18 de dezembro de 2024

José Ricardo lança livro sobre bairro São Francisco

A área onde hoje está o bairro de São Francisco, começou a ser ocupada no final da década de 1940. Exatamente naquela época, em 27 de abril de 1947, o cearense Alexandre Pereira Montoril foi eleito deputado estadual, no Amazonas. Talvez por pedido dos moradores do local, ou por vontade própria, no início da década seguinte, Montoril viabilizou a urbanização da área, que era uma continuação do bairro da Cachoeirinha. Foi feita a topografia do terreno e, em seguida, a divisão e distribuição dos lotes de terra. Surgiu assim o bairro do qual se desconhece a origem do nome em honra ao padroeiro dos animais e da ecologia.

Essa história, e outras mais, você poderá conhecer lendo o livro ‘História do bairro São Francisco’, do economista José Ricardo Wendling, pela Editora Valer, que será lançado hoje (28), às 16h, no salão paroquial da igreja de São Francisco, localizada na praça Coari, no próprio bairro. A título de curiosidade, Alexandre Montoril foi prefeito de Coari de 1932 a 1947.      

“Esse é meu terceiro livro editado pela Valer. O primeiro é ‘Vidas que falam’, de 2018; e o segundo foi ‘Vidas que falam 2’, de 2021. Em cada um deles entrevistei mais de 30 pessoas contando suas histórias e mostrando a importância de seus trabalhos, nas mais diversas áreas, para melhorar a nossa cidade e o nosso Estado. Este terceiro livro fala especificamente do bairro de São Francisco e da minha experiência de ter morado lá mais de 20 anos. O livro é composto pelo relato de quase 200 pessoas, já a parte histórica eu pesquisei no Jornal do Commercio”, informou José Ricardo. 

Vieram do Sul

José Ricardo é político conhecido no Amazonas há quase 20 anos. Ele foi vereador de Manaus, de 2005 a 2011; deputado estadual de 2011 a 2019; e é deputado federal desde 2019 com seu mandato encerrando no próximo dia 1º de fevereiro.

“Tenho bastante material relativos aos meus mandatos de vereador, duas vezes; duas vezes deputado estadual; e também deputado federal e, sim, pretendo escrever um relato dessa experiência, mas primeiro quero fazer um livro sobre a realidade do interior do Amazonas, porque nos dois mandatos como deputado estadual, visitei todos os municípios e vi sua situação, a realidade. Quero relatar um pouco sobre suas belezas, potenciais turísticos e curiosidades”, adiantou.     

Em ‘História do bairro São Francisco’, José Ricardo retrata o surgimento do São Francisco, a cultura, e o espaço geográfico, dentre outros aspectos do bairro que foi povoado a partir da Cachoeirinha e do qual se iniciou o bairro de Petrópolis, também na década de 1950, da mesma forma criado por Alexandre Montoril.

“Fui morar lá, com minha família vinda do Sul, desde os sete anos de idade, e por lá fiquei mais de 20 anos. Quando adolescente, comecei a participar de atividades na Igreja Católica, ajudando grupos de jovens, organizando arraiais, festejos e atividades do bairro”, lembrou.

“Na década de 1970, quando cheguei, o São Francisco era muito semelhante ao início dele, 20 anos antes: a maioria das casas era de madeira, com imensos terrenos e áreas verdes, boa parte das ruas não tinha asfalto, as famílias conversavam mais, era tranquilo e pacato. Hoje, com a urbanização e o crescimento populacional, há menos terrenos e mais construções. Outras pessoas vieram morar no bairro, aumentou o comércio, surgiram condomínios, o trânsito ficou intenso e a tranquilidade do passado deixou de existir”, disse.

 Envolvimento com a igreja de São Francisco, no bairro, vem desde a infância

Sempre bem votado

Toda a família de José Ricardo era engajada na Igreja Católica, e até ajudou na fundação da associação de moradores. Ativo nessa religião, o economista lembra que junto com a Igreja Católica, a evangélica também era bem atuante, assim como os inúmeros terreiros de umbanda e candomblé, alguns existentes até hoje, e recorda não ter participado muito na área do esporte, que teve no ABC, time de futebol de salão, um ícone do bairro, campeão estadual inúmeras vezes; nem na cultura onde se destacaram o bumbá Corre Campo e a escola de samba Primos da Ilha. Mesmo assim, resolveu tentar um cargo político.

“Quando me candidatei a vereador, já era economista e atuava na Arquidiocese. Tive uma votação boa, mas forte mesmo era o Sildomar Abtibol, também morador do bairro. O Sildomar sempre foi mais votado do que eu porque atuava, além da Igreja, da qual participava, no esporte e na cultura. Mas sempre fui bem votado, não só no bairro, mas em toda Manaus, em todas as eleições que ganhei”, afirmou.

Sobre o livro, José Ricardo explica que é de interesse para os manauaras, “pois trata de acontecimentos e situações que estavam ocorrendo aqui nas décadas de 1950, 60 e 70, mas claro, é de maior interesse para os moradores antigos do bairro, e principalmente para os mais novos, filhos e netos dos primeiros, que muitas vezes desconhecem a própria história. Pretendo que todas as bibliotecas públicas, e das escolas, tenham exemplares do livro, afinal, ele fala sobre um pedaço importante de nossa cidade”, finalizou.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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