O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará nesta quarta-feira (27) um pronunciamento em rede nacional para anunciar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil. A medida cumpre uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se comprometeu a ampliar a autorização até 2026.
O anúncio, que será transmitido às 20h30, marca o primeiro pronunciamento de Haddad na rede nacional desde que assumiu o cargo. Com duração prevista de sete minutos, a fala é acompanhada pela mensagem “Brasil mais forte” e “Governo eficiente, país justo”, destacada em materiais promocionais divulgados pela assessoria da Fazenda.
Contexto e próximos passos
A liberação da autorização será acompanhada de um pacote de corte de gastos públicos, cuja apresentação está prevista para quinta-feira (28), durante coletiva de imprensa que contará com Haddad e outros membros do governo.
Entre os ajustes propostos estão cortes em diversas áreas, incluindo a Defesa. Segundo fontes do governo, a inclusão dos militares nos cortes foi um pedido direto de Lula e Haddad, como sinal de que o ajuste fiscal não prejudicará apenas os setores sociais.
Nos últimos dias, reuniões com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foram realizadas para garantir apoio ao pacote no Legislativo. Haddad destacou que essas conversas são um gesto de deferência e essencial para a tramitação ágil das medidas, especialmente com o recesso parlamentar se aproximando.
Apesar do prazo apertado, Lira demonstrou otimismo: “Tem que ser. Imagino que seja necessário aprovar até o fim do ano”.
Ajuste fiscal e TCU
A necessidade de cortar gastos é impulsionada por alertas do Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão anunciou que o aumento contínuo das despesas pode comprometer o funcionamento das políticas públicas e de investimentos, reforçando a urgência de ajustes.
Nos últimos meses, o governo intensificou as discussões sobre a revisão de gastos, envolvendo pastas de Saúde, Educação, Trabalho e Previdência. Segundo interlocutores, os cortes são uma tentativa de equilibrar as contas sem áreas deficientes prioritárias.