes disseram ter intenção de comprar itens de mais de cinco categorias diferentes. Dentre as categorias, a mais visada é a de Alimentos e Bebidas, com intenção de compra para o segundo trimestre de 2023 medida em 53%, variação de 17% em comparação com o mesmo trimestre em 2022.
Além disso, cada pessoa que pretende fazer compras ligadas ao setor de Alimentos e Bebidas de forma online durante esses três meses, devem também fazer ao menos uma compra em outra categoria, o que demonstra uma intenção de compra alta.
Para o período, as principais formas de motivação para as compras são Promoções e Ofertas (39%), Abastecimento (21%) e Reposição (19%). Alimentos e Bebidas são as principais responsáveis por elevar as motivações de Abastecimento e Reposição.