Levantamento do Ifpeam (Instituto de Pesquisas Fecomercio de Pesquisas Empresariais do Amazonas) aponta que nada menos do que 90% dos consumidores de Manaus pretendem presentear neste Dia dos Namorados. O dado mostra um crescimento na amplitude das intenções de consumo, a dez dias da data comemorativa. Sondagem da CDL-Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), realizada e divulgada em momento anterior, indicava que a fatia de manauenses disposta a ir às compras era de 75,5%.
Assim como assinalado anteriormente, os produtos que predominam na lista de compras são os tradicionais e de menor valor agregado, com destaque para itens de vestuário, perfumes, cosméticos e calçados. Em sintonia com os tempos de crise e escalada da inflação, a maioria pretende gastar até R$ 100 com o presente e aponta o preço como principal critério de escolha do produto, embora ainda prefira comprar nos shoppings. E, apesar da alta dos juros, a modalidade de pagamento por crédito parcelado ainda é predominante entre os consumidores da capital amazonense.
A Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas) projeta, por outro lado, que as vendas para o Dia dos Namorados deste ano devem avançar entre 5% e 7%, na comparação com a mesma data comemorativa de 2021. A estimativa é mais otimista do que a da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), que espera crescimento de 4,5% no volume comercializado pelos lojistas – e receita bruta de R$ 60,87 milhões.
No texto da pesquisa, o Ifpeam destaca que o Dia dos Namorados ainda é uma “oportunidade importante” para o setor gerar negócios, sendo por isso “muito bem vinda” entre os comerciantes. Mas, ressalva que o cenário econômico adverso deve ser levado em conta. “Diante de uma crise econômica que emergiu da pandemia, e, que não dá trégua, o consumidor está cauteloso nos gastos, como demonstrado nos indicadores da pesquisa no item ‘quanto por presente’. Isso ocorre pelo fato dele ainda estar endividado com os presentes do Dia das Mães. Devido às dificuldades impostas pelo cenário econômico atual, a pesquisa indica que também que ‘preço’ é o fator determinante”, assinalou o texto.
Preços e parcelamentos
O Ifpeam não informa o ticket médio aguardado para o Dia dos Namorados. Entre os consumidores que já se decidiram pela compra, 44% pretendem dispender de R$ 100,01 a R$ 200, enquanto 30% esperam gastar, no máximo, entre R$ 50 e R$ 100. Na sequência estão os que estão dispostos a elevar os dispêndios para as faixas que vão de R$ 200,01 a R$ 500 (22%), acima de R$ 1.000 (2%) e de R$ 500,01 a R$ 999 (2%).
As preferências do consumidor são para itens de vestuário (22%), perfumes ou cosméticos (16%), calçados (12%). Almoço/jantar, flores/buquê empatam com 10%, e são seguidos por joias e relógios (6%), celulares e smartphones e cestas de chocolates (5%, cada). Completam a lista lingerie (4%), eletroeletrônicos (3%), bolsas e acessórios, viagens e passeios (os dois com 2%), artigos esportivos e “outros” (ambos com 1%). Em torno de 2% ainda estão indecisos.
Outra tendência que volta a se repetir é que os namorados e namoradas não serão os únicos presenteados na data, embora estes respondam por 64% dos homenageados no próximo dia 12 de junho. Maridos e esposas (30%) são a segunda opção mais frequente entre os entrevistados, seguidos pelos noivos e noivas (5%) e “outros” (1%). A lista de itens desejados pelos homenageados é parecida, com primazia dos perfumes e cosméticos (28%), calçados (21%), vestuário (19%). Mas, nenhum deles manifestou preferência por ganhar eletroeletrônicos ou cestas de chocolates de presente.
Assim como assinalado nas pesquisas anteriores das duas entidades, o critério principal na escolha do presente é novamente o do preço (49%), embora a “qualidade dos produtos” (29%), preceda promoções/descontos (23%). Localização (12%) aparece com menor destaque, da mesma forma como variedade de produtos/marcas (4%), frete grátis (3%), atendimento, estacionamento (ambos com 2%, cada), diversidade de produtos, facilidade de pagamento, comodidade (os três com 1%).
Os locais de compras preferenciais ainda são os shopping centers (52%) por uma larga margem. As opções seguintes são Centro (17%), comércio de bairros (14%), lojas de departamento (7%), internet e e-commerce, mídias sociais das lojas (os dois com 5%). A preferência inclui compras parceladas no cartão de crédito (58%). Somadas, as modalidades de pagamento à vista correspondem a pouco mais da metade dessa fatia. Dinheiro e Pix aparecem com 11% das preferências e cartão de débito, com apenas 5%. Em torno de 11% devem comprar à vista no cartão e 4% pelo crediário das lojas.
Sem entrar em detalhes sobre a conjuntura econômica atual, o presidente em exercício da Fecomercio-AM, Aderson Frota, destacou à reportagem do Jornal do Commercio que, embora o Dia dos Namorados, não seja uma das datas mais importantes do calendário de eventos comerciais, representa uma oportunidade de movimentar o comércio. O dirigente acrescenta também que os “momentos difíceis” vividos pelo setor durante as duas ondas da pandemia despertaram a entidade para a necessidade de dar maior apoio a todas as atividades comerciais, com uma política de “ouvir o consumidor e o empresário”.
“Apurar as expectativas do consumidor, significa municiar os empresários que têm produtos ligados a data, para que possam adotar os melhores esforços e procedimentos no atendimento ao que vão presentear. A pesquisa indica os produtos preferidos, os limites de gastos, os locais mais preferidos e os meios de pagamentos que serão mais utilizados. Nossa expectativa é a de que teremos um crescimento que vai, segundo os empresários ouvidos, oscilar entre 5 e 7% sobre os números de 2021”, finalizou.
Boxe ou coordenada: Saiba mais sobre a pesquisa
A pesquisa do Ifpeam foi realizada via Google Formulários e aplicada através de pesquisa de campo e aplicativo de mensagens instantâneas, entre 10 e 20 de maio de 2022. No total, foram ouvidas 315 pessoas, entre mulheres (51%) e homens (49%), divididos entre as faixas etárias de 25 a 34 anos (32%), entre 18 e 24 anos (28%), de 35 a 49 anos (27%), entre 50 e 59 anos (10%), e de 60 anos em diante (2%). O levantamento não desagregou os dados dos entrevistados por zonas da cidade.
A maioria das pessoas ouvidas tem grau de instrução de ensino médio completo (40%). Em seguida estão os que contam com ensino superior completo (32%), aqueles que já têm pós-graduação (21%), os que não passaram do nível fundamental (6%) e a parcela minoritária com mestrado (1%) – e nenhum com doutorado. A parte majoritária dos consumidores ganha entre 1 e 3 salários mínimos (47%). Na sequência estão aqueles que dispõem de rendimentos de 3 a 5 mínimos (32%), até um mínimo (16%) e mais de 6 mínimos (5%).