A doença crônica mais comum entre os amazonenses é a hipertensão arterial, com diagnóstico referido por 16% da população do Estado, na faixa etária de 18 anos ou mais de idade. O colesterol alto vem logo na segunda posição, sendo diagnosticado em 10,9% dos amazonenses na mesma faixa etária. Mas, 41,5% tem ao menos uma doença crônica, percentual mais elevado do que o de Manaus (36,2%).
É o que revela a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, divulgada nesta quarta (18), pelo IBGE. Realizada em parceria com o Ministério da Saúde, a sondagem levantou dados sobre outras doenças crônicas também, como artrite ou reumatismo, problema crônico de coluna, distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho, insuficiência renal crônica, asma, câncer e depressão, além de doenças mentais e do coração, assim como ocorrência de AVC.
Pelo menos 424 mil amazonenses (16%) tinham hipertensão, em 2019, um contingente superior ao de 2013 (13,7%). Em Manaus, a proporção foi de 15% (232 mil), a mesma fatia de seis anos antes. “No entanto, é preciso levar em conta que, no Estado, em 2019, 4,6% das pessoas nunca haviam tirado a pressão arterial, e em Manaus, 3,0%, nunca haviam tirado”, ressalta o IBGE-AM, no texto da pesquisa.
Mulheres (17,9%) superaram homens (13,9%) no diagnostico – 16,5% e 13,2%, em Manaus, respectivamente. A incidência aumenta com a idade, de 2,8% (entre 18 e 29 anos) a 50,2% (75 anos ou mais), passando por 14,5% (30 a 59), 37,3% (60 a 64) e 47,1% (65 a 74). Na capital, os extremos se situaram entre 3,2% e 50,3%.
Quanto ao nível de instrução, 25% dos amazonenses diagnosticados tinham, no máximo, o fundamental incompleto – 26,9%, em Manaus. A proporção cai, conforme o nível de educação aumenta, sendo de 13% para o contingente com médio incompleto e de 9,8%, para o superior incompleto. A exceção vem do superior completo (15,9%). Afrodescendentes são minoria no Amazonas (10,1%) e em Manaus (7,2%), enquanto “pardos” têm números próximos no Estado (15,7%) e na capital (15,5%). A incidência é maior entre os “brancos” (18,9% e 16%).
A maioria absoluta dos diagnosticados com hipertensão no Amazonas (76,8%) tomou todos os medicamentos receitados, nas duas últimas semanas anteriores à sondagem – 82%, em Manaus. A obtenção foi realizada pelo programa “Aqui Tem Farmácia Popular”. No Estado, 33,4% afirmaram obter pelo menos um medicamento no programa – 39,1%, na capital.
Campanhas e presença
Na análise do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, em linhas gerais, o Amazonas não apresenta grandes diferenciais estatísticos de doenças crônicas na população, quando comparado à média das outras unidades federativas brasileiras. A exceção vem justamente de casos como os de hipertensão arterial, diabetes e doenças do coração, onde a frequência local é uma das menores do país.
“Isso deve ocorrer por vários fatores, que vão desde a falta de campanhas para detecção, até mesmo à menor presença dessas doenças entre a população. Por outro lado, as estatísticas de saúde já mencionam a depressão como uma doença crônica que já atinge percentual significativo de pessoas. Mas, há que se destacar que muitas não fazem tratamento ou uso de medicação”, concluiu.