O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, defendeu, durante o Congresso Brasileiro da Indústria de Máquinas e Equipamentos, a reindustrialização como política de Estado.
“Esse é um ponto fundamental e é bastante forte porque reindustrialização envolve foco, escolhas de segmentos onde tenhamos capacidade de ser competitivos, estratégia de agregação de valores, principalmente com forte ação na variável pesquisa e desenvolvimento”.
Ontem, Alvim participou do Painel Política de Inovação e Indústria 4.0 da 7ª edição do Congresso Brasileiro da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Com o tema ‘As Transformações Necessárias’, o congresso foi organizado pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
O evento aborda temas como o avanço e a modernização das indústrias a partir da evolução tecnológica por meio de investimentos em inovação, transformação digital e tecnologias da indústria 4.0 e quais diretrizes de políticas públicas em tecnologia e inovação devem ser criadas.
O ministro destacou que a pasta vivenciou, desde janeiro de 2019, o desafio de construir uma política nacional de inovação.
“O desafio maior é o Brasil estar na 57ª posição no índice global de inovação: o que faz a diferença quando a gente pensa em uma nova política de reindustrialização, em uma nova estratégia de país, e reposicionamento competitivo em nível internacional. Essa política de inovação foi construída num processo que ouviu a sociedade, mais que isso, foi construída uma governança de política pública de apoio à inovação, havia uma competição e não uma conversão de instrumentos de apoio à inovação pelas empresas, destacando que quem faz inovação são as empresas”.
Alvim destacou ainda a evolução das startups no país. “O esforço construído em parceria com o ecossistema de apoio às startups envolvendo, no âmbito federal, mais de 13 instituições, mas principalmente os atores públicos e privados que apoiam as startups brasileiras têm dado uma resposta muito positiva. O marco legal das startups é um instrumento que também avançou bastante”.
Em sua fala, o ministro enfatizou a importância de dar estabilidade e continuidade às políticas do setor. “Quando falamos em Ciência, Tecnologia e Inovação, estamos falando de política de Estado e não política de governo, então é algo que tem que ser construído com todos os atores do ecossistema no sentido de dar estabilidade e continuidade para que, com isso, possamos avançar”.
Nota abre Perfil
Reverência ao fim de uma era
Mais de 100 chefes de Estado participaram, ontem, o sepultamento da Rainha Elizabeth 2ª após quase 12 dias de funerais. Porém, só a família real pôde acompanhar o cortejo até o final. A cerimônia marcou o fim de uma era de 70 anos em que a monarca foi protagonista do Reino Unido. Seu caixão foi colocado ao lado do príncipe Phillip, seu marido, morto no ano passado, na capela memorial do Rei George 6º, no Castelo de Windsor. Uma multidão acompanhou as despedidas finais em Londres. Flores, cartas, ursinhos de pelúcia e outros itens com dedicações carinhosas foram depositados em sua homenagem.
Os eventos marcaram os últimos ritos de um longo adeus que teve início no dia 8 de setembro, quando foi anunciada a morte da soberana aos 96 anos. Por sete décadas, Elizabeth esteve no centro das maiores decisões das relações britânicas com o cenário mundial. Na Segunda Grande Guerra, sua atuação em defesa de feridos por bombardeios da aviação alemã delineou uma trajetória que se consolidaria mais tarde na condução exemplar do governo britânico. A Rainha protagonizou tempos memoráveis, tornando-se ícone de um reinado próspero, inovador e atuante. Seu legado fica para as próximas gerações.
Gafe
Bolsonaro (pode-se dizer) não está muito familiarizado com protocolos. Ontem, cometeu uma gafe ao tocar no ombro do Rei Charles 3º, ferindo as tradições, fato que lembrou o mesmo ato da então primeira-dama dos EUA, Michele Obama, ao cumprimentar a Rainha Elizabeth 2ª durante visita em Londres. O equívoco teve grande repercussão mundial e foi explorado extremamente pela imprensa, repetindo-se dessa vez tendo o presidente brasileiro sob os holofotes. Onde estava a assessoria?
