Neste sábado, 03, três professores irão disponibilizar seus livros para os leitores numa realização do projeto Canoa da Cultura. Francisco Costa e Dilson Gomes lançarão livros sobre educação, enquanto Luís Lemos fará uma manhã de autógrafos com três de seus livros de contos. O evento acontecerá no Espaço Cultural Millennium, no Millennium Shopping, a partir das 10h e é aberto ao público. O escritor Simão Pessoa fará uma participação especial autografando seu mais recente trabalho, ‘Manaus-Babilônia e o reggae da Periferia Zion’.
Ensinando para a vida
Além de professor e escritor, Francisco Costa é empreendedor e investidor, já tendo lançado três outros livros. Este, agora, é ‘Produção literária nas escolas – uma cultura urgente e necessária’.
“Ao longo dos anos, em minha prática como docente, pude observar a falta de prática educativa relacionada com a vida. Trago neste livro exemplos e sugestões de como produzir literatura a partir do que se vive, observa, escuta, lê e imagina. Além disso, o professor precisa esclarecer para seus educandos o que é e como se faz literatura”, falou.
Francisco lamenta que a produção literária nas escolas de Manaus e do Amazonas aconteça com algumas práticas isoladas, devido não haver continuidade, nem tão pouco organização para uma produção consistente e continuada.
“Grande parte dos profissionais de educação pode dizer que a disciplina de língua portuguesa seria a principal responsável em formar leitores e produtores de literatura, tendo em vista que linguagem é comunicação, contudo acredito que todas as disciplinas têm essa função restando aos profissionais que as ministram, trabalharem esta questão tão relevante para o desenvolvimento dos educandos”, afirmou.
Sobre a educação em Manaus e no Amazonas, Francisco Costa opinou.
“Falo, sem medo de errar, que não estamos educando para a vida. No máximo estamos preparando para um vestibular, um concurso ou para um emprego em alguma empresa. Infelizmente nossa educação é muito mecanizada e parece estar sempre dissociada da vida”.

Pesquisas não muito importantes
Entusiasta das pesquisas dentro das escolas, Dilson Gomes já tem dois livros publicados sobre o assunto e agora lança ‘Abordagens multidisciplinares em pesquisas na educação básica no Estado do Amazonas’, todos dentro do Programa Ciência na Escola.
“Os professores amazonenses enfrentam muitos desafios em sala de aula e, invariavelmente, têm pouca ou nenhuma oportunidade de publicar suas pesquisas ou os resultados das práticas pedagógicas. Após a conclusão do primeiro volume do livro, diversos professores entraram em contato comigo para saber se teríamos uma nova edição. Abri a chamada e tivemos 16 professores que se enquadraram na proposta da publicação”, informou.
O livro reúne pesquisas executadas por professores de vários municípios amazonenses, de Parintins a Santo Antônio do Içá, localizados no extremo leste e no extremo oeste do Estado, respectivamente.
“Isso nos fortalece, pois nos mostra a importância e a dimensão que a iniciativa possui”, explicou.
“A pesquisa científica, em sala de aula, contribui para a atualização dos professores e torna os estudantes produtores e não apenas receptores de conhecimento. Imagine se um professor tivesse que ensinar a vida toda sobre um determinado tema sem nunca ter lido nada depois de sua graduação. A sua prática docente poderia estar comprometida. Pesquisar representa a atualização, a formação continuada e a produção de conhecimento”, ensinou.

Contos baseados a filosofia
Professor do ensino fundamental, médio e superior, Luís Lemos ainda encontra tempo para escrever contos. Já tem sete livros publicados.
“Minha produção literária une filosofia, cultura amazônica e reflexões sobre a experiência humana. São resultado de um trabalho contínuo de pesquisa, sensibilidade e compromisso com a educação e a valorização da nossa identidade regional”, falou.
No sábado, Luís Lemos autografará três livros: ‘O primeiro olhar: a filosofia em contos amazônicos’, 16 narrativas curtas que promovem um encontro sensível entre a reflexão filosófica e o imaginário amazônico; ‘Filhos da quarentena: esperança de viver novamente’ traça um retrato emocionado da resiliência humana durante a pandemia, celebrando a capacidade de reinventar a vida em meio às perdas e aos desafios; e ‘Amores que transformam’, homenagem à força do amor em suas múltiplas formas, mostrando como os afetos verdadeiros podem curar, renovar e construir novos sentidos para a nossa vida.
E quem disse que livros não vendem? Luís Lemos é um assíduo frequentador de feiras e eventos literários em Manaus onde tem um público fiel.
“Todos os meus livros foram publicados de forma independente. Peço 100 exemplares para a editora e, à medida que vendo, solicito mais 100, e assim por diante. Meu primeiro livro já vendeu mais de mil exemplares”, revelou.
“Os segredos para vender livros são: construir uma relação verdadeira com o leitor, estar presente em eventos, conversar com os leitores, ouvir suas impressões e manter uma presença ativa nas redes sociais, e ser professor. Meus principais leitores são meus alunos e seus pais”, brincou.