Quem lembra das histórias de Gulliver, o personagem do livro “Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift, que chegou à cidade de Lilipute e, como tinha tamanho descomunal em relação à população liliputiana, acabou por ser considerado um “perigoso” gigante? Pois você vai se sentir como Gulliver ao visitar a exposição “Manaus em Miniaturas”, que está acontecendo no Ecam (Espaço de Cidadania Ambiental), no Manauara Shopping, e segue até sexta-feira (12). Aqui, no caso, Lilipute seria Manaus, pois as peças da exposição retratam prédios e monumentos arquitetônicos existentes na cidade.
Quem fez, e faz, estas peças é o designer Mário Lima em parceria com a arquiteta Silvana Coutinho. “Sou graduado em processamento de dados, e há 20 anos sou designer. Como designer sempre trabalhei com projetos de revistas, posters, banners e criação de todo tipo de material publicitário”, explicou Mário.
A ideia de fazer as pequenas miniaturas surgiu em 2008. “Numa viagem a Londres, vi essas peças, de prédios históricos londrinos, sendo vendidas como souvenires. E eram feitas em acrílico, coisa que eu nunca vira aqui em Manaus e não tinha nem ideia de como eram feitas”, lembrou.
Quatro anos depois, em 2012, Silvana convidou Mário para, de alguma forma ganharem dinheiro com uma máquina de laser pertencente ao irmão dela. “O irmão de Silvana utilizava a máquina para fazer aeromodelos e ela, caixas de MDF. Observei que dava para fazer o mesmo tipo de souvenir que havia visto em Londres. Em 2013 comecei a realizar os testes e produzir os primeiros trabalhos”. As peças (com espessura de 3mm) são desenhadas por Mário no computador a partir de fotos e depois vão para a máquina de recorte a laser.
100 novas peças
“A área útil de trabalho da máquina é de 60 x 90 cm, mas mudando o acrílico de posição, podemos trabalhar um espaço maior”, falou.
Nesses três anos, Mario já produziu treze peças, entre elas a ponte Rio Negro, o prédio da Alfândega, o Teatro Amazonas, a Arena da Amazônia, o Palácio da Justiça, o Relógio Municipal, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, o Paço da Liberdade e a Usina Chaminé. “Cinco delas estão sendo comercializadas desde o começo: a Ponte Rio Negro, o Teatro, a Alfândega, o Chaminé e o Mercadão. O Teatro Amazonas, apesar de todos os detalhes, é o mais fácil de ser feito, já a Arena é a mais difícil, porque é quase redonda. Isso complica. O Mercadão também é complicado, mas é porque a fachada dele é muito extensa”, disse.
Sobre a ponte, só uma parte dela é feita. “Também esse monumento é muito extenso, mas o que o identifica são os cabos de amarração do vão central, então reproduzimos só essa parte, ainda assim são feitas várias pequenas partes, depois montadas. À medida que vou idealizando novas peças, vou desenvolvendo técnicas para reproduzi-las”, adiantou.
Atualmente, a menor peça reproduzida por Mario é o Relógio Municipal, com 8 cm de altura por 3 cm de largura, e custa R$ 60, enquanto a maior, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, mede 40 cm de comprimento e custa R$ 120.
Segundo levantamento feito por Mário, Manaus possui mais de mil prédios com interesse histórico, “desses listamos 100 para integrarem nosso catálogo de peças, entre eles o Palácio Rio Negro, que estou ‘doido’ pra fazer, porque o acho muito bonito, a Beneficente Portuguesa, a Santa Casa de Misericórdia e até o prédio do Cine Guarany, famoso cinema que existiu em Manaus e foi derrubado em 1986 sob protestos da população, e um que nem chegou a ficar pronto, o Palácio do Governo, só existente na planta”, adiantou.
Em breve, peças em madeira
O designer e a arquiteta agora trabalham juntos e aceitam encomendas. “Por enquanto só vendemos as peças nas exposições que participamos. É a segunda vez que estamos aqui no Ecam, onde ficaremos até o dia 12. Dia 14 estaremos com a exposição na feira que acontecerá no Paço Municipal, mas as pessoas podem solicitar as peças que quiserem que nós as fazemos. Nosso Face é o ‘Estúdio Recorte’, onde não só os nossos trabalhos em acrílico podem ser vistos, como os em MDF, igualmente trabalhados com cortes a laser”. Em breve Mário e Silvana pretendem confeccionar peças em madeira certificada.
O Ecam é coordenado pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), em parceria com a Vemaqa (Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias. Está localizado no piso Açaí (G3) do Manauara Shopping, e foi criado com o objetivo de ser um difusor da cidadania ambiental.
O QUÊ? Exposição “Manaus em Miniaturas”
ONDE? Ecam, piso Açaí (G3) do Manauara Shopping
QUANDO? Até sexta-feira (12)
QUANTO? Gratuito
INFORMAÇÕES:(92) 98415-2927