24 de novembro de 2024

Hipertensão arterial em alta no Amazonas, aponta IBGE

Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE mostra doenças crônicas mais prevalentes no Amazonas
Hipertensão arterial em alta no Amazonas, aponta IBGE

A doença crônica mais comum entre os amazonenses é a hipertensão arterial, com diagnóstico referido por 16% da população do Estado, na faixa etária de 18 anos ou mais de idade. O colesterol alto vem logo na segunda posição, sendo diagnosticado em 10,9% dos amazonenses na mesma faixa etária. Mas, 41,5% tem ao menos uma doença crônica, percentual mais elevado do que o de Manaus (36,2%). 

É o que revela a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, divulgada nesta quarta (18), pelo IBGE. Realizada em parceria com o Ministério da Saúde, a sondagem levantou dados sobre outras doenças crônicas também, como artrite ou reumatismo, problema crônico de coluna, distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho, insuficiência renal crônica, asma, câncer e depressão, além de doenças mentais e do coração, assim como ocorrência de AVC.

Pelo menos 424 mil amazonenses (16%) tinham hipertensão, em 2019, um contingente superior ao de 2013 (13,7%). Em Manaus, a proporção foi de 15% (232 mil), a mesma fatia de seis anos antes. “No entanto, é preciso levar em conta que, no Estado, em 2019, 4,6% das pessoas nunca haviam tirado a pressão arterial, e em Manaus, 3,0%, nunca haviam tirado”, ressalta o IBGE-AM, no texto da pesquisa.

Mulheres (17,9%) superaram homens (13,9%) no diagnostico – 16,5% e 13,2%, em Manaus, respectivamente. A incidência aumenta com a idade, de 2,8% (entre 18 e 29 anos) a 50,2% (75 anos ou mais), passando por 14,5% (30 a 59), 37,3% (60 a 64) e 47,1% (65 a 74). Na capital, os extremos se situaram entre 3,2% e 50,3%.

Quanto ao nível de instrução, 25% dos amazonenses diagnosticados tinham, no máximo, o fundamental incompleto – 26,9%, em Manaus. A proporção cai, conforme o nível de educação aumenta, sendo de 13% para o contingente com médio incompleto e de 9,8%, para o superior incompleto. A exceção vem do superior completo (15,9%). Afrodescendentes são minoria no Amazonas (10,1%) e em Manaus (7,2%), enquanto “pardos” têm números próximos no Estado (15,7%) e na capital (15,5%). A incidência é maior entre os “brancos” (18,9% e 16%). 

A maioria absoluta dos diagnosticados com hipertensão no Amazonas (76,8%) tomou todos os medicamentos receitados, nas duas últimas semanas anteriores à sondagem – 82%, em Manaus. A obtenção foi realizada pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular”. No Estado, 33,4% afirmaram obter pelo menos um medicamento no programa – 39,1%, na capital. 

Campanhas e presença

Na análise do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, em linhas gerais, o Amazonas não apresenta grandes diferenciais estatísticos de doenças crônicas na população, quando comparado à média das outras unidades federativas brasileiras. A exceção vem justamente de casos como os de hipertensão arterial, diabetes e doenças do coração, onde a frequência local é uma das menores do país. 

“Isso deve ocorrer por vários fatores, que vão desde a falta de campanhas para detecção, até mesmo à menor presença dessas doenças entre a população. Por outro lado, as estatísticas de saúde já mencionam a depressão como uma doença crônica que já atinge percentual significativo de pessoas. Mas, há que se destacar que muitas não fazem tratamento ou uso de medicação”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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