24 de novembro de 2024

Maquetes, cenários para gigantes

Maquetes são estruturas em miniatura de prédios, cenários e ambientes, bastante utilizadas pela engenharia e arquitetura, mas também para representar os cenários de filmes e peças de teatro. No primeiro caso o futuro morador de um prédio a ser construído terá ideia de como será sua futura moradia. No segundo, a maquete substitui ambientes, ou seres reais que poderiam ser difíceis e até impossíveis de serem filmados. Dois exemplos seriam os filmes ‘Viagem à Lua’, de 1902; e King Kong, de 1933.

Quem quiser conhecer mais de perto esse mini universo, no próximo dia 5 de julho, sexta-feira, terá início a exposição ‘Maquetes cenográficas – microuniversos físicos e digitais’, com peças feitas pelo cenógrafo Juca di Souza. A exposição estará aberta ao público na Sala da Residência, no Casarão de Ideias (rua Barroso, 279 – Centro), de quarta-feira a domingo, das 15h às 21h. A obra de Juca é composta por 15 maquetes cenográficas, sendo 10 maquetes físicas e 05 maquetes digitais.

“Trabalho com cenografia há mais de dez anos e sempre executo o projeto cenográfico das obras que assino. Fazer as maquetes para esta exposição foi uma forma de materializar em microuniversos os grandes universos que a cenografia atinge. Sempre busco criar espaços cênicos que envolvam e cativem o espectador”, falou.

“As maquetes também têm como objetivo tornar as ideias subjetivas em algo concreto, proporcionando uma representação física do espaço cênico, permitindo que todos os envolvidos no projeto visualizem de forma precisa como o cenário será montado”, explicou.

Em peças locais      

“A proposta da exposição é valorizar a importância da construção de maquetes em projetos cenográficos, pois são importantíssimas na visualização, comunicação e planejamento de espaços cênicos”, disse a atriz Aline Cassiano, idealizadora do projeto.

“Uma maquete é uma representação tridimensional em escala de um cenário, que permite aos profissionais de direção de arte, cenógrafos, diretores, produtores e toda a equipe de produção ter uma compreensão clara e tangível do ambiente que será criado”, completou.

Na exposição de Juca serão apresentadas maquetes físicas e digitais.

“As maquetes cenográficas, utilizadas para o teatro, podem ser físicas, construídas manualmente no modelo bem conhecido; e digitais, criadas a partir de programas de computador que utilizam blocos 3D para a execução. Atualmente opto por realizar projetos digitais pela praticidade de mudanças rápidas e precisas, coisa que na maquete física demora um tempo, mas sempre que o projeto permite prefiro executar a maquete física. Gosto de ver o cenário tomando forma em miniatura”, informou Juca. 

Quem costuma assistir às peças de teatro apresentadas em Manaus, por grupos locais, poderá reconhecer, nas maquetes da exposição, o cenário de alguma delas.  

“Fiz uma seleção de 15 maquetes idealizadas por mim em minha trajetória enquanto cenógrafo. Foram muitos trabalhos ao longo desses anos. Dentre as obras expostas temos algumas do ‘Cabaré chinelo’, ‘Dois irmãos’, ‘Os saltimbancos’, ‘Matilda’, ‘Tempestade em copo d’água’, ‘A canção da Páscoa’, entre outras, encenadas por grupos e companhias de teatro diversos aqui de Manaus”, avisou. 

Onde aprender

‘Maquetes cenográficas – micro universos físicos e digitais’ é indicada, principalmente, para estudantes e aspirantes a cenógrafos, pois é uma oportunidade de aprendizado prático, permitindo aos futuros profissionais observar técnicas, materiais e processos, contribuindo para o desenvolvimento de suas habilidades, até porque, a área é pouco estruturada no que se refere à formação e qualificação de profissionais no Amazonas.

“Geralmente os profissionais que mais executam maquetes são os engenheiros, arquitetos, cenógrafos, e designers, mas executar uma miniatura de um projeto pode ser interessante em muitas áreas, e para diversos fins. A minha formação é teatral, pela Universidade do Estado do Amazonas, e estou cursando a especialização em Cenografia Teatral pela PUC de Minas Gerais. O caminho é seguir nessas profissões”, ensinou Juca.

O projeto da exposição foi contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo, operacionalizado pela SEC (Secretaria de Cultura e Economia Criativa), e tem o apoio da Manauscult. Uma equipe de profissionais atua na sua organização: Aline Cassiano, produção geral; Alex Costa, assistente de produção; Thiana Colares, curadora; Miqueias Barbosa e Rafael Albuquerque, designers de exposição; Hamyle Nobre e Alexandre Marques, fotógrafos; e Hideko, identidade visual.     

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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