24 de novembro de 2024

Manaquiri possui grande potencial turístico

Manaus está cercada por municípios turísticos ainda desconhecidos do manauara. É o caso de Manaquiri, localizado às margens do rio Jaraqui, um afluente do Solimões, distante menos de duas horas de Manaus, numa viagem de ajato.

Rio Jaraqui, afluente do Solimões, banha a frente da cidade – Foto: Divulgação

As embarcações partem diariamente da balsa amarela, na Manaus Moderna, às 7h, 9h, 11h, 13h, 15h e 16h rumo ao paraná do Manaquiri, uma via de águas. Durante o trajeto o ajato vai parando em várias comunidades, deixando passageiros, e só essa viagem já se constitui numa diversão.

Uma curiosidade histórica. Quando o cientista britânico Alfred Russel Wallace esteve na Amazônia, em 1849, pesquisando peixes, insetos, aves e mamíferos, passou dois meses na fazenda do português Antônio José Brandão. Essa fazenda foi o embrião da futura Manaquiri, que ganharia status de município em 1981.

Flor pequena, ou pequena formiga, é o que significa a palavra Manaquiri, segundo Eduardo Santos, secretário de Indústria e Comércio, Serviços e Turismo do município.

Como em quase todas as cidades do interior do Amazonas, o ideal é tomar o café da manhã regional no mercado. No caso de Manaquiri, no Mercado Municipal Luiz Pastor. Luiz Pastor foi um grande comerciante da cidade, falecido há cinco anos.

Nas proximidades do mercado, a praça das Etnias é um dos lugares ideais para selfies, com estátuas em tamanho natural do índio, do branco, do caboclo, do pescador, da mulher com o filho de colo e do europeu, elementos formadores da atual população manaquiriense. A praça fica em frente à prefeitura, atualmente administrada por Jair Aguiar Souto.

Competições de casquetas tem grande potencial para atrair visitantes – Foto: Divulgação

Torneio de casquetas

Flutuantes residenciais e bares flutuantes ocupam o rio Jaraqui na frente da cidade. Nos bares, como o ‘Pai d’Égua’, pode-se tomar uma boa cerveja gelada com tira-gostos, além de banhos de chuveiro. Banhos no rio não são indicados. O ‘Pai d’Égua’ funciona diariamente, há dois anos, e pertence a Carlos Adriano.

“Está nos planos do prefeito Jair Aguiar organizar e padronizar todos os flutuantes, residenciais e comerciais, para que possam receber da melhor maneira possível os visitantes de Manaquiri”, adiantou Eduardo.

Na entrada da cidade, ‘olhando’ para o rio, destaca-se a igreja de São Pedro, o padroeiro do Manaquiri. No mês de junho, as comemorações em honra do santo são os maiores festejos religiosos vividos pela população. Duram dez dias. A procissão fluvial, no dia 29, é o ponto alto da festa.

“No mês seguinte, em julho, acontece a ExpoManaquiri, evento que reúne os produtores agrícolas e pecuaristas da região. São cinco dias de exposições. Manaquiri é o maior produtor de batata doce do Amazonas, além de grande produtor de farinha, que em breve ganhará um selo próprio, e de goma de mandioca”, disse Eduardo.

Mas o que pode vir a se tornar um grande atrativo de visitantes para o município são as competições de casquetas. Casquetas são pequenas embarcações de madeira, com no máximo dois metros de comprimento e capacidade para um ocupante. São verdadeiras motos aquáticas. Com motor 13 (rabeta) e hélices modificados, podem atingir velocidades incríveis, até mais rápidas do que um motor 90, e mesmo deslizar na lama, na época da vazante. Ninguém sabe quem criou o veículo, há alguns anos, mas ele se popularizou de tal forma entre os manaquirienses, que até torneios são realizados periodicamente atraindo cada vez mais um maior número tanto de praticantes quanto de apreciadores das provas.

Competições de casquetas tem grande potencial para atrair visitantes – Foto: Divulgação

Onde ficar e comer

Quem vai ao interior logo quer saber onde se hospedar e onde comer. Em Manaquiri, o melhor local para se hospedar é a Pousada Lima, com cinco quartos, de propriedade de Alaíze Cardoso de Lima. Alaíze tem longa experiência com hospedagem, já trabalhando há 15 anos no segmento. As refeições precisam ser solicitadas, e ela atende de acordo com a vontade do hóspede.

No quesito restaurantes, há várias opções. O Restaurante das Coleguinhas, de Zilda Mendes da Silva, serve comida caseira, feijão com arroz e carne guisada, fígado, e peixes pescados na região (tucunaré, tambaqui, pirarucu), e até massas como lasanha e panqueca.

O Carne de Sol do Bulldog, de Jonison Gomes do Carmo, é para os amantes de carnes preparadas, na hora, na chapa. Bifes, filés de frango, fígado, e carne de sol são feitos pelo próprio Jonison à vista dos fregueses. Há treze anos ele é o ‘rei da carne de sol’ do Manaquiri.

Agora comida regional é no Restaurante Tucumã, de Valdia Maria de Moura Cascaes. O pai de Valdia, hoje aposentado, foi o maior pasteleiro da cidade de quem herdou o gosto em fazer comidas com as quais trabalha há mais de dez anos. No Tucumã ela serve vários peixes e o carro chefe é o tambaqui assado na brasa. Também serve sucos de frutas da época colhidos na região.   

Valdia, do restaurante Tucumã, apresenta o tambaqui assado na brasa, carro chefe nas vendas – Foto: Divulgação

“Quem quiser vir conhecer Manaquiri pode nos procurar aqui na secretaria de Turismo, que teremos o maior prazer em mostrar o que de melhor temos em nosso município”, avisou Eduardo.

Os ajatos de volta para Manaus partem às 5h, 6h, 8h, 13h e 15h.

Serviço

Pousada Lima: 9 9440-2344

Restaurante das Coleguinhas: 9 9111-7474

Carne de Sol do Bulldog: 9 9334-8882

Restaurante Tucumã: 9 9412-3539

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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