19 de setembro de 2024

Lideranças estaduais querem interiorização e ampliação do leque da economia regional

O foco da 298ª Reunião Ordinária do Codam, ocorrida nesta quarta (26), a penúltima do ano, esteve no balanço das atividades do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas e na necessidade de repensar estratégias para 2023, para garantir interiorização e ampliação do leque da economia regional. Em meio à luta da ZFM no STF para garantir o cumprimento dos preceitos constitucionais que amparam sua segurança jurídica, e às vésperas de mudanças na composição do Legislativo estadual e federal, os conselheiros pediram a palavra para enfatizar a necessidade da união dos setores econômicos.

Em paralelo, a rápida reunião do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas também deu sinal verde a uma pauta de 30 projetos industriais, sendo 16 de implantação, 13 de diversificação e um de atualização – aquelas iniciativas que apresentam alterações ou ajustes de melhorias nos processos industriais. Somadas, as propostas preveem R$ 776 milhões em novos investimentos industriais e 900 novos postos de trabalho para, nos próximos três anos, além de 72 outros postos reaproveitados dentro da indústria.

O titular da Sedecti (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Angelus Figueira, destacou que o número de projetos aprovados este ano voltados ao interior do Amazonas também aumentou, e que isso é resultado da “forte” participação do Executivo amazonense. “A média de projetos aprovados pelo Codam nos anos anteriores era de dez. Este ano, já temos 40 aprovados, isso sem contar com a última reunião que ainda ocorrerá. É uma conquista significativa e que causa impacto social e econômico muito forte no interior, a despeito das crises enfrentadas no mundo, nos últimos quatro anos”, enfatizou.

Comércio em foco

O presidente em exercício da Fecomercio-AM, Aderson Frota, agradeceu pelas ações da Sedecti em favor dos setores de comércio, serviços e turismo, inclusive com a troca de informações a respeito da participação das atividades na economia amazonense e de seu desempenho durante os anos de pandemia – e fechamento compulsório e temporário de empresas. No entendimento do dirigente, isso ajudou a reforçar sua importância para o PIB do Amazonas.

“Existe uma regra que diz que, toda vez que você vê uma ação que produz efeitos, é preciso que não se omitir e agradecer. A Sedecti tem feito um trabalho magnifico e mostrado dados que, até então eram desconhecidos, e temos trabalhado em cima deles para construir uma nova realidade. O Codam tem sido muito mais objetivo na aprovação de projetos industriais, mas precisamos reconhecer todos os entes que têm um realce de participação na economia e que geram mais empregos. Deixo aqui nosso reconhecimento e agradecimentos”, reforçou.

“União faz a força”

Em seu aparte, o vice-presidente da Fieam e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, Nelson Azevedo, assinalou que a Sedecti, assim como a Suframa, vem desempenhando o seu papel de uma “maneira brilhante”, com destaque para a realização periódica das reuniões do Codam e do CAS, assim como o conteúdo de suas pautas. “A gente vê que o nosso modelo de desenvolvimento, apesar de todos os problemas que enfrentamos, ainda é atrativo. A cada reunião vemos sempre novos projetos, inclusive de implantação”, comemorou. 

No entendimento do dirigente, a interação entre governo do Estado, Suframa e Prefeitura de Manaus é vital para o modelo, principalmente às vésperas do começo de uma nova legislatura. Segundo Azevedo, as lideranças políticas e empresariais do Estado, assim como sua sociedade, devem aproveitar a oportunidade para traçar planos futuros em favor do desenvolvimento regional, o que inclui começar a desenvolver atividades de bioeconomia e “tudo que temos em nossa região”, envolvendo também os municípios do interior.

“A união faz a força. Passado esse momento de eleições, acho que temos que imediatamente sentarmos juntos, entidades de classe, trabalhadores, e governos, para afinarmos o nosso posicionamento. É muito importante que chamemos também o Legislativo estadual e municipal. Principalmente para, diante da renovação na Assembleia Legislativa, repassarmos orientações e tirarmos dúvidas dos novatos, para falarmos todos a mesma língua. Vamos esquecer as colorações partidárias, pois nosso partido é Amazonas e nosso candidato é a Zona Franca de Manaus”, asseverou.  

O vice-presidente salientou também que é necessário adensar a cadeia de produção do PIM e reduzir burocracias. “No ano passado, a participação do governador nas reuniões do Codam era quase que constante. E os projetos aprovados já tinham seus decretos de concessão assinados logo após o evento. Seria muito bom se a gente conseguisse retornar a essa modalidade. As empresas estão reclamando que isso demora muito. É muito importante que a parte burocrática dê respostas imediatas e que possamos ver essas pendências”, afiançou, colocando-se à disposição para ajudar nesse esforço.  

Atratividade e previsibilidade

Três empresas foram destaques em investimentos. A Conipa Indústria e Comércio de Presentes, Metais e Artigos de Decoração Ltda, que apresentou um projeto para produção de joias e relógios de pulso, com injeção de R$ 320,64 milhões – 43% da pauta. A proposta da VDP Indústria de Embalagens Ltda, para confecção de matéria-prima plástica para embalagens, correspondeu a 20% do total (R$ 151,64 milhões), sendo secundada pela Astro Pack Indústria e Comércio de Plástico Ltda, que espera fabricar resina termoplásticas e embalagens, dispondo de 14% dos aportes do Codam (R$ 102,72 milhões).

“Essa importante reunião do Codam confirma a chegada de novas empresas em nosso Estado. Isso adensa a nossa cadeia produtiva e logística de uma forma geral, além de comprovar que nosso modelo continua com atratividade. Em um período em que o mundo passa por uma crise, nós somos uma atraente opção de investimento. Temos a responsabilidade de retribuir essas empresas, dando segurança e previsibilidade, que é o que o governo tem se empenhado enormemente em garantir”, finalizou o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico da Sedecti, Jhonnes Lima.

Por Marco Dassori – Twitter: @marco.dassori   Instagram: @jcommercio

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

Veja também

Pesquisar