Avaliação
Uma nova pesquisa corrobora para turbinar a reeleição do governador Wilson Lima (UB), apontando que a sua gestão tem 35% de aprovação, contra 31% de rejeição. Embora demonstre pouca diferença, os dados podem ser preponderantes para construir uma vitória nestes dias que antecedem o primeiro turno das eleições, tendo como principais oponentes o ex-governador Amazonino Mendes (Cidadania) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) que aposta em maior cacife por ter o apoio de Lula na disputa. Veremos o que dirão as urnas.
Aliado
E não era para menos. Tantos dados positivos à gestão de Wilson Lima resultam de um coringa na mão da campanha de reeleição – a forte atuação a favor do prefeito David Almeida (Avante), hoje o maior cabo eleitoral do governador. Grandes aliados, os dois fazem parcerias desde o ano passado, uma estratégia costurada para as eleições de outubro deste ano. E tem como principal objetivo abrir os caminhos para Almeida disputar o governo em 2026, quando Lima deixará o cargo, se for reeleito este ano. A nova geração quer desbancar a velha política.
Intenções
Segundo a nova pesquisa, Lula continua liderando a intenção de votos no Amazonas com 46% do eleitorado, contra 36% de Bolsonaro, que deve vir a Manaus no próximo dia 22, ainda esta semana. Os números surpreendem. Antes se especulava que o atual presidente detinha a maioria da preferência dos eleitores amazonenses por conta da corrupção e os escândalos que marcaram os governos anteriores do líder do PT e de Dilma Rousseff. O palanque bolsonarista promete turbinar a reeleição com uma recepção calorosa do visitante. Veremos.
Renascendo
A Justiça Eleitoral decidiu que o ex-governador José Melo pode ser candidato a deputado estadual pelo Pros. Sua principal bandeira de luta é o desenvolvimento sustentável com o aproveitamento da rica biodiversidade regional. A decisão consolida uma aventura que começou desde o ano passado. Melo ficou inelegível desde o episódio que culminou com a sua cassação após denúncias de compra de votos, que teria sido protagonizada pela hoje candidata ao governo do Amazonas Nair Blair (Agir 36). E que se diz injustiçada. Agora, é reunir aliados.
Segurança
O TSE reforçou a segurança para as eleições em vários Estados. No Amazonas, as Forças Armadas vão deslocar equipes para atuação em Tabatinga e Benjamim Constant, locais com amplas possibilidades de ocorrências que ameacem a tranquilidade do pleito de outubro. Afinal, a região do Vale do Javari (AM), nas adjacências da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, protagonizou o assassinato bárbaro do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.
Ataques
Ao invés de mostrar propostas, grande parte dos candidatos nas próximas eleições investem mais em ataques aos seus oponentes. Todos, indistintamente, recorrem a uma prática que não agrada aos eleitores. Postulante ao Senado pelo PL, o Coronel Menezes não titubeia em prejudicar a imagem do senador Omar Aziz (PSD-AM), que disputa a reeleição, e do ex-prefeito Arthur Neto (PSDB). Vamos fazer política sem apelar, mostrando projetos que possam ser revestidos em benefícios à população.
Banalização
Realmente, a morte está banalizada em Manaus. O número de assassinatos surpreende a população, demonstrando que ninguém mais está seguro na capital. Todos os dias alguém é fulminado a tiros nas ruas e até em casa. Um hotel no centro da cidade protagonizou três homicídios em pouco tempo. Parece mesmo que estamos reféns de traficantes e facções criminosas que espalham o pânico com tantas execuções envolvendo possíveis desafetos. O aparato policial está desnorteado.
FRASES
“O setor rural está em ascensão no Amazonas”.
Muni Lourenço, presidente da Faea.
“Vocês estão na Inglaterra. Demonstrem algum respeito. É o funeral da Rainha”.
Chris Harvey, aposentado, ao se dirigir a apoiadores de Bolsonaro.