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Fecomércio AM aponta desempenho melhor para o comércio no Dia dos Namorados deste ano

Mais da metade dos lojistas de Manaus conseguiu vendas maiores no Dia dos Namorados deste ano. Essa foi a realidade para 57% deles, conforme revela a sondagem devolutiva do Ifpeam (Instituto Fecomercio de Pesquisas Empresariais do Amazonas). Foi um resultado mais abrangente do que o registrado no mesmo período de 2023 (49%). Para 26% dos comerciantes, houve um empate nos resultados, enquanto 15% relataram perdas. Outra boa notícia é que o ticket médio teria aumentado de R$ 146,71 para R$ 239,07, configurando uma diferença de 62% entre um ano e outro.

Em contraste, as contratações de funcionários temporários foram ainda menos disseminadas em 2024. Apenas 25% dos lojistas reforçaram seus quadros, uma fatia ainda menor do que os 28% registrados no ano anterior, conforme o Ifpeam. Os dados vão ao encontro do Novo Caged, que confirmou a renovação de saldo positivo em maio, com a criação de 439 vagas e alta de 0,37% sobre o estoque anterior. O reforço, contudo, foi maior no atacado (+197) do que no varejo (+176). Em cinco meses, o setor opera próximo à estabilidade (+0,69%), tendo demorado para repor os cortes de janeiro. 

Quarta mais importante data comemorativa para o varejo, o Dia dos Namorados também consolidou maior oferta de lojas locais trabalhando com vendas online. O movimento ocorre para acompanhar a mudança de hábito do consumidor no pós-pandemia, e para fazer alguma frente ao avanço do e-commerce. Realizado com 269 empresas locais, o levantamento também confirmou a preferência do consumidor por compras a crédito – a despeito das elevadas taxas de juros, endividamento e inadimplência na praça.

Até o fechamento desta edição, a CDL-Manaus ainda não havia liberado os números do balanço da data comemorativa. A pesquisa de intenção de compras realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus havia apontado uma projeção de alta de 2,1% nas vendas do Dia dos Namorados deste ano, com receita bruta de R$ 63 milhões e ticket médio de R$ 150. A preferência do consumidor era por compras em shoppings (55%) e segmentos mais tradicionais de menor valor agregado, como perfumaria (15%), vestuário (12%), calçados (11%), além de um almoço/jantar (14%) com o (a) homenageado (a).

Estratégias e resultados

Para 57% dos lojistas que sinalizaram aumento nas vendas, o crescimento foi limitado a 10%. Em torno de 33% confirmaram que os ganhos foram de 11% a 35% sobre os resultados do ano passado. Uma parcela de 7% relata desempenho mais robusto, alcançando cifras de 36% a 49% maiores, na mesma comparação. Uma fatia de apenas 3% garante que consegui decolagem ainda superior a essa margem. Segundo o Ifpeam, os segmentos que se destacaram foram vestuário, cosméticos, restaurantes e lojas de chocolates.

Dentro do grupo de comerciantes que tiveram vendas menores, 46% dizem que amargaram tombos de 11% a 35%, no confronto com o Dia dos Namorados de 2023. Na sequência estão aqueles que relatam ter sofrido declínios de até 10% (39%); superiores a 50% (10%) e entre 36% e 49% (5%). Vale notar que menos da metade do varejo de Manaus contou com estoques maiores (43%) ou “muito maiores” (3%), enquanto 40% preferiram repetir a margem de investimentos em mercadorias do ano passado e 14% até reduziram a oferta de produtos.  

Em um ambiente de inflação desacelerando, mas ainda marcado por taxas elevadas de juros e endividamento, 90% dos comerciantes lançou mão de estratégias para atrair o consumidor, percentual menor do que o apresentado em 2023 (95%). As mais empregadas foram promoções e ofertas, atrativos utilizados por 46% das empresas sondadas. Para driblar a erosão nos orçamentos das famílias e fazer o consumidor ir além das compras básicas, lojas também ofereceram brindes e sorteios (17%), “facilidades de pagamento” (16%) e “condições especiais de frete” (11%).  

Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito (54%) foi o meio mais utilizado pelos clientes para comprar no Dia dos Namorados deste ano. Mas, em sintonia com o medo dos juros e da inadimplência, 45% dos consumidores preferiram as diversas modalidades de pagamento à vista (Pix, dinheiro, cartão de débito, transferência bancária, etc), um percentual ainda maior do que o de 2023 (38%). A alternativa de crediário/carnê ou cartão da própria loja pontuou apenas 1% das escolhas.

Nada menos do que 73% das empresas utilizaram alguma plataforma de vendas online, demonstrando crescente dessa modalidade para os varejistas locais. No ano passado, essa fatia era de 59%. Mas, apenas 36% dos comerciantes que optaram por essa modalidade tiveram vendas maiores, enquanto 26% conseguiram somente empatar com 2023, e 11% até sofreram recuos no volume comercializado.

Somente 25% das empresas entrevistadas confirmaram que precisaram aumentar os quadros para atender o fluxo de demanda. Quase todos (22%) restringiram as contratações a 3 funcionários e somente 3% admitiram entre 4 e 10 funcionários. No outro extremo, 75% dos estabelecimentos consultados pelo Ifpeam preferiram atuar com os colaboradores com que já contavam. O estudo também informou que 99% dos empresários disseram que não houve registro de ocorrências de furtos em seus estabelecimentos ou em áreas próximas, durante o período. “Em 2023 essa sensação de segurança era de apenas 89%”, comparou o Ifpeam, no texto de divulgação da pesquisa.

“Superando traumas”

O presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, se mostrou satisfeito com os resultados apresentados pela pesquisa. “Isso é positivo, porque demostra que o setor superou os traumas vividos em 2023, com as empresas mostrando melhor desempenho, e o consumidor confirmou preferência por compras presenciais. E apesar de toda a crise do ano passado, gerada pela vazante histórica, 46% das empresas estavam com estoques maiores”, resumiu.

O dirigente também considerou que o recuo nas contratações foi um movimento natural, após as perdas acumuladas pelos lojistas durante a crise logística gerada pela vazante histórica. “Embora havendo crescimento nas vendas, convém mencionar que, no ano passado, o comércio teve de se reinventar. Isso, naturalmente, diminuiu a necessidade de contratações. Assim como a indústria está se robotizando, o setor tem de reduzir custos, o que é uma consequência natural. Só que o comércio emprega mais. E o Dia dos Namorados não é tão importante quanto Natal e Dia das Mães”, finalizou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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