Nos próximos dias 9 e 10, quinta e sexta-feira, a UEA, através do Ludus Lab (Laboratório de Tecnologia, Inovação e Economia Criativa), irá realizar a primeira edição do Ludus Lab Summit 2023, na Escola Superior de Tecnologia. O evento abordará assuntos variados sobre as últimas tendências do mundo dos games relacionadas à tecnologia e ao mercado. Terá formato presencial e online. Para falar mais sobre o assunto, o Jornal do Commercio ouviu o professor doutor Jucimar Maia da Silva Júnior, doutor em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco e cientista chefe do Ludus Lab.
Jornal do Commercio: O que vai ser o Ludus Lab Summit 2023?
Jucimar Maia: O evento será realizado pelo Ludus Lab e pela Tectoy. A ideia é criar um espaço voltado para promover o networking e estimular novas parcerias, iniciativas de pesquisa, desenvolvimento, inovação e negócios. Os interessados podem participar virtualmente de qualquer lugar do Brasil, realizando sua inscrição no site oficial, onde também é possível conferir a programação completa e os convidados: https://www.even3.com.br/ludus-lab-summit-2023/. Nesta edição também serão apresentados os resultados do Projeto Ad Astra, desenvolvido entre 2022 e 2023, com financiamento da Tectoy.
JC: O evento é voltado para qualquer pessoa, de qualquer idade?
JM: Sim, o evento é gratuito e aberto ao público interessado. Há ainda vagas apenas para participação online via canal do YouTube do Ludus Lab (https://youtube.com/@luduslab2909). As vagas presenciais já estão esgotadas. Todos os participantes irão receber certificado com 16 horas complementares.
JC: Quantos games já foram desenvolvidos no Ludus Lab e quantos desenvolvedores já se formaram no Laboratório?
JM: Ao todo, foram desenvolvidos mais de 50 jogos. Mais de 100 pessoas já se formaram no Laboratório. Todos os ex-alunos estão muito bem empregados. Atualmente, contamos com 60 bolsistas só no projeto Ad Astra (desenvolvimento de jogos eletrônicos). São alunos da UEA nos cursos de Sistemas de Informação, Engenharia da Computação, e Licenciatura da Computação; e de Design, da Ufam. Dos demais projetos gerenciados pelo Ludus Lab: Callidus, Finance, Investment, somam cerca de 400 alunos beneficiados diretamente.
JC: Como é a trajetória de um desenvolvedor no Ludus? Após se formar ele monta seu próprio negócio? Continua a trabalhar no Ludus? Quanto tempo leva para se formar?
JM: Os alunos, durante a graduação, podem trabalhar em nossos projetos de pesquisa e desenvolvimento, onde aprendem, na prática, o dia a dia de um desenvolvedor de jogos e de software. Podem montar seu próprio negócio e continuar atuando na incubadora da UEA, ou permanecer no Ludus se tiverem extensão nos estudos na instituição como pós-graduação ou mestrado. Os alunos, em sua maioria, são periodizados. Se reprovar não podem continuar no projeto, regra imposta para ajudá-los a se formar mais rápido, em torno de quatro a cinco anos. Alguns ex-alunos são sócios de startups como, por exemplo, a Ludic (https://ludic-studios.com/). Temos ex-alunos em várias partes do mundo, atuando como protagonistas na área de tecnologia e inovação.
JC: Empreendedores farão parte do evento em busca de novas ideias?
JM: Teremos a presença de destacados profissionais, empresários, pesquisadores, professores e estudantes que compartilharão experiências e conhecimentos. Queremos atrair aqueles que atuam, ou pretendem atuar, na área de games e entretenimento digital.
JC: De que forma o Ludus Lab acompanha o desenvolvimento das novas tecnologias dos games, já que são tão dinâmicas?
JM: Estamos sempre jogando, vários jogos, para nos mantermos atualizados. Todos têm a cultura de jogar bastante, média de 1h ou mais por dia. Também estamos sempre pesquisando a indústria e a academia para verificar o que se está estudando ou o que o mercado está fazendo para experimentar em nossos projetos de pesquisa. Dotado de uma estrutura com 756 metros quadrados, o Ludus Lab tem o objetivo de incentivar a criação de um polo de empreendedorismo digital por meio da formação de pessoal especializado. Trata-se de uma iniciativa de pesquisa e desenvolvimento que visa fornecer novos produtos e serviços e, ainda, proporcionar aos alunos bolsistas experiências em projetos para clientes reais.
JC: Quais os resultados do trabalho realizado no Ludus Lab, para a economia do Amazonas, nesses dez anos?
JM: Levamos mais de 40 profissionais por ano ao mercado para compor equipes de desenvolvimento de software ou de jogos. No campo da formação de recursos humanos formamos em torno de 90 especialistas em jogos eletrônicos na pós-graduação lato sensu. As empresas locais, que antes contratavam pessoas de fora, hoje contratam nossos alunos e muitos são adquiridos pelo mercado internacional, Google, Amazon, Rovio, Wildlife Studios, Blizzard. O Ludus Lab está fortalecendo a presença da Amazônia no polo de desenvolvimento tecnológico de ponta